sábado, 30 de junho de 2018

Capítulo 14 - Casamento ou Contrato?

Mais de um mês depois de haver levado uma cantada do seu Ramon em nosso almoço comunitário de Natal, continuei não lhe dando chances de voltar ao assunto, evitei ao máximo cruzar com o cubano no condomínio. Na maioria dos dias eu retornava ao lar somente para dormir e os meus horários ficaram bem variados, tanto para chegar quanto para sair e também para acordar. Era domingo, último dia de janeiro, acordei somente às 3 da tarde. A jornada de trabalho do sábado para o domingo foi puxada, porém divertida. Não precisei simular nenhum orgasmo e cheguei ao clímax  várias vezes. Ainda houve a recompensa de uma noite financeiramente lucrativa. Até o final da madrugada foram cinco idas e vindas do hotel, com cinco caras diferentes. Além do valor dos programas, um total de $750 dólares, ainda ganhei mais $200 de caixinha, a parcela maior foi proveniente de dois caras generosos. Ainda ouvi os elogios de ambos em momentos distintos: que a hora comigo havia valido a pena, uma vez que eu não agia de modo mecânico e puramente profissional, e que nem parecia uma garota de programa. Gostei dos caras, era uma pena que não os veria mais, pois já estavam retornando aos seus países. A clientela do estabelecimento era bem rotativa.
No início daquela noite fui convidada pela Amanda (minha vizinha de andar) a participar de uma festinha comunitária em um dos apartamentos grandes do piso térreo. Eu, ela, o inquilino do apto, seu Ramon e mais um casal dividimos a conta de pizzas, bandejinhas de frios e bebidas. O bolo, doce demais para o meu gosto, foi por conta do aniversariante. Não era propriamente uma festa, pois no condomínio isso não é permitido, era uma comemoração com música baixa e sem alarde.
Depois que todos comeram, beberam e jogaram muita conversa fora, nós convidados batemos em retirada, porque ficou evidente que a Amanda e o anfitrião queriam ficar sozinhos para curtirem uma festinha particular, tamanho era o grau de agarramento. Eu saí logo depois do outro casal que morava ao lado, o seu Ramon veio junto comigo e pediu para eu o acompanhar até o seu apto, pois ele queria falar comigo a respeito do meu aluguel. Primeiro eu fiquei com um sentimento de revolta: "Será que ele já quer aumentar o meu aluguel?" Pensei. Depois fiquei preocupada que ele viesse novamente com aquele papo de ficar comigo. Eu fui para resolver a parada de uma vez, fosse qual fosse o assunto. Assim que entramos eu percebi que ele trancou a porta e discretamente colocou o chaveiro no bolso da calça, mas falhou na tentativa de que eu não notasse. Não fiquei muito preocupada, visto que ele bebeu muito durante a festinha, achei que não teria dificuldade em defender-me de um bêbado.
Como eu já havia suspeitado a conversa seria sobre vida a dois. Ele veio com um discurso longo e que deveria ser efeito do excesso de álcool. Falou que era um homem sozinho, sem filhos ou parentes e que não viveria muito mais em decorrência de um problema em seu coração; havia sido alertado pelos médicos. Ele deixaria todo o seu patrimônio para sua futura companheira, no caso eu se eu aceitasse morar com ele, herdaria aquele prédio onde morávamos e as suas aplicações bancárias. Eu só o lembrei sobre a fama que eu também herdaria "A putinha do senhor cubano". Ele deu a "brilhante" ideia de mudarmos de estado ou até de país. Como se isso resolvesse alguma coisa. Uma garota com praticamente o terço da idade de um coroa seria o centro das fofocas em qualquer parte do mundo, eu falei para mim mesma.
Deixei ele terminar sua proposta. Ele concluiu dizendo que como compensação eu lhe daria alguns anos de relação amorosa (sexo, claro), o respeitaria e seria uma esposa fiel.

A primeira parte da proposta (a de ficar com seu patrimônio) eu gostei. A segunda parte (passar anos fazendo boquetes naquele senhor) eu não gostei nadinha. Para piorar ele queria a minha fidelidade, isso seria quase impossível. O tio cubano estava forçando um pouquinho demais a barra.
Gente, eu não sou uma vadia e nem tenho problemas psicológicos (eu acho), mas com certeza eu tenho um problema biológico, é algo forte demais dentro de mim que coloca meu desejo sexual acima de qualquer senso de pudor ou fidelidade com meu parceiro. Os meus pontos fracos são as relações não socialmente aceitas e os homens proibidos pra mim. As situações de risco me atraem como um ímã e as promíscuas são como entorpecentes que me fazem delirar. Não importa se o penhasco é alto demais para pular, salto de cabeça em busca do prazer.
Bom, não embarcaria nessa, primeiro porque eu não seria capaz de ser uma esposa fiel, estava anos luz além das minhas possibilidades. Segundo e último: eu não queria magoar o homem. Apesar das suas atitudes pegajosas, ele sempre foi legal comigo e nunca me faltou com o respeito. Porém, apesar de sua simpatia e educação, eu tinha medo dele, havia algo em sua aura que eu não conseguia decifrar, então era melhor eu não me envolver com o cubano e não prometer algo que não fosse capaz de cumprir. Minha resposta foi a de que havia uma pessoa me esperando no Brasil e eu voltaria em breve após cumprir minha pequena jornada no território americano.
Depois de uma nova tentativa e minha nova recusa, ele partiu para a tática do dinheiro. Daí eu tive a certeza de que aquela conversa de casamento era papo furado, ele só queria me comer. Ofereceu-me 500 dólares para transar com ele. Eu recusei, disse que não era garota de programa. Ele disse que já sabia do meu trabalho no restaurante e que as garçonetes são garotas de programa.
— Fique tranquila, Niña, não estou recriminando. — Ele completou dizendo que era uma pena que fosse naquele lugar, do contrário ele viraria freguês. Só não quis explicar os motivos de não querer frequentar meu local de trabalho; ainda bem, pois eu sairia de lá, ou mudaria de casa, de tão desconfortável que ficaria.
Ele estava com a ideia fixa de transar comigo naquele instante. Tentei dissuadi-lo, disse que era difícil para mim ter relações com pessoas tão próximas e da minha convivência particular. Ele jogou pesado, disse que me pagaria mil dólares. Aquilo virou uma luta em que ele atacava com dinheiro e eu me defendia com argumentos não muito convincentes.
Ainda que a sua oferta fosse o equivalente a uma noite inteira de trabalho abrindo as pernas no hotel, não era o suficiente para amenizar o constrangimento que seria continuar morando ali.
Ele fez uma oferta final e uma chantagem emocional que soava mais como ameaça. Disse que me pagaria 1.200 dólares para eu transar com ele e se eu recusasse seria porque o achava um nojento repugnante, já que ele sabia que eu ganhava 150 dólares por cada programa de 1h durante as noites de sextas e sábados no Ômega hotel. Olhei para ele com os olhos arregalados e expressão de surpresa, ele estava muito bem informado a meu respeito. Fiquei preocupada e refleti um pouco, o coroa não era nenhum ser repugnante e até era limpinho, hahaha. Ele ser um cinquentão também não era problema, sempre tive uma queda por homens de meia idade. Eu faria isso, mas não era somente pela grana, era para evitar transtornos, pois eu tinha medo do cubano, sentia até arrepios quando ele olhava seriamente no fundo dos meus olhos. Também não era oportuno mudar de casa naquele momento e às pressas. Então bora trabalhar como uma boa profissional. Ele seria só mais um cliente, um cliente que estava pagando bem. Iria tentar divertir-me e faria valer a pena para ele.
— Ok, seu Ramon, eu aceito os 1.200 — posso usar seu banheiro antes?
Ele ficou cheio de sorrisos, disse para eu usar o banheiro do seu quarto.
Fui na direção indicada por sua mão, a porta estava encostada. Quando adentrei o cômodo fiquei todinha arrepiada e nem foi pelo cheiro que lembrava casa de umbanda, foi por causa de um tipo de santuário em um canto do quarto. Era algo como uma miniatura de templo e havia uma escultura feita de barro, um busto bizarro com uma carranca satânica que lembrava um bode de chifres enormes, mas tinha seios de mulher. Desviei o olhar de imediato, aquela coisa olhava pra mim e parecia estar viva, que medo. Aff! Senti um calafrio como se um vento gelado atravessasse o meu corpo.
Ao abrir a porta do banheiro eu dei de cara com uma Jacuzzi enorme, até esqueci a carranca e só pensei em relaxar deitada naquela coisa. Eu induziria o cubano a entrar na hidro comigo, pois o dia foi quente e um banho lhe cairia bem, já que eu não estava a fim de sentir odores e nem sabores estranhos durante o meu trabalho. Eu também estava suadinha, mas era por causa dos momentos de tensão. Depois do xixi voltei para a sala.
— Uau! Sua hidro parece uma piscina, vamos tomar um banho juntos?
Claro que o safado curtiu a ideia. Eu pedi para ele preparar seu famoso "mojito havano" para nós enquanto eu colocava a bicha para encher d'água.
Voltei para o banheiro e passei batido pelo quarto sem olhar para o bode mal encarado. Abri os registros da água, tirei a minha roupa, mas lembrei que estava sem minha bolsa e sem as capinhas protetoras. Enrolei meu corpo em uma toalha e fui até a cozinha.
— Você tem preservativos, né? — perguntei enquanto ele terminava de preparar nossa bebida. Eu teria que saber, caso negativo buscaria em minha casa. Ele disse que tinha. Seu olhar devorou meu corpo envolto pela pequena toalha. Eu peguei um dos copos em sua mão e beberiquei olhando de maneira bem safada para ele.
— Está uma delícia. O senhor sabe mesmo como preparar um drink, seu Ramon. — Ele pediu para chamá-lo apenas de Ramon.
Eu disse: "ok Ramon". Voltei minha atenção e fiz um elogio a sua geladeira duplex. Fui até ela e perguntei se poderia abrir. Ele respondeu que sim, mas não era uma duplex, era uma adega ao lado de uma geladeira. A porta que abri primeiro era do refrigerador. Gente, tinha mais coisa dentro dela do que eu costumo consumir em três meses. Depois abri a outra porta… Caraca mano! Tinha tanta bebida boa e cara, várias delas faziam parte do cardápio do restaurante em que trabalho e eu já provara algumas. Claro que eu fiz um charminho apelativo só por diversão. Fiquei apontando e comentando cada garrafa de bebida que eu conhecia. Quando cheguei na parte de baixo eu dobrei o meu corpo e a minha bunda ficou quase de fora, pois a toalha não cobria o suficiente. Percebi o vulto do homem chegando por detrás de mim e tomei um sustinho ao sentir sua mão invadindo minha privacidade e tocando a minha xota. Eu relaxei, continuei quietinha e deixei ele se divertir massageando com o dedo a minha fenda úmida. Ele arrancou-me um gemidinho gostoso quando me penetrou com seu dedo mau. Rebolei em sua mão com movimentos suaves dos meus quadris.
O ar frio da adega estava suportável, já que a noite estava quente, mas uma mistura de odores semelhante a mofo era incômodo. Sugeri irmos para o banho, ele concordou e abriu caminho para que eu fosse à frente. O homem deteve meus passos quando estávamos ao lado da cama, pegou meu copo e o colocou sobre o criado mudo ao lado do seu.
— Nos banhamos depois, hermosa — disse o cubano já partindo pra cima de mim.
Levei um susto que até soltei um gritinho quando ergueu-me em seus braços e colocou-me de quatro na cama. O pior é que foi de frente para aquele bode. Abaixei meu olhar e arrepiei de tesão quando ele enfiou a cara na minha bunda e começou a me chupar. Abri minhas pernas facilitando para ele e enfiei minha cara no travesseiro para gemer gostoso sem chamar a atenção. Foi o maior bom sentir a volúpia das sugadas em meu sexo e o penetrar de uma língua remexendo o meu clitóris… Ah! Foda-se dele não ser o parceiro ideal, estava curtindo. O coroa estava me enlouquecendo com sua língua frenética… gozei na boca do homem segundos depois.
Ainda contorcia meu corpo sentindo os prazeres do meu clímax quando ele passou seu braço esquerdo pelo meu ventre segurando-me firme e introduziu seu pênis em minha vagina melada de saliva. Eu quase deixei passar batido e remexi vadiamente ao sentir aquele membro me penetrando, no entanto eu tentei me libertar e disse que sem camisinha não rolaria. Consegui desvencilhar-me dele que afrouxou a pegada, caiu na real e foi pegar o preservativo.
Meu programa com o cubano foi abaixo da média, apesar dele ser experiente e viril. É que deveríamos ter deixado a hidro só para os instantes finais daquele trabalho, pois os jatos de água morna abateram a arma do homem depois da primeira transa. Como ele pagaria uma quantia maior que o equivalente a uma noite inteira de rala e rola no hotel, eu continuei sendo a profissional exemplar e trabalhei aquele pinto com minha boca e mãos delicadas até deixá-lo ativo novamente. Mas depois eu que conduzi o ritmo, gozei e o fiz gozar. Deixei-o satisfeito, com certeza, e também finalizado depois de um programa de quase duas. Peguei a grana que obtive merecidamente e fui embora para o meu cantinho repousar, pois de manhã começaria uma nova semana de trabalho.

Continua…

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