quinta-feira, 14 de junho de 2018

16 - Bilhete Premiado

Era o meu terceiro e último programa daquela noite de sexta-feira. O primeiro foi a domicílio, já os dois últimos foram no motel costumeiro. Desta vez o castigo do meu chefe foi deixar-me no batente a noite toda: os três clientes me tomaram muitas horas. "Sussa, já tive noites piores que essa"— pensei resignada —. Pelo menos a grana valeu a pena.
Sai do quarto minutos depois do meu cliente e fui em direção ao táxi à minha espera. Ao aproximar-me da saída percebi que havia uma treta com vários personagens: um carinha dentro de um carro obstruía a passagem e era hostilizado por um homem que esbravejava com o tronco para fora da janela
de um carrão. Estava irado porque não tinha como passar com o seu possante. Um funcionário do motel aconselhava o carinha a sair dali, já a acompanhante do cara do carrão estava completamente desconfortável e tentava esconder o rosto.
Cheguei pertinho quando reconheci o culpado pela confusão: um gatinho de cabelos negros, que tinha no máximo 18 aninhos e que era muito delicinha. Era o garoto do
meu chá de casa nova, o qual eu tirei a virgindade. Pedi calma aos dois homens e fui falar com o menino.
Ele estava bebinho. A quantidade de álcool era facilmente perceptível pelos seus olhos em brasa e movimentos desconcertados. T
ropeçando nas palavras e com um bafão de cana, raivosamente desabafou que era seu niver de 18 anos e que tudo deu errado. Começou a comemoração em um barzinho na companhia de sua turminha. Depois que o boteco fechou e os colocaram pra fora, ele resolveu esticar a noite em outro local, somente ele e sua namoradinha virgem.
A garota não tinha noção para onde ele a estaria levando, quando viu as luzes neon que deixava claro que o local era para "dar umas com força" (trepar, no caso), a novinha teve um "piti" e o largou sozinho naquele Oásis do prazer.
Meu Amiguinho errou ao não revelar onde a levaria, e persistiu no erro levando a garota sem seu consentimento. Ainda tinha o detalhe de que ela não poderia entrar por ser menor de idade.
O doidinho continuou vacilando quando entrou pelo portão de saída do motel. Após o surto da garota que indignada desceu do carro e foi embora a pé, ele ficou parado no local bloqueando a passagem, posto que ficou com raivinha de um cara que lhe dava ordens para sair da frente.
Vishi! Quando chegou o Toninho Mamute — o cara que faz a segurança das meninas — eu vi que não ia prestar. Após se inteirar da situação o brutamontes partiu pra cima do menino que voltou a xingar dizendo que não ia sair.
Antes que o Toninho o agredisse eu falei que o menino era meu conhecido e eu o levaria para casa.
— Esse moleque é folgadinho, Mila. Deixa comigo que ponho o pivete pra correr e jogo essa lata velha lá fora.
O Toninho era conhecido por Mamute não apenas por ser peludão, mas também por ser enorme: 2 metros de altura por 1 de largura (isso com os braços cruzados). Ele jogaria mesmo o carro na rua só com um chute.
Pedi com jeitinho pra ele relevar que eu faria o gatinho ir embora. O meninão só estava frustrado, pois a noite não rolou como ele queria. Além do mais ele era inofensivo, falei:
— Olha como ele é fofo. Até parece um bichinho de pelúcia. Vou levar ele pra casa e por pra dormir em minha cama. — Ninguém riu comigo.
— Ele parece mais é um nóia — falou o cara do possante.
— Eu sairia fora desse vira-lata, mas você é quem sabe, Mila — disse o Toninho.
Convenci o garoto, meio na base do empurrão, a ir para o banco do passageiro, assumi o volante e ao mesmo tempo em que saía de ré ia me desculpando com o pessoal em nome do menino. Pedi para o Mamute dispensar meu táxi, joguei-lhe um beijo e levei o aprendiz de bebum pra minha casa.
Estacionei na rua defronte ao prédio, não poderia guardar o veículo na garagem. "Espero que ele ainda esteja aqui quando raiar o dia", desejei. O Palio era velhinho e seu primeiro carro. O pai lhe deu como presente de aniversário. Logo após descermos e darmos dois passos… Argh! Ele vomitou muitão (felizmente não foi em cima de mim ou dentro do meu apto). Fui escorando o gatinho que mal conseguia manter-se sobre as pernas e subi até meu andar. Apesar de ter sido penetrada em todos os buracos naquela noite, eu ainda me pegaria com o meninão se ele tivesse condições, no entanto ele deitou e apagou assim que o deixei no sofá. Fui buscar um travesseiro e uma manta para cobrí-lo. Tirei seu tênis e o ajeitei no sofá. Em seguida também fui dormir, era quase 4 horas da manhã e estava só o caco.

Alguém me acordou, era o menino ao lado da minha cama.
Passava das 10 da manhã. Ele não se lembrava de quase nada do que tinha aprontado e como chegou na minha casa. Resumi em segundos, estava morrendo de sono e quase não conseguia abrir os olhos. Já os dele estavam bem abertos mirando meus seios quase de fora do edredom, visto que eu durmo pelada. Ele perguntou se o Palio que ele viu pela janela era o dele. Disse que sim. Depois quis saber se poderia tomar um banho, falei que tinha toalhas limpas e escovas de dente novas no armário do banheiro, além de um roupão masculino e que ele ficasse à vontade. Era para ele me acordar depois do seu banho que eu iria fazer o café pra nós.

Ele voltou a me chamar pouco depois das 11h.
— Nossa! Você ficou muito gato vestido com este roupão. Vem, senta aqui! — falei em tom de provocação.
Confessei que o curti de montão naquele dia da suruba e sonhava com um bis. Quando perguntei se ele gostaria de repetir a dose ele fez uma carinha de desilusão e disse que não tinha grana, havia gasto quase tudo no bar.
— Você sabe que é bem gatinho, né? Então, que tal a gente se curtir agora e não pensar em grana?
Não esperei sua resposta, joguei meu edredom no chão e puxei aquela delicinha pra cima de mim e beijei seus lábios finos e macios.
— Huuumm! Tá tão "xeloso" — brinquei com ele.
Enquanto ele percorria com os olhos o meu corpo nu, eu abri seu roupão e o incentivei a tirar. O abracei quando deitou ao meu lado e rolei com ele curtindo aquele corpo macio em contato com minha pele. Saboreei cada beijo e cada carícia antes de ajeitar os travesseiros na cabeceira da cama para ele se apoiar. Preenchi minha boca com seu pinto novinho de tamanho adulto e fiquei enlouquecida de desejos de senti-lo em mim. Sem demora sentei sobre ele fundindo nossos sexos. A transa que tive a seguir com aquele garoto foi diferente de todos as outras: não tinha pecado, era tipo algo inocente como uma paixão adolescente. Foi além de mágico. "Como ele consegue ser tão gostosinho".
O amei em minha cama por mais de uma hora, até que ele reclamou de fome.
Depois daqueles momentos iniciais de atividade de "alto impacto", levei o gatinho para a cozinha, iria alimentá-lo. Quem sabe ele ficaria animado e fortinho para um segundo tempo.
Ele era tão bom de cama como de mesa, comeu que nem gente grande.
Fim do intervalo, fui pra cima dele que ainda estava sentado à mesa. Fiquei em pé deixando ele entre minhas pernas, abri meu robe, depois o dele e sentei em seu colo e o envolvi deixando seu rosto colado aos meus seios e o cobri com o tecido de seda. Ah! Sua boca quente em meus seios arrancou meus gemidinhos. Foram segundos para seu pinto enrijecer. Eu o direcionei e introduzi em minha boceta e sincronizamos nossos movimentos suaves, sem pressa e de puro tesão.
Este garoto me enlouqueceu, eu queria tudo e de todas as maneiras.
Quando sai de cima dele, rapidamente tirei a louça de cima da mesa, livrei-me do robe e deitei o tronco sobre a mesa oferecendo a minha bunda pra ele.
— Vem fofo, acaba de me matar.
Ele se aproximou e roçou em minha xota; não era ali que eu queria, direcionei seu pau durinho em meu outro orifício. Ai! Estava sequinho, precisava de uma lubrificada. Ajoelhei aos seus pés e brinquei com minha boca em seu pau o lambuzando exageradamente com minha saliva, coloquei mais um pouquinho de saliva em minha mão e passei em meu buraquinho. Fiquei novamente em posição na mesa e olhei para trás com carinha de cachorrinha abandonada:
— Vem amor! — meu pedido foi quase uma súplica.
Ooooh, Deuuuss! Senti-lo deslizando inteirinho e chegando ao fundo de minhas entranhas foi como chegar ao paraíso. Segurei firme na beirada da mesa enquanto absorvia e saboreava suas estocadas. Não necessitei de apertos nos seios ou dedos no clitóris para chegar ao gozo. Nem o seu membro longo, roliço e morno foi o fator mais importante, o fundamental foi saber que era enrabada pelo gatinho, era o suficiente para ficar em estado de êxtase com meu corpo inteirinho tremendo e curtindo mais um orgasmo. Minhas pernas amoleceram assim como o meu corpo todo. Fiquei quietinha saboreando pequenos choques de prazer. Estava satisfeita e só queria morrer em paz. Contudo, antes de praticamente apagar tendo meu tronco sobre a mesa, ainda consegui murmurar:
— Uaau, gato! — então, sobre a grana… quanto eu te devo?
Um tempinho mais tarde, após o gatinho ir embora, fiquei temerosa que ele tivesse feito um estrago em meu peito, pois já sentia a sua falta, mas o meu sentimento não vinha do coração, vinha do meu sexo que desejava aquele menino e queria ter muito mais com ele, havia muita química entre nós. Acho que vulgarmente chamam isso de amor de pica.

Mais tarde… Ainda naquele sábado, depois que acordei de uma soneca gostosa, decidi abrir a maleta e valise. Comecei pela maleta que trouxe da pousada, tinha um cadeado que eu não tinha a chave, mas não seria problema, pois eu abriria o zíper — santa internet que ensina tudo — enfiei a ponta da caneta forçando o zíper e… sussa, penetrou. A seguir foi só deslizar a Bic para o lado, abrir a coisa e perceber que foi pura perda de tempo. Dentro só havia um par de sapatos e uma muda de roupas, nem ao menos um bombom para compensar o meu esforço.
Já a valise não tinha zíper e era muito mais robusta. Para piorar, era fecho duplo com segredo de três dígitos. Nem perderia meu tempo tentando as combinações, partiria logo para a ignorância. Peguei minha faca Tramontina (tipo peixeira) e com um sorrisinho maligno igual ao do "Chucky" parti pra cima da danada.
Que droga! Minha faca quebrou e não abri nem o primeiro fecho.

Pouco depois voltei da portaria munida de uma chave de fenda enorme e um martelo que peguei emprestado com o Geraldo (o porteiro). Várias porradas depois, um grito de dor e palavrões, pois acertei uma martelada na mão, o negócio enfim estava aberto.
Caraca mano! A valise estava cheia de dólares. Assustada eu fechei o bagulho rapidinho e olhei para a janela me certificando de que a mesma estaria fechada. Aguardei um pouco enquanto as batidas do meu coração voltavam ao normal. Abri novamente bem devagar. "Jeeesus, quanta grana". Comecei a contar os maços, eram 25 com 10 mil em cada um deles. Tinha 250 mil dólares, um quarto de milhão de notas de 100 aparentemente novas. Fiquei na dúvida se era dinheiro falso ou verdadeiro.
No compartimento interno para documentos havia um bloco de papel com algumas anotações que provavelmente só o Matheus poderia decifrar, menos a última anotação que era a data e horário de um voo para Frankfurt/Alemanha partindo de Cumbica/Guarulhos na quinta-feira seguinte ao seu desaparecimento. “Será que viajou em segredo e não contou nem para mim? E o aluguel do meu apto e outras contas que é ele quem paga, como ficaria?”
 Era muita coisa para pensar ao mesmo tempo, naquele momento eu queria era saber se a grana era verdadeira. Tirei 300 dólares, três notas de três maços diferentes. Iria pedir para alguém de confiança verificar se era dinheiro de verdade. Escondi aquela pequena fortuna e só depois que soubesse se era tudo verdadeiro é que decidiria o que fazer. Se fosse falso eu já sabia, queimaria de imediato antes que fosse presa como falsária.

Desde o sumiço do homem, diariamente eu tinha a impressão de que estava sendo seguida, provavelmente isso estaria relacionado ao Matheus e ao dinheiro. Quanto mais pensava no assunto, com mais medo eu ficava. Com certeza estaria correndo perigo e era hora de dar um perdido para bem longe. Peguei meu passaporte em uma gaveta no guarda-roupa para conferir as datas. Maravilha! Faltavam anos para vencer; lembro que minha mãe teve problemas na época em que iríamos para Orlando, pois seu passaporte venceria em 5 meses e o prazo de vencimento para viajar para os estados unidos é de no mínimo 6 meses. Ela teve que renovar.
Olhei a data do meu Visto (Visa) e também venceria depois de alguns anos, beleza.
Nos próximos dias eu cuidaria dos detalhes para encerrar o contrato e entregar o apartamento, também encerraria meu vínculo com a agência.
Depois era só comprar a passagem e #partiuUSA.

Continua…

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