segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Libertada pelo “Viagra”

Depois de eleito o meu patrão disse que os nossos encontros sexuais seriam em um motel em Bauru, teríamos mais conforto, segundo ele. Captei a mensagem: o vereador não queria mais correr riscos abusando de mim na garagem de sua casa.

— Eu ainda não tenho idade para entrar num motel. 

— Não tem problema, o dono é um velho conhecido e me deve dinheiro e favores. 


***


Na semana seguinte, em nossa segunda visita ao motel em Bauru, o coroa havia optado pelo pernoite. Precisei contar mais uma das minhas mentiras aos meus avós para poder dormir fora. Eu não queria nem imaginar a reação do vovô se ele soubesse que na verdade eu passaria a noite na cama com seu amigo, e mais uma vez seria obrigada a abrir minhas pernas pra ele. Aquela chantagem abusiva era a cruz que eu tinha que carregar, no entanto, ela tornou-se lucrativa após as eleições. Eu recebi um presente em nossa primeira vez no motel: um colar curto de prata com um pingente. Nesta segunda visita ele me deu uma tornozeleira também de prata. Ambos os presentes são semijoias e de baixo valor, mas pelo menos não são apenas bijuterias. Talvez a generosidade do coroa fosse por estar sentindo algum peso na consciência. Só não gostei é que ele deu a entender que me prendeu pelo pé e pelo pescoço. Estava me sentindo uma cadelinha.

Continuei fazendo a minha parte e procurei dar o meu melhor naquele encontro, tinha meus motivos pra isso. Fui carinhosa o presenteando com um boquete animal que o fez uivar de prazer ao gozar em minha boca. Fui envolvente tirando minha roupa e dançando sensualmente. Recebi seu aplauso por meu striptease bem sacana. Transformei-me na personagem mais fogosa e impetuosa ao sentar no seu pau e cavalgar subindo, descendo, rebolando, gemendo e gritando como uma insana. Ele gozou e ficou ofegante, mas seu pau continuava rígido que só. Eu continuei bancando a enlouquecida quicando, mexendo meus quadris sem parar e pedindo pra ele bater na minha bunda, me chamar de puta, vadia, vagabunda. O homem me obedecia, ele estava dominado. Senti que era a dona da situação e continuei imprimindo um ritmo exagerado àquela atividade sexual.

Por fim ele gozou novamente, era a segunda sem tirar de dentro e sem pausa para respirar. Percebi seu tremendo esforço para chegar nessa última gozada, o coroa estava passando mal. Só de sacanagem eu saí de cima dele e fiquei de quatro sobre a cama. Fiz cena implorando que me pegasse por trás.

— Vem amor, põe na minha bunda, por favor, veeem!

Ele fez uma expressão de dor, disse que precisava respirar um pouquinho e logo estaria bem. Virou pro lado. Aproveitei para ir ao banheiro.

Quando voltei minutos depois o tiozão estava dormindo. Em outros encontros eu teria achado ótimo, mas naquela noite havia planejado manter o coroa ativo por mais tempo, mesmo que para isso eu tivesse meu rabo arregaçado por aquele pau grosso.

Joguei-me na cama de propósito para ver se ele acordava… Nem se mexeu, tinha apagado mesmo. Ainda fiz algumas graças mexendo com o tio, mas nem cócegas ele estava sentindo. Eu adormeci também.


Já era dia quando acordei de um sonho em que o seu Reginaldo havia morrido. Ao olhar do lado… “Ai meu Deus! Que pesadelo. Este homem ainda está vivo!?”. Pensei desanimada ao vê-lo dormindo ao meu lado. Ainda estava pelado e descoberto. Chamei por ele uma, duas vezes e o traste nem resmungou mesmo após eu dar um tapinha na sua bunda. Sentei na cama e peguei em seu ombro o balançando. Putz! O homem estava tão pálido que até assustava. Dei outras chacoalhadas chamando por seu nome… Nada. Caralho, bateu um medo! “Será que o coroa morreu mesmo?”. Pensei sentindo um misto de preocupação e um alívio pela suposta libertação. Fiquei observando por um tempinho e percebi que  ele não respirava. “Calma, Mila, muita calma!” Falei comigo mesma. Precisava manter a cabeça fria para fazer tudo como já havia planejado.


Depois de ter certeza de que ele bateu as botas, dei uma geral na suíte, me arrumei, e só então liguei para a recepção. Disse que precisava falar com o gerente. Depois que ele me atendeu eu solicitei a presença do dono do estabelecimento, comentei que o seu Reginaldo exigia a presença dele em caráter de urgência e só falaria se fosse com ele, pois era de extrema importância e muito particular. Educadamente insisti no meu pedido sem revelar a morte do homem. O gerente do motel foi o único que presenciou nossa entrada, em razão de não passarmos pela recepção, usamos a garagem privativa do proprietário. Fiquei aguardando a presença do chefe.


Quando ele chegou eu pedi que entrasse sozinho no quarto. O homem ficou transtornado ao constatar o óbito. A morte do seu Reginaldo em seu motel lhe traria um monte de problemas. E o seu estabelecimento poderia ser fechado se viesse a público que eu ainda não tinha 18 anos.

— Algum dos meus funcionários sabe sobre isso?

— Não senhor, não contei nem pro gerente, pois eu sei que o assunto é delicado. Por isso insisti que viesse.

— Você fez bem.

Ele me deu instruções que eu concordei plenamente, já que me tiraria daquela treta.

Primeiro eu o ajudaria a vestir o morto, o levaríamos até a garagem da suíte e o colocaríamos deitado no banco de trás do carro em que viemos. Eu iria com ele na frente. 

O próximo passo foi seguirmos com o carro até uma rua secundária, distante e sem movimento. 

Lá chegando, nós colocamos o cadáver do seu Reginaldo no banco do motorista, pareceria que ele passou mal enquanto dirigia. Antes de sairmos fora ele me deu um pano e juntos limpamos todas as partes que poderiam ter nossas impressões digitais. Já havíamos feito o mesmo no quarto, inclusive, eu também havia feito isso antes dele chegar, mas não comentei nada. 

— Lembre-se, moça, você nunca esteve no meu motel — disse ele.

Depois caminhamos de volta à avenida principal. Ele disse que eu teria que caminhar uns quinze minutos e chegaria a um posto de serviços. Lá eu conseguiria um táxi que me levaria para Brotas. Era para eu agir como se nada tivesse acontecido. Ele nem precisava falar isso, pensei.

O homem seguiu em sentido contrário ao meu. 


Dentro do táxi, a caminho de casa, recordei meus últimos momentos com o seu Reginaldo: assim que pegamos a estrada em sentido à Bauru, fingi parecer-me animada com a noitada.

— A gente vai se divertir a noite toda, né?

— Claro, anjinho, e lá você pode dar seus gritos à vontade.

Disse pra ele que seria bom uma bebida leve pra gente passar a noite.

— Eu sei fazer o melhor mojito que você já provou.

Ele disse que nunca havia provado nenhum. “Não sabe o que está perdendo”, falei. Expliquei que era saboroso por conter rum, porém não era forte, pois tinha duas partes de água com gás. O convenci a parar em um mercado para comprarmos uma garrafa de rum branco, água com gás, açúcar e limão. Já tinha comigo um pouco de hortelã que peguei na horta da vovó.


Semanas antes eu havia flagrado o seu Reginaldo tomando as pílulas azuizinhas minutos antes de termos relações sexuais. Ele  tem pressão alta, mas isso não ajudou a livrar-me dele inserindo uma dose extra das pílulas em sua bebida. Eu já tinha feito a tentativa sem sucesso. No entanto, fui informada que doses elevadas de um elemento ativo dos estimulantes sexuais vendidos pela internet, contendo a mistura de substâncias perigosas, o deixaria propenso a sofrer um infarto.

Da outra vez que tentei com as pílulas azuis, eu havia moído duas e coloquei o pó em sua bebida, mas não foi o suficiente para abater o coroa. E deu ruim: o danado ficou mais ativo e minha bunda é quem sofreu as consequências naquele dia.

Desta vez eu trouxera comigo um tubinho do pó chinês. Coloquei tudo em seu primeiro mojito preparado por mim. Somado ao estimulante que provavelmente ele tomou antes, e o desgaste obtido com nossa transa de alto impacto, foi como uma bomba implodindo em seu organismo.


***


Tive o meu primeiro encontro com o pai do Lucas, após a morte do seu Reginaldo, somente dias depois do enterro que não demorou a acontecer, pois a investigação sobre a causa da morte foi rápida e constataram como infarto. “Acho que todo mundo estava com pressa de livrar-se daquele tirano. Esta turma deveria me agradecer”, pensei. Foi só então que tive a oportunidade de contar ao meu cúmplice toda a história do meu último encontro com o meu falecido patrão, e com detalhes. Deduzi que o seu Durval estava tentando achar alguma falha minha.

Relatei que mandei descarga abaixo tudo que foi possível e que poderia comprometer-me. A seguir lavei muito bem com água e sabão os copos e também o tubinho do pó chinês que ele havia me dado dois dias antes. Fiz uma limpeza geral na suíte. Só então liguei para a recepção.

— Ainda bem que não precisei fazer um exame de corpo de delito, pois tinha porra daquele nojento até no meu estômago.

Ele não achou graça.

Eu continuei:

— Levei comigo o restante das coisas que havia trazido para o motel. Discretamente joguei fora o tubinho e tudo mais no caminho de volta pra casa.

— Ótimo, menina, você é inteligente.

Sobre o celular do homem eu falei que já havia tentado fuçar nele anteriormente lá na loja, em razão do homem ter dito que guardava na nuvem as imagens de sexo que tive com meu padrasto. Porém tinha um PIN para liberar o acesso, então não consegui ver nada. Ele não levou o celular pro motel nem desta vez e nem da outra, então não tive  uma nova oportunidade — expliquei.

— Maravilha, acho que você seria uma excelente assessora. Pensarei com carinho assim que tomar posse em janeiro.


Fim… Por enquanto.


domingo, 22 de novembro de 2020

Reunião Erótica e um Plano Secreto

O coroa estava dando mole demais me “filmando” sem parar com seus olhos de tarado. A expressão da mulher ao seu lado lembrava os psicopatas das séries policiais da TV quando estão a ponto de atentar contra uma nova vítima. Eu fiquei na minha proseando com os meu colegas do comitê eleitoral. Estávamos em um jantar comemorativo composto por algumas pessoas diretamente envolvidas na vitória do partido naquela eleição ocorrida há duas semanas. O acontecimento era em uma churrascaria da região. O coroa tarado era o pai do Lucas (seu Durval), e a mulher era a mesma que tentou me matar no dia da eleição. Apesar dela negar isso.

E não deu outra, a dona deu um novo show de ciúmes e falta de controle. Bateu boca com o marido e só não veio pra cima de mim porque a turma do deixa disso contornou a situação e os dois foram embora mais cedo.

O jantar acabou uma hora mais tarde. Peguei uma carona com um casal que passaria próximo da minha casa. Desci na via principal e fui caminhando as duas quadras adentro. Ouvi o motor de um carro se aproximando e parando ao meu lado. Não vi quem era de imediato, por conta dos vidros filmados, mas conhecia aquele carro. A porta do passageiro se abriu, era o pai do Lucas, como eu havia suspeitado. 

— Entra, linda! Vamos conversar um pouco.

— O senhor estava me seguindo?

— Não, estava te esperando.

Eu entrei e a conversa inicial foi sobre o meu patrão.


O seu Reginaldo (meu patrão) ao ser eleito vereador aumentou seus poderes e ficou mais autoritário. Como se já não bastasse o poder econômico que ele possuía a seu favor. Imagine o que será depois que ele tomar posse, pensei apreensiva. “Essa nuvem negra da chantagem sobre a minha cabeça persistirá por muito tempo”, suspirei desolada. Contudo, isto não estava impedindo que eu desfrutasse de alguns momentos felizes proporcionados pelos raios de sol que conseguiram furar aquela barreira sinistra em um dia ou outro quando eu estava distante daquele tirano.

Por outro lado, aquela situação incômoda ficou lucrativa, talvez porque ele passou a usar antecipadamente o dinheiro do contribuinte para me presentear. Isso não me impedia de continuar intensificando os meus esforços para dar um fim àquela situação de submissão.


Depois do resultado das eleições eu ganhei um aliado fortemente engajado e também interessado em se livrar do “Peroba”, era o nome que eu e o pai do Lucas combinamos para nos referirmos ao vereador. Toda e qualquer questão referente ao meu patrão só seria discutida pessoalmente. A pedido dele, nós não teríamos nenhum tipo de contato telefônico ou por mídias sociais, seja qual for a gravidade do assunto.


Aquele era o nosso primeiro encontro secreto após o acordo feito. E foi assim, meio de improviso, eu não sabia que ele viria. Primeiro seu Durval deu a ideia de filmar minhas transas com o vereador para dar um contra golpe na chantagem. Eu descartei de imediato, já que eu e minha família teríamos muito mais a perder. Eu não correria o risco de expor meus avós. Além disso, o seu Reginaldo é uma raposa velha e não me deixa levar o celular em nossos encontros. O doido até revista a minha bolsa se eu estiver portando uma — expliquei pra ele.

Desconfiei que o coroa não tinha ideia nenhuma para aquela reunião fora de hora, e que só queria transar comigo naquela noite.

— Você está irresistível neste vestido, é perfeito para o seu corpo de curvas insinuantes.

— Eu estava esperando o senhor me apresentar uma solução para o meu problema.

— Eu tenho um plano B, meu anjo, tenha calma. Eu quero me livrar do Peroba tanto quanto você.

Aquele homem estava me assustando, eu só queria me livrar da chantagem, mas ele insistia na frase em se livrar do homem. Seu Durval era o primeiro suplente do partido, assumiria a vaga do meu patrão se ele perdesse o cargo de vereador… Ou se morresse.

Nossa reunião de negócios deu uma pausa momentânea, pois ele começou a seduzir-me e despertou meus desejos. Eu havia bebido um pouquinho a mais, estava a menos de cem metros da minha casa e tudo poderia dar errado se eu fosse vista por algum vizinho. Isso me excitou.

Depois do primeiro beijo e amassos iniciais eu pedi que ele fosse em frente e parasse depois da minha casa. Era muro de um lado e uma cerca e plantações do outro. Não haveria janelas com testemunhas e dificilmente passaria alguém naquele horário.

Continuamos com os beijos, dessa vez mais calientes. Meu ímpeto foi além, abri sua calça e chupei o seu pau até ficar rígido como uma barra de ferro e o deixei liso como uma enguia usando a minha saliva como lubrificante. Tirei a minha calcinha e fui pra cima dele sobre o banco do motorista ligeiramente recuado. Seu pau foi direcionado em minha boceta e eu remexi meus quadris o recebendo fenda adentro. Deixei meu corpo descer e "engoli" aquele nervo exposto inteirinho… Ah! Magia pura. Cavalguei gostoso quicando forte e super excitada. Suas mãos suavizaram meus movimentos para evitar uma ejaculação precoce. Durante beijos carregados de volúpia o meu vestido foi baixado até minha cintura e sua boca procurou meus mamilos.  Curti de montão a sensação prazerosa de ter meus peitos sugados e mordiscados.

O momento supremo chegou… Ahhhh! Soltei minha garganta em um gemidinho longo ao sentir meu clímax acontecendo no mesmo instante em que o homem liberou todo o seu sêmen dentro de mim. Banquei a louca novamente remexendo tudo que eu tinha direito. Fui diminuindo dizendo o quanto ele era gostoso e arriei quietinha e abraçadinha a ele com a cabeça repousando em seu ombro.


Vestidos e recompostos depois de alguns minutos, era hora de retomarmos a reunião, apesar de que ambos queríamos mais sexo. Todavia, já havíamos facilitado o suficiente  pra aquela noite.

Ele explicou qual seria o plano B. Gelei, ele queria mesmo se livrar do homem. A ideia já havia passado por minha cabeça semanas antes, mas eu não possuía elementos para um plano eficaz. No entanto, o dele não era muito diferente do meu. Recebi uma orientação de como eu agiria em meu próximo encontro com o vereador, seria na próxima sexta-feira, porém, antes a gente se encontraria discreta e rapidamente no centro para ele me entregar um acessório necessário.

Fiquei de pensar. Se eu fosse ao seu encontro é porque eu embarcaria naquele plano.


Fim, por enquanto.

 

sábado, 14 de novembro de 2020

No Escurinho do Comitê Eleitoral

Acho que perdi meu crush. Bateu um vazio interno ao sentir que ficaria sem uma relação que estava me fazendo tão bem. Sentia-me péssima ao sair do quarto do Lucas, e o culpado era o pai dele. Ainda assim aceitei a carona do coroa para não chegar atrasada na loja. Aproveitei a oportunidade para trocar uma ideia com aquele tiozão tarado.

— O senhor deveria me agradecer por não te acusar de assédio e estupro.

— Eu não te forcei a nada, meu anjo, fui carinhoso e você permitiu. E pelos seus gemidinhos, tenho certeza que gostou. Foi consensual, como dizem por aí. 

— O senhor se aproveitou de mim, chegou entrando de sola me encurralando no meio da noite. Só não armei um barraco porque ia sobrar pra mim, a parte mais fraca. Quais minhas chances contra um “vereador”, né?

— O que aconteceu, minha linda? A gente se deu tão bem horas atrás. Fiz algo que não gostou?

— Você me tratou como uma puta, e eu sou a namorada do seu filho… Ou quase isso.

— Perdoe se agi por impulso, mas desde aquele dia que te vi nua lá em casa eu perdi a razão e só pensava em ter você. Seu rosto de menina nesse corpo sedutor me deixou louco.

— Puta merda! Vocês homens só olham pra gente pensando em sexo?

— Não quis dizer isso, eu te respeito, você é uma joia preciosa.

Baixei as alças do meu vestido exibindo meus seios pra ele. 

— Olhe bem, pois é a última vez que o senhor verá esta joia. Nunca mais tocará neste corpinho. Voltei a me recompor enquanto ele recuperava o volante, pois havia perdido o controle e passeou fora da pista.

— Caralho! Assim você mata a gente. Peço desculpas mais uma vez, meu anjo, reconheço que fui afoito. Deixa eu te mostrar meu lado carinhoso, me dê outra chance pra gente se conhecer melhor.

— Nem pensar, o senhor é a maior roubada.

Nossa conversa ficou repetitiva até ele deixar-me na loja e seguir seu caminho. Não contei pra ele que o Lucas viu a gente se pegando de madrugada. Acho que o filho também não contaria, eu supus, pois o Lucas, além de ser um carinha liberal e desligado do senso de propriedade, vive em seu mundo “Zen” evitando o estresse e curtindo seus baseados.  Além do mais ele depende do dinheiro do pai para continuar sem trabalhar, fotografando e escrevendo por diversão, apesar dos seus vinte e cinco anos.


Fiz tentativas de voltar às boas com o Lucas. Ele não respondia as minhas ligações e mensagens, então tive que ir atrás dele. Aleguei que naquela noite estava bêbada e fui seduzida pelo seu pai. Tentei explicar-lhe que sofro de hipersexualidade  e que, ao contrário do que parece, não sou uma vadia. Eu convivo com meus mistérios psíquicos e minha dependência por adrenalina. É como se eu fosse bipolar, quando sou defrontada com uma relação de risco, ou sexo proibido, algo em mim se joga de cabeça no abismo só visando o desejo carnal, perco a razão e o meu corpo se torna refém dessa vontade.

Ele não acreditou em mim, ainda achou que eu estava zoando com a cara dele e o chamando de idiota. Percebi que seria difícil voltarmos às boas, já que o meu passado me condena. Deixaria quieto por hora.


***


O período de eleições municipais chegou, o meu patrão estava me transferindo temporariamente da loja de conveniência para um dos comitês eleitorais do partido. Ele era candidato a vereador, assim como o pai do Lucas (seu Durval). Fui com seu Reginaldo conhecer meu novo local de trabalho: era uma salão comercial dividido em três ambientes: ante sala, uma sala maior e um mezanino. Só tinha os móveis de escritório, e um sofá enorme no mezanino. Ele olhou pra mim solicitando uma rapidinha. Eu tentei disfarçar a raiva que me consumia ao entender o real motivo da transferência. “Até quando serei escrava deste escroto?”, pensei. Ele foi invadindo minha intimidade, me subjugando e deixou-me de quatro na beirada do sofá. Arriou minha calcinha e brincou com seu pau em minha boceta até que ficou duro. Melecou com sua saliva nojenta, enterrou e se divertiu por dois ou três minutos. Ele gozou dentro e aquela coisa ficou molinha a seguir. Deu um tapa na minha bunda e disse que era hora de irmos embora.

Foi uma das piores transas que já tive. “Odeio este velho”, pensei com desprezo.


Na segunda-feira, meu primeiro dia no comitê, fui treinada pelo Douglas, um homem com menos de trinta. Ele é quem recebia os currículos e analisava o perfil dos candidatos ao emprego de distribuição de “santinhos”. Ele fazia uma entrevista rápida para saber se a pessoa tinha uma postura carismática, uma vez que simpatia é fundamental para conquistar o voto do eleitor. Meu trabalho seria o de ajudá-lo fazendo uma primeira verificação básica nas fichas, telefonar para os aprovados, entre outras coisas.

Também passei  a ter mais contato com o pai do Lucas, por conta do meu trabalho no escritório de campanha, e foi contra a vontade do meu patrão, mas era a minha função atender a todos os candidatos daquele comitê. Ele não conseguia disfarçar o seu ciúme e já estava dando na vista dos demais.

Em  uma das minhas conversas com o pai do Lucas, durante um dia excepcional em que aceitei sua carona ao findar o expediente, eu sugeri que daria outra chance pra ele, mas teria que me dar algo em troca.

— O senhor pode ganhar alguns pontos comigo se me ajudar em um lance.

— Já sei, quer que eu controle a minha mulher que pega no seu pé.

O sem noção nem sabia que eu não estava mais com seu filho.

— Não, o assunto é com o seu cunhado, meu patrão. Aquele dia em que vocês me viram na varanda da casa dele eu estava pagando uma chantagem.

Contei pra ele a história da câmera na garagem e que seu Reginaldo me filmou transando com um homem proibido pra mim. Não disse que a transa havia sido com meu padrasto ou então ele me consideraria uma devassa qualquer.

O homem disse que me ajudaria, pediu uns dias para investigar a respeito.

O seu Reginaldo e seu cunhado Durval eram do mesmo partido e tinham uma disputa interna pelos fundos partidários. O meu patrão tinha a preferência por ter amizades influentes dentro da legenda, além de ter mais dinheiro.


***


Noite do dia da eleição, acompanhando um site que dava o resultado das apurações online, vimos que o partido foi bem votado e meu patrão conseguiu uma das onze concorridas cadeiras da câmara municipal. Ele havia prometido uma grana extra para nós, trabalhadores do comitê, em caso de vitória. Fui fazer uma comemoração particular no gabinete eleitoral.

Durante o início das atividade de alto impacto com meu acompanhante, ele disse ter ouvido um barulho e desceu as escadas em direção a ante sala, só de cueca. A luz acendeu e ouvi uma discussão. A outra voz era de uma mulher conhecida. Em seguida duas outras vozes chegaram de imediato dizendo serem da polícia. A situação lá embaixo parecia tensa. Agachadinha eu aproximei a cabeça da grade para ver o que se passava. Um policial me viu e ordenou que eu descesse do mezanino. Puta merda! Eu havia deixado meu  vestido e lingerie lá embaixo durante um strip-tease na ante sala que fiz para o homem, depois ele me levou em seus braços escada acima até o sofá.

Peguei a camisa dele, era a única peça apropriada para cobrir minha nudez. Vesti e comecei a descer as escadas e errando na abotoação. Ficou tudo torto, pois o policial continuava gritando impaciente e me apressando.

— Moça, venha com as mãos levantadas!

Estava no meio da escada de madeira, visualizei a mulher do seu Durval dominada por um dos policiais. Continuei descendo, estava super assustada e desconfortável vestida apenas com a camisa masculina que foi parar quase na altura da minha periquita ao levantar os braços.


Minutos depois, esclarecido parcialmente aquele incidente, a mulher foi liberada, mas teria que comparecer na delegacia segunda-feira para se explicar ao delegado. Eu não seria obrigada a ir, felizmente.

Ganhei uma carona do meu parceiro sexual daquela noite, o Douglas, meu supervisor. No caminho pra casa ele contou a parte que eu não ouvira no início:

— Aquela mulher doida achou que você estava com o marido dela, segundo disse para os policiais, o seu Durval havia sumido e não atendeu suas ligações. A mulher ciumenta foi lá no prédio na tentativa de surpreendê-lo. Com a ajuda de um homem que forçou a fechadura da porta e depois a deixou sozinha para não se envolver. Ela invadiu o local em silêncio para consumar o flagrante.

— Aquela louca tem que ser presa, ela ia me matar.

— Ela chorou e jurou arrependimento e disse que a arma era só para assustar o marido.

— Ah tá! Lágrimas de crocodilo. Aquela bruxa me odeia.

— Ainda bem que um vizinho suspeitou que fossem ladrões e acionou a polícia. A viatura estava no quarteirão e eles agiram prontamente a desarmando antes que acontecesse o pior.

Depois ele falou sobre o meu visual quando eu desci as escadas do mezanino. Foi carinhoso como se recitasse um poema:

“Seu caminhar encantador dava a impressão de que você estava de salto alto, apesar de estar descalça. A silhueta do seu corpo nu de curvas sensuais e visíveis no interior do tecido branco da minha camisa, delineados pela luz vinda por detrás, não foi apreciado só por mim, os policiais também estavam babando e só voltaram a bancar os profissionais depois que você se juntou a nós.”


Fim… Por enquanto.


terça-feira, 3 de novembro de 2020

Um Texto Explosivo

Semanas passaram desde o lance com meu padrasto dentro da garagem. Continuava refém do meu patrão e tendo que pagar seu silêncio com o meu corpo. Estava administrando a situação, pois adoro fazer sexo, tanto quanto gosto de ganhar presentes. A gente acaba se acostumando até com os infortúnios  "A pessoa é expulsa do céu, então faz do inferno o seu paraíso", diria o filósofo.

Em um fim de semana de sol fui com minha turminha do colégio passar alguns momentos agradáveis em uma das cachoeiras da região. Fiquei aborrecida com um carinha que não parava de apontar a lente enorme de sua câmera em minha direção. Mandei-lhe um sinal erguendo meu dedo mau. Funcionou, pois ele abaixou o equipamento, sorriu e moveu a cabeça em um sinal de que havia entendido o recado.

Pouco depois ele se aproximou, sem a câmera, estávamos dentro da piscina natural.

— Desculpe ter bancado o paparazzi, é que você fotografa muito bem.

— Tranquilo, eu adoro bancar a modelo, só não gosto que fiquem invadindo a minha privacidade.

— Desculpe novamente.

— Eu desculpo, se você me fizer um book. Claro que pagarei pelo seu trabalho… Se não for muito caro. Quero mandar para uma agência de modelos.


Nós nos entendemos e começou a rolar um lance. Demos um perdido em nossos grupinhos e iniciamos uma sessão de fotos sem compromisso durante nossa caminhada em meio ao verde. Paramos quando atingimos um setor quase deserto daquele parque: uma lagoa escondida pela vegetação e uma mini cachoeira como imagem de fundo.

Depois da nossa brincadeira na água nos deitamos na margem, o lugar era propício para os beijos ardentes, ousar nos carinhos, e deixar que o contato entre nossos corpos fosse mais atrevido e gostoso. A cena seguinte foi a exposição do meu corpo nu só pra ele, e o dele só pra mim. Sem fotos e sem registros. Abraçados rolamos na relva e seu membro encontrou o caminho do meu sexo com a ajuda do movimento dos meus quadris. Fechei os olhos curtindo o deleite da penetração e o saboroso contato de nossas peles. O vai e vem iniciado a seguir foi de matar de prazer.

Tudo conspirava a favor: o ambiente tranquilo, som de pássaros, água caindo, cheiro de frutos, de flores e o calorzinho de fim de tarde. Adicione a tudo isso o fogo de um corpo masculino me golpeando vigorosamente e terá a cena perfeita para fazer meu momento de clímax chegar cedo e perdurar por minutos após a última contração do seu membro, os quais foram posteriores ao seu gozo, o qual desejei que não chegasse ao fim.

Nosso barato foi interrompido pelo som de pessoas se aproximando da área. Enquanto a gente se vestia afobadamente,  dois casais surgiram de dentro da vegetação. Foram simpáticos dizendo que poderíamos ficar à vontade, eles também curtiam naturismo. Sorrimos e trocamos algumas gentilezas, mas deixamos o quarteto quando eles começaram a desnudar-se e voltamos para o Camping.


Encontrei novamente o Lucas (o fotógrafo) na segunda-feira. Em nosso passeio na cachoeira eu já ficara sabendo que ele era sobrinho do meu patrão e filho daquele casal que me viu só de toalha na varanda da casa do homem. A mulher era irmã do seu Reginaldo. O pai não se dava muito com o cunhado, segundo ele, tinha algo a ver com diferenças políticas.

Achei que o Lucas poderia ser-me útil em minha busca na casa do seu tio. Precisava daquelas provas que me incriminavam. Mas também estreitei os laços com ele por ter curtido o cara, a química entre nós rolou legal.


***


Os dias seguiram, procurei esconder do meu patrão a minha proximidade com seu sobrinho. Evitei a casa do Lucas apesar dos seus inúmeros convites. Por motivos óbvios não era prudente o meu contato com seus pais, ou ele ficaria sabendo do meu rolo com seu tio.

Porém, eu possuo o mau hábito de procurar por problemas. Alguns dias depois despertei em um sábado quente, olhei em volta ainda confusa e a ficha caiu. Estava na casa do Lucas, passava do meio dia. Fizemos uma festinha particular durante a noite toda. A sala estava um lixo: garrafas e latas de bebidas, restos de pizza e pontas de erva espalhados pelo cômodo. Estávamos ambos pelados, foi assim que apagamos após horas e horas de álcool e transas. Os pais dele foram para a casa de praia no Guarujá e retornariam somente na tarde do dia seguinte (domingo). A gente tinha bastante tempo para arrumar aquela bagunça, depois eu daria o fora. Chacoalhei o dorminhoco:

— Acorda amor! Já é hora do almoço. 

Ele resmungou, mas nem se mexeu. Não insisti, iria tomar um banho, estava me sentido nojenta. Ao levantar levei um susto, alguém tentava abrir a porta, ouvi o som de chave na fechadura e no instante seguinte a porta abriu e o pai do Lucas adentrou o cômodo. Foram segundos divertidos em que ele deu seu melhor sorriso de satisfação esboçando um olhar de conquistador. O quarentão era atraente, senti-me uma pop star de hollywood, tanto que até relaxei o corpo em uma pose mais sensual e sem cobrir as partes. Mas deu ruim, a megera da mulher apareceu por detrás dele me fulminando com olhos de quem não acreditava no que via. Ela desferiu todo o seu ódio em minha direção. Reagi imediatamente puxando uma tapeçaria que estava sobre o sofá  e escondi a minha nudez.

O Lucas acordou com os berros da mulher e ouviu um montão, eu também ouvi os piores desaforos, de vadia pra baixo. “Que merda! — pensei — Que fase de azar da porra”.

A dona continuou soltando os cachorros e o Lucas ficou sabendo do lance que tive com seu tio. Menos mal que ela não sabia da história toda. Pela conversa deduzi que o irmão dela (meu patrão), fez a mulher acreditar que aquela foi a nossa única vez, em um momento de fraqueza dele. 


O pai do Lucas contornou a situação convencendo a mulher de que o baseado em posse do filho poderia vir a público e complicaria não só a vida do meu parceiro de orgia, mas do coroa também, ele tinha aspirações políticas de concorrer a vereador. Então era melhor ela não foder com a minha vida, ou todos nós dançaríamos. Felizmente o assunto não chegaria até à casa dos meus avós, ficaria só entre nós mesmos.


A mãe do Lucas ainda teve que engolir a minha presença quinze dias depois durante uma reunião familiar para comemorar o aniversário do pai do Lucas e o lançamento do seu nome como candidato à uma cadeira na câmara municipal. Era o meu retorno à residência depois daquele flagrante. A dona da casa recebeu-me contra sua vontade, não disfarçou. Nem me importei, também não ia com a cara dela.

Lá pelas tantas, depois que os convidados foram embora, o pai do Lucas não permitiu que ele me levasse em casa, todos já haviam bebido demais. Disse para eu dormir na sua casa e de manhã ele me daria uma carona.

A dona ficou possessa, mas acatou a vontade do marido, no entanto, não permitiu que eu dormisse com o Lucas, ela me colocou em um quarto de empregadas na área de serviço.


De manhã cedinho a mulher me acordou e mais um vez foi agressiva dizendo que se eu tivesse só um pouco de bom senso deixaria o filho e a família dela em paz e sumiria da vida deles para sempre.

— Por que a senhora me odeia tanto? Eu gosto do Lucas,  jamais faria algo que prejudicasse ele ou o pai dele.

— Como você é dissimulada, garota, acha que sou tonta? Você me aguarde!

Controlei a vontade enorme que tive de gargalhar e responder sua pergunta. Se aquela sonsa soubesse o que aconteceu naquele quartinho durante a madrugada, ela teria vindo armada para me matar. Deixei a dona com suas dúvidas. Saí do quartinho vestida só com a camiseta do Corinthians que peguei emprestada com o Lucas, serviu-me como uma mini camisola. Peguei todos os meus pertences e fui em direção ao lavabo recompor a aparência. Depois passei no quarto do Lucas para despedir-me, ele já estava acordado e digitando algo no Notebook.

— Oi Lu, vou nessa. Quando a gente se vê de novo?

Ele continuou digitando sem olhar pra mim, depois respondeu de má vontade:

— Não sei… A gente se fala depois.

Estranhei sua reação fria, também fiquei curiosa com aquele texto, pois consegui ler o título em negrito: “Dois Pervertidos na Madrugada”. O Lucas parou de digitar e, mesmo sem dizer nada,  ficou evidente seu desejo em compartilhar comigo o conteúdo daquela mensagem. Bateu um medinho e um mau pressentimento, ainda assim eu li enquanto reinava o silêncio no interior daquele quarto.


“Deitado no piso eu observei pela fresta da porta as pernas de uma jovem. Meu ponto de visão estava limitado até pouco acima do meio de suas coxas, onde também era visível o cós de uma camiseta branca que ela trajava. Suas mãos de unhas bem cuidadas e pintadas de vermelho desceram devagar do interior da malha segurando sua calcinha. A lingerie de renda negra passou pelos seus pés graciosos e foi deixada sobre o piso. Um  homem  postado defronte a ela deu dois passos em sua direção e a ergueu, as pernas femininas ficaram suspensas enlaçando o homem abaixo dos quadris. Iniciou-se um movimento em ritmo de cópula e a respiração de ambos foi intensificando  até ficarem ofegantes. Com movimentos cada vez mais acelerados, não demorou para atingirem o ápice. Evidenciado foi pelo gemido feminino lançado ao ar e ecoando mesmo com a tentativa de contê-lo, talvez colando a boca na do seu amante. Aquele som espontâneo  transmitia um sincero e profundo sentimento de prazer. Foi acompanhado de um leve urro masculino, também contido, como se ambos estivessem ainda com os  lábios colados ao chegarem ao orgasmo simultâneo.

Pensei em invadir o quarto e…


O Lucas havia parado com o texto naquela frase incompleta. Virou a cabeça em minha direção e seus olhos tristes me fitaram de modo incriminatório. Fiquei sem palavras. Por sorte a megera da mãe dele veio me buscar e levou-me quase aos empurrões dizendo que o marido já estava saindo e não poderia se atrasar.

— Você é especial Lu — falei já saindo porta afora e joguei um beijo pra ele.

Ele não segurou uma gargalhada irônica e só eu entendi o porquê. Aquele texto dele era o relato exato da transa que eu tive com o seu pai quando ele me visitou no quartinho naquela madrugada. Ou seja, a mãe dele estava entregando a galinha para a raposa tomar conta.

Parti com a sensação de ter perdido meu parceiro para sempre, pois seu texto erótico era nitroglicerina pura. Meus pensamentos fluíam a milhão: “Puta que pariu! O estrago pode ser grande. Por que aquele coroa veio me atentar?… Claro, foi só pra me foder. Alguém deve ter me jogado uma praga, estou precisando me benzer, pois é um flagra atrás do outro. Também preciso controlar minha libido, eu sei”.


Fim… Por enquanto.