segunda-feira, 31 de outubro de 2022

A Inesquecível Primeira Vez

Prazer! Meu nome é Amanda. Desculpe-me todos, mas começo com um desabafo e uma crítica: não aguento mais minha condição de virgem. Por favor, meninos, larguem esta porra de videogame. 


Por diversas vezes gozei tocando meu sexo com os dedos ou improvisando brinquedinhos em minhas brincadeiras solitárias. Porém, praticar relação sexual com um carinha e ter um pinto de verdade dentro de mim, tornou-se um sonho que não descansaria enquanto não transformar em realidade. E teria que ser o mais breve possível. 

Iniciei o ensino médio este ano e minha amizade mais estreita foi com a Larissa, minha colega de uma classe composta apenas por meninas. A escola particular é administrada por freiras e situada na zona oeste de São Paulo. 

É raro falar sobre sexo com minha amiga tão tímida, ela fica sem graça quando o assunto rola sobre meninos. Quanto a mim, sou o oposto, mas não quero namorar, muito menos envolver-me num romance, meu desejo atual é fazer sexo. Nem dormir em paz consigo, só pensando em quando terei a primeira transa. O calor sobe entre minhas pernas quando assisto cenas picantes na TV.


Escrevi o texto acima em meu diário nas primeiras semanas de aula, ainda nem imaginava que a amiga seria a solução do meu problema. 


Então, com um mês de aula, já havia conhecido os pais da Larissa ao passar a tarde em sua residência em duas oportunidades. A mãe era uma mulher do lar, super simpática e sem vaidades. O pai, um senhor de aparência rude assim como um general, contudo, era caminhoneiro. Um homem de atitudes machistas, sério e autoritário. Em raros momentos a sós comigo, no entanto, teve atitudes de tarado e nem tentou disfarçar seus olhares sacanas. Tinha medo do homem que parecia estuprar-me em pensamento. Ainda assim, apesar do receio, ele mexeu comigo de uma maneira estranha que não conseguiria explicar. 

A amiga tinha um irmão mais velho. Não tive a oportunidade de encontrá-lo em minha visita anterior. Ele chegava tarde da faculdade. Também trabalhava de dia. 


Em uma tarde de sexta-feira, a amiga insistiu que eu dormisse lá naquela noite. Liguei para a mamãe, ela autorizou após falar com a mãe da amiga.


Passava um pouquinho das onze da noite quando o irmão da Larissa chegou, um gato de vinte e um anos. Não era forte como o seu pai, aliás, nem parecia um com o outro. No entanto, tinha um rosto suave, assim como eram suas atitudes e modo de falar. Um cara educado e nada machista. Nosso cumprimento foi rápido, também a conversa com sua mãe: disse que tomou um lanche e não queria jantar. Foi para o banho.

Fui para o quarto com a Larissa, a mãe dela também foi dormir. O pai já estava dormindo.

Escolhi uma camisola da amiga que ela disse ter vergonha de usar. Vesti e gostei, realmente produziu um visual ousado; fiquei bem safadinha com a peça curtinha.


A Larissa adormeceu logo, eu permaneci acordada.

Passavam uns cinco minutos da meia-noite quando tomei coragem de me levantar para fazer algo louco. Deduzi que todos haviam adormecido. Caminhei em silêncio e entrei no quarto do irmão da Larissa, vestindo apenas a camisola curtinha, havia deixado a calcinha sob o travesseiro. Acordei o carinha que ficou assustado e confuso com minha presença.

— Carlinhos, tenho um pedido a fazer.

— A essa hora, garota, o que é? 

— Eu sou virgem. 

— Sim, e…? 

— Quero deixar de ser. Você me ajuda?

— Fala sério, Amanda, ainda não percebeu que sou gay? — Vai dormir, garota!

— Umpft! — grunhi desolada. Minha coragem não serviu para nada, pensei, que mico. 

Envergonhada retornei em silêncio pelo corredor. Poxa! Eu toda delicinha e transbordando desejos, arrisco tudo pela primeira transa e o candidato é gay. Vou matar a amiga por não ter me contado, pensei com raiva. 


Restava-me ir dormir… Não fosse aquela figura enorme que trombou comigo no corredor e tapou minha boca antes que eu gritasse. Era o chefe da casa. 

Sem dizer nada, pegou-me nos braços e caminhou rápido até sairmos pela porta dos fundos. Entrou comigo no banheiro da área de serviço. Só então tirou a mão da minha boca, deve ter confiado que eu não gritaria.

Sentou na tampa do vaso e segurou em minha cintura. 

— Ouvi você falando com o frozo. Vou dar o que você quer, moça.

Ele tirou o pau pra fora, estava duro e enorme. Sabe aquele momento de pavor e indecisão? Congelei e fiquei sem ação por alguns segundos sem saber se tentava fugir ou se acariciava seu pênis exibido com orgulho. 

— Já viu um assim de pertinho? — perguntou o sacana.

Balancei a cabeça em um não, ainda de olhos vidrados naquele negócio e pensando como agir. 

O homem rude decidiu por mim, enfiou as mãos por baixo da camisola e apertou minha bunda nua puxando meu corpo ao encontro do dele. Fiquei entre suas pernas e arrepiei quando suas mãos subiram pelas minhas costas e curvou meu corpo para beijar minha boca. Aceitei o beijo e curti quando meu corpo foi comprimido pelo seu abraço dominador. 

Deixei-me levar sendo submissa a todos os seus comandos. Quando a ficha caiu, já estava de pernas abertas, sentada sobre seu membro que ganhou o interior do meu sexo e forçava o meu hímen. Isso aconteceu imediatamente após quase rasgar minha fendinha, posteriormente à sua invasão. 

Sua boca colou na minha abafando um gemido e meu choro de dor ao senti-lo ultrapassar a última barreira e chegar ao fundo da minha alma. 

Deus! Que dor gostosa foi aquela? Os instantes de sofrimento passaram a ser suportáveis e, como mágica, foi transformado em prazer intenso. Fiquei inteiramente entregue e amando as mãos do homem agarradas em minha cintura me fazendo subir e descer encaixada em seu pau.

Sua língua e boca devoraram meus seios, pescoço, boca e fizeram do meu gozo algo que nunca imaginei sentir.

Aquela transa só melhorava a cada golpe dado pelo homem em minha boceta. De tão bom, nem havia pensado nos problemas. A preocupação só veio quando ele também gozou e seu líquido espalhou dentro da minha vagina, entretanto, a sensação de deleite falou mais alto e só fez aumentar meu sentimento de prazer.

Já não processava as bobagens sussurradas em meu ouvido, concentrei-me apenas nos golpes fortes dados no meu sexo, gemendo feito uma cadelinha ferida, com as mãos apoiadas em seus ombros e movendo meus quadris desejando que o momento tão especial nunca acabasse. 


Minutos depois o membro dele parou de pulsar, assim como nossos movimentos e os sons da transa. Permaneci aninhada e quietinha em seu colo. O pinto dele amoleceu, mas continuou dentro e ainda assim parecia grande. Curti suas mãos ásperas acariciando minha bunda e o raro bem-estar emanando do meu corpo. Estava muito satisfeita e agradecida. Definitivamente aqueles instantes foram únicos e, até então, os melhores da minha vida.

Ele fez referências ao meu corpo com seus elogios vulgares. Saí de cima dele a pedido.

— É melhor irmos dormir agora, meu anjo — concluiu o homem.


Apos fazer uma higiene rápida, voltei para o quarto e deitei de mansinho sem me cobrir, mantive o sorriso bobo no rosto e a mão acariciando meu sexo enquanto relembrava cada instante daquela minha primeira vez. Percebi que a amiga dormia profundamente, queria tanto conversar com ela sobre o quanto é boa uma relação sexual. Porém, o que diria para a garota? "Amiga, acabei de transar gostoso com seu pai", por exemplo. Com certeza não ia prestar, pensei sorrindo com deboche. 

Continuei viajando nos pensamentos e adormeci me tocando. Foi o sono mais gostoso de todos os tempos. 


Fim


Agradeço a atenção de todos vocês! 


sábado, 29 de outubro de 2022

Meu Lobisomem Favorito

Faz exatamente um ano do acontecimento grotesco o qual fui vítima no galpão de reciclados. Só estou viva graças ao Josias meu salvador. Nesta noite de Halloween senti o desejo de homenageá-lo vestindo sua camiseta, somente ela, a mesma a mim ofertada por ele para cobrir meu corpo nu naquela noite de terror. No tecido permanece nítida a marca impressa de sangue deixada por sua pata enorme de lobisomem. Um pouquinho dele dormiria comigo essa noite. 


O Josias, para quem não leu o conto: (Sem Provas, Sem Crime), era meu colega e protetor no colégio. Por sorte, ou infortúnio, ele se transformou em lobisomem e isso possibilitou salvar sua vida e a minha quando éramos estuprados por uma gangue de bandidos juvenis nesta mesma data há um ano.


Hoje contarei uma história com um enredo diferente:

Passava da meia-noite e o calor dificultava meu sono fazendo eu viajar nas ideias. Os pensamentos ganharam um rumo de fantasia e mistério ao imaginar-me fazendo amor com o Josias ainda humano, mas durante a relação o garoto se transformou em lobisomem.

Descoberta e com a camiseta na altura dos seios, toquei seguidamente a periquita com o pensamento distante e olhos sonolentos estando apenas entreabertos enquanto curtia um pequeno prazer.

Não tinha consciência se dormia ou não ao experimentar a sensação de ter olhos me observando, mas como sonhava repetidamente com um lobo me espiando através da janela, talvez por isso subestimei a importância do fato e demorei a acreditar ser real o bicho peludo no interior do meu quarto. O animal postou-se em pé apenas sobre duas patas e permaneceu rente à janela.


Ele é maior que um lobo, pensei confusa antes de bater o pavor. Não é um sonho, pensei aflita arregalando os olhos e assistindo seu caminhar hesitante em minha direção. O ser enorme de músculos impressionantes, contemplou-me com seu olhar terno, praticamente humano.

Puta merda! Isso está mesmo acontecendo, é o Josias. Pensei com um misto de alívio e receio. Reconheceria aquele olhar mesmo após mil anos. 

— Josias? — perguntei com um sussurro. 

Ele balançou a cabeça em um sim.

Só então percebi que ainda estava com a periquita descoberta e o dedo entre os grandes lábios. Desci a camiseta cobrindo o sexo.

— Você veio buscar sua camiseta? — só após terminar a frase, percebi qual idiota foi a pergunta. 

Ele balançou a cabeça em um não e deu mais um passo à frente. Impossível não sentir atração pelo membro em estado intermediário de ereção, tão destacado entre suas pernas.

Seu olhar pidão e a evolução rápida no processo de endurecimento daquela genitália, foram o suficiente para presumir sobre a verdadeira razão de sua presença.


Até onde estaria disposta a ir nesse sonho, ou melhor, nessa louca realidade? Perguntei-me. Algo estranho percorreu meu corpo, um arrepio de pavor e desejo, seus olhos fixos nos meus, era como uma hipnose convidando para um ato de prazer atípico, completamente anormal. 

Tomei uma decisão inconsciente, tirei devagar a camiseta e sentei na beirada da cama, defronte a ele. Deixei-o apreciar minha nudez e decidir o que fazer. Eu o seguiria conforme ele conduzisse a situação. Seu desejo teria meu assentimento. 

Aquele ser musculoso, peludo e animalesco, aproximou-se até ficar ao alcance das mãos. Levantei a cabeça para mirá-lo nos olhos. Era o mesmo olhar infantil do Josias implorando por carinho. Lentamente fui com a mão ao encontro do seu pênis, similar ao de um cachorro, porém, maior que o do nosso pastor alemão. Acariciei com as duas mãos e fiquei impressionada com a rigidez. A aparência era de uma linguiça generosa.

Não estava no meu normal, pois não resisti ao desejo de abocanhar seu membro. Pareceu-me tão convidativo. Contudo, tive dificuldade por conta da dimensão, mas o quase sufocamento, devido ao volume surreal, acabou compensado pela satisfação de ouvi-lo grunhir de prazer. 


Brinquei um tempinho engolindo e chupando, mas não queria que gozasse ainda, o evoluir da libido fez-me desejar algo mais ousado.

Fiquei de quatro na beirada da cama, olhei para trás o incentivando a se aconchegar em mim. Ele encostou cuidadoso, direcionei seu pau todo babado de saliva em minha fenda ensopadinha. Ficou por conta dele o controle, foi carinhoso ao dar um impulso moderado e empurrar deliciosamente adentro. Auuuh! Quem uivou tipo uma loba fui eu ao sentir aquilo se apossando de mim. O próximo desafio seria mexer gostoso os quadris tentando acompanhar o ritmo frenético das suas estocadas.


— Ah! Josias, você está me matando — murmurei na iminência de um gozo precoce. 

Nunca havia chegado ao clímax tão rápido. Continuei saboreando e imaginando ser uma cadelinha no cio sendo possuída por um cão enorme. Ele continuou socando do seu modo doido até gozar… E continuou gozando. Uau! Foi puro deleite ouvir a fera uivar de satisfação. Contudo, provavelmente acordou a mamãe e a vizinhança inteira. A porta do quarto estava destrancada, não saberia dizer qual seria a reação da dona Helena se entrasse e visse aquele bicho enorme de pelos escuros, montado sobre sua filha e a fodendo tresloucadamente. Acredito que morreria de ataque do coração.


Ele foi reduzindo as estocadas até parar e ficou quietinho respirando ofegante.

Eu já havia gozado tudo de direito e um pouco mais. A sensação era de estar completamente inundada, e com um incômodo na vagina devido à dilatação excessiva. Dava a impressão de ter um volume ocupando o meu corpo inteiro. A razão principal era o seu nó peniano, similar aos dos cães; estava inflado bem na entrada da boceta, mas felizmente a remoção transcorreu suave e sem dramas. Apenas não consegui conter o jorro de uma quantidade enorme de líquido vindo de uma só vez. Precisaria fazer uma faxina caprichada e silenciosa antes do amanhecer. E esconder as roupas de cama dos olhos da mamãe.


Aquele ser que um dia foi o Josias, olhou-me como se estivesse agradecendo nosso momento tão íntimo e também dando adeus. Caminhou em direção à janela aberta. 

— Voltaremos a nos ver, Jô? 

Sua expressão e gestos foram de uma fera confusa sem saber como me responder. Desapareceu rápido pulando pela janela do sobrado.


Minutos mais tarde no banho, ao entrar debaixo da ducha morna, senti arder os dois lados da cintura; só então percebi ter sido arranhada pelas garras do Josias. Tinha consciência de tê-lo feito sem intenção. 


Pesquisei na manhã seguinte sobre lobos e acasalamento:

"O lobo faz sexo para garantir a perpetuação da espécie que apresenta apenas uma época de acasalamento ocorrendo uma vez a cada ano.


Então, provavelmente ele voltará no próximo ano, pensei com um misto de desejo e apreensão.


Por ora, é isso, beijos!

Última revisão em 07/02/2024

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Sem Provas, Sem Crime

Hoje vou narrar um fato bizarro ocorrido comigo quatro anos atrás, véspera do dia do Saci, também do Halloween. É a primeira vez que contarei na íntegra e com detalhes, os tais momentos sombrios e muito marcantes. Vocês não devem contar para ninguém, ou o Josias pode não gostar.

Quem é o Josias? Vocês logo ficarão sabendo. 


Sofri bullying no colégio após vazar a notícia da minha relação íntima com meu pai. Fui acusada de ser a responsável pelo escândalo familiar e era admoestada diariamente com frases ditas de maneira covarde: "lá vai, a putinha amante do papai". Denunciei na diretoria os cabeças daquele assédio moral. Todavia, a denúncia não resultou em punição, ou seja, nenhuma medida foi adotada. A diretora conversou apenas por dois minutos em nossa sala de aula, limitou-se a chamar a atenção dos agressores como se eles fossem apenas crianças levadas. 

Durante a saída fui ameaçada e só não fui agredida porque um menino que era meu colega protegeu-me. Josias era um garoto robusto, tinha uma leve deficiência mental. O grupinho tóxico o zoava por causa disso e de sua dificuldade ao falar.


Na semana seguinte, 30 de outubro de 2018, ao final das aulas, três meninas muito animadas comentaram comigo sobre uma festinha das bruxas. Mesmo sendo da minha classe, não tinha amizade com as garotas, não o suficiente para sairmos juntas.

Estava frágil e tentando não gerar mais inimizades, então aceitei o convite para a baladinha tipo halloween. Considerei o fato de não estarem diretamente ligadas ao grupinho do mal. Além disso, as meninas foram muito persuasivas.


Fui para minha casa e Improvisei um conjuntinho preto e maquiagem de morta viva. 


Encontrei as meninas ao escurecer e fomos caminhando até um armazém de materiais recicláveis. Um prédio em ruínas, sem luz elétrica e iluminado por velas.

Somente ao chegar no interior do salão percebi a inexistência da festa; era uma armadilha. Uns caras com máscaras e outros de capuz nos atacaram, fui segura por dois deles. As três meninas deram gritinhos e saíram correndo porta afora, tudo combinado e ensaiado, deduzi.

Meu choro e pedidos para ir embora não comoveu o que parecia ser o líder do grupo. Fiquei sozinha e refém dos caras agressivos. Havia caído num golpe e contava apenas comigo e a sorte para fugir, ou então passaria a noite no local afastado, em uma rua erma e sendo vítima de um jogo de terror que poderia ser praticado comigo.


Fui amordaçada, humilhada e xingada com os piores pejorativos. Várias mãos abusivas tocaram meu corpo todo, além de me agredirem. Reconheci a voz de dois deles, a dupla era da minha classe, os mesmos do bando que denunciei à diretoria. Os "galalaus", como diria o meu avô, eram repetentes e pelo menos dois anos mais velhos que o restante da turma. E estavam armados com um punhal cada um. Minhas roupas foram cortadas pelos bandidos. 

Após ser completamente despida, amarraram minhas mãos nas costas e fui ameaçada de morte se não colaborasse: "abre as pernas e vê se mexe gostoso, sua vadia", foi a ordem do líder. 

Meu estupro iminente poderia terminar em um dano irreparável, estava apavorada que o lance violento acabasse em tragédia com perda da minha vida. 


O suposto chefe enfiou seu pau em minha boceta, sem aviso, cerimônia ou preservativo. Meu grito de dor foi minimizado pela mordaça e não expressou a realidade da dor sentida por conta da violência da introdução.

— Mexe, sua putinha vadia! — ordenou ele socando forte com a intenção de me ferir.


De repente, uma surpresa acendeu minha esperança de escapar. Meu colega Josias, de algum modo ficou sabendo do plano daquela gangue. Apareceu no momento em que o cara estava quase ejaculando, segundo captei por suas atitudes e palavreado. O risco da gravidez seria apenas mais um dos problemas, já havia sido ameaçada o suficiente e passei a aceitar tudo calada para tentar sair dali inteira. 

Porém, contudo, todavia, o meu salvador não teve o raciocínio adequado para chamar pessoas adultas  de modo a ajudarem. Chegou sozinho e foi brutalmente dominado por três dos cinco caras. Uma agressão covarde, causou-me repulsa e náuseas. Quase desacordado, ele teve suas roupas arrancadas, as mãos amarradas para trás, os pés imobilizados e também foi amordaçado.

A presença imprevista propiciou-me um mísero conforto ao sentir a retirada do pênis prestes a jorrar em minhas entranhas. Não festejei o aborto da ejaculação pelo delinquente. Doeu mais em mim, ver o sofrimento do meu colega de alma boa. 


O líder, meu violentador, deu a ordem para partirem pro estupro do meninão inocente. 

— Aí, mano! Vou comer o cu dessa vadia, assim não arrisco ter filho com uma vagaba. Tá ligado!? Você come o rabo do retardado. 

Seu irmão grandão, o menos esperto do bando, posicionou-se com o pinto duro por detrás do jovem Josias que era mantido imobilizado por dois outros e de bruços sobre uma mesa.

Aquela vítima diária de bullying por parte do grupinho do mal, estava no ponto de ruptura depois de toda humilhação, desprezo e rejeição praticados diariamente pelos garotos opressores. Ao ficar à mercê dos bandidos adolescentes, e estando a ponto de ser violentado no imóvel em ruínas, escuro e imundo, o garoto vulnerável expôs sua força, talvez nem por ele conhecida. Motivado estava pela necessidade de liberdade e  dignidade. 


Senti um tapa forte na minha bunda, ouvi o sorriso sacana do meu carrasco e seu pênis melado forçando a entrada do meu ânus. Meu grito abafado pela mordaça e minha expressão de dor ao ter meu cu invadido brutalmente, não evitou que mantivesse meu foco no menino amarrado e fosse testemunha da transformação surreal que começou a ocorrer com ele: pelos grossos e escuros surgiram do nada em seu corpo todo, assim como músculos imensos. Seu tamanho quase dobrou. O impressionante foi a rapidez do ocorrido,  o Josias transformou-se num lobisomem enorme, se livrou de amarras e mordaça e girou o corpo numa agilidade animal. No movimento, a sua mão de garras enormes e afiadas deu um golpe cortando fora o pênis do cara atrás dele. De imediato partiu para cima dos seus outros dois agressores. Praticamente decapitou um menino ao morder e arrancar metade do pescoço do infeliz.

Apavorada fechei os olhos, estava a ponto de vomitar. Não vi mais nada, apenas ouvi gritos de dor e pavor, também os grunhidos de ferocidade e sons de carnificina e ossos sendo quebrados. 

O massacre só durou uma ave Maria, era a única oração que conhecia. Fez-se silêncio e só ouvi uma respiração ofegante atrás de mim. Gelei supondo ser minha vez de morrer, ele deveria estar creditando a mim toda a situação em que se meteu. 

Senti minhas mãos soltas como se ele tivesse cortado as amarras. Arrisquei abrir os olhos, virei lentamente e o vi dando dois passos para trás. Percebi sua preocupação em não me assustar.

Com movimentos suaves abaixei para pegar minha roupa, mas não haveria condições nem de amarrar os pedaços tão pequenos, a ponto de conseguir esconder minha nudez. 

Ele entendeu meu caso, pegou sua camiseta, ainda inteira, e deu pra mim. Olhei para sua expressão que era tranquila, quase carinhosa. Vesti sua camiseta, serviu-me como um mini vestido muito largo. Ele fez um sinal para eu ir embora. Obedeci de pronto, não estava conseguindo olhar para todos aqueles corpos esfacelados e a quantidade enorme de sangue no chão.


Fui para casa e tive frieza e sensatez suficiente para esconder a camiseta do Josias em meio às plantas, havia manchas de sangue que o incriminavam.

Entrei nua e contei para a mamãe que fui vítima de estupro. A dona Helena ficou que nem barata tonta me atropelando com perguntas seguidas e pegou o telefone.

— Vou ligar pra polícia para irem atrás dos bandidos. 

— Eles já estão mortos — falei alto, pois parecia não estar me ouvindo. 

— Você matou eles? — perguntou apavorada. 

— Tá louca? Não fui eu — respondi já perdendo a paciência. 

Não contei sobre o lobisomem, senão, ao invés de levar-me à delegacia, ela me levaria para o hospício. 

Sugeri irmos imediatamente à delegacia. Vesti uma roupa rapidinho e saímos. Mamãe continuou fazendo um monte de perguntas durante nosso trajeto até o DP. Disse-lhe que só contaria a história toda quando estivesse defronte a delegada.

No caminho deu para ver, mesmo ao longe, aquele salão de recicláveis se acabando em chamas.


Contei a história para a delegada que já me conhecia do caso do meu pai, mas este é outro assunto e ficará para outro conto.

Seguindo o depoimento: omiti a parte do Josias ainda humano. Revelei-lhe apenas que um lobisomem adentrou o local e eu consegui fugir enquanto ele atacava os caras. Evidente que não fui levada à sério. 


Enfim, não sobrou nada além de cinzas naquele galpão maldito que queimou por horas, ainda que vários carros de bombeiros tentassem apagar o fogo. A quantidade enorme de plástico e papelão dificultou o combate do incêndio. 

Havia denunciado as três meninas por Cumplicidade. Ainda naquela noite elas foram ouvidas pelos investigadores, mas juraram que também foram vítimas e tiveram a sorte de conseguir fugir. 


O Josias não voltou para sua casa naquela noite, nem nunca mais tiveram notícias dele, nem dos dois irmãos bandidos.

Mais três carinhas do bairro também foram dados como desaparecidos, e tudo levou a crer serem integrantes da gangue de estupradores. 


Fui chamada outras vezes na delegacia para prestar informações. Repeti a mesma história de antes. Nunca acreditaram na versão do lobisomem. A delegada recomendou que eu procurasse um tratamento terapêutico. 

— Ela já faz terapia há alguns meses — informou a mamãe. 

— É compreensível — comentou a delegada com ironia ácida. 


Não conseguiram identificar nenhum corpo decorrente do incêndio. O caso foi encerrado como sem solução muitos meses depois.

Durante todos aqueles meses sonhei constantemente com um lobo espiando em minha janela, acordava assustada e pensava no Josias.

Na minha opinião, ele não era um monstro, eles o transformaram em monstro. Somos todos culpados de magoar os outros, seja por inércia ou por ação direta.


Não acreditam na minha história? Ainda tenho a camiseta que ele me deu, no fundo da minha gaveta. Não lavei para não apagar a marca de uma pata enorme impressa com sangue no pano. 


Fim


Agradeço a atenção de todos vocês.

 

sábado, 22 de outubro de 2022

Uma Transa Levanta Defunto

Não passaria aquele Halloween de 2021 em branco, fosse com ou sem pandemia. Era o meu primeiro evento significativo após ter completado 18 anos, e a ocasião merecia uma balada adulta. Dessa vez sem infringir a lei e sem o risco de ser expulsa.

Combinei com duas amigas de irmos numa balada que aconteceria em um galpão no centro da cidade.


Dia 30, noite de sábado, estava na casa das duas irmãs terminando de compor o "look" com os trajes apropriados ao tema escolhido por nós (magia). Ajeitei a cartola, dei o último retoque nos lábios e amei a minha imagem no espelho: um quê de sensualidade, contudo, nada extravagante. Joguei um beijo para mim mesma e… Partiu balada!

Saímos para aguardar o Uber na calçada de um barzinho próximo.


Durante os cinco minutos de espera, tentei em vão não dar atenção a um homem de terno preto nos escaneando de cima a baixo na cara dura. Algo nele me atraia mais e mais a cada minuto.

Felizmente nosso transporte chegou, pois aquele cara havia me deixado em desvantagem e apreensiva, parecia falar comigo em pensamento, frases como letra de músicas: "Você é a porta pra minha saída / Demorei tanto pra te encontrar / Deixa elas e vem comigo / Faremos uma festinha só a dois".

Acomodei-me no interior do veículo e foi impossível não olhar com mais atenção para o homem todo de preto, inclusive a camisa e gravata, bebendo solitário na mesa da calçada.

Nossos olhares se cruzaram e o Uber partiu, não antes de captar nitidamente seus pensamentos: "Até daqui a pouco, minha deusa! A gente se vê logo mais no centro". Deus do céu! Minha alma gelou, contudo, meu tesão bateu no topo.

Seguimos viagem e não comentei nada com as amigas, estavam tão descontraídas rindo à toa trocando mensagens com os meninos à nossa espera na balada. Tentei focar só na diversão daquela noite.


Descemos do Uber e permanecemos no meio-fio com a intenção de atravessar a via. Esperaríamos passar o veículo vindo logo atrás. O motorista de aplicativo se foi imediatamente, no entanto, o carro seguinte parou na mesma vaga. Aff! Um arrepio percorreu e estremeceu meu corpo inteiro quando reconheci o motorista pela janela aberta do passageiro, era o homem de preto do bar.

— Que foi, miga, é frio ou tesão? — perguntou uma das meninas zoando comigo. A outra riu gostoso. 

Ele saiu do veículo e nos abordou… Quero dizer, me abordou. O olhar do cara foi direto para mim, inclusive suas palavras.

— Posso ser sua companhia nessa balada, Nicole?

— Como você sabe meu nome? 

— Ouvi suas amigas lá no nosso pedaço. 

Sabia que era mentira, raríssimas vezes nos chamamos pelo nome. Só então reconheci o tipo, era um ex-jogador do Corinthians que morava lá no bairro. Há anos ele foi jogar na Rússia ou Ucrânia, não sabia ao certo. 

A partir de então, o seu olhar passou a ser cativante, diria até um tanto tímido, e não me causava medo.

Após as apresentações e risadas, partimos os quatro para o galpão da festa.


Ele não foi bem recebido pelos meninos, e não foi por questões futebolísticas, eu acho. Talvez por possuir muita grana e ser mais velho, supus. Para mim não fez diferença, curti o cara e não larguei dele. Eu nem estava a fim daqueles carinhas cheios de preconceitos.


Foi curta a minha estadia com o jogador naquela festa. Aceitei seu convite para uma balada particular em sua casa. Voltamos para a zona norte. 


Chegamos defronte um casarão no bairro dos bacanas, próximo do Campo de Marte. Com exceção da luz externa, o restante permanecia às escuras. Adentramos o portão lateral e depois a porta da sala. Ele não quis acender a luz. Atravessamos três cômodos iluminados somente pela luz da rua. Durante a travessia ele perguntou se eu gostava de uísque ou vodca. Como fiquei em dúvida, ele pegou uma garrafa de cada e encheu um baldinho de gelo retirado de um freezer.

Estranhei não ter visto ele usar chaves para abrir as portas, porém, deixei na conta dos dois shots que bebi na balada. 


Adentramos a área dos fundos: piscina, jacuzzi e ofurô estavam à nossa disposição.

— Tudo isso aqui é seu? — perguntei admirada. Era tudo muito lindo e luxuoso, mesmo no escuro.

— Era, ainda é da família, está à venda.

— Que pena, seria um sonho morar aqui. 

— Verdade, Nicole, eu amo esse lugar, por isso vim me despedir dele, e em excelente companhia — disse ele e pegou-me num beijo gostoso repleto de desejos. Nossas roupas caíram pelo chão defronte ao ofurô. Muitos amassos e carícias íntimas e fizemos amor na tina de água morna.

Fui pega por trás com seus braços sobre meus peitos e seu pênis agitando bem fundo, arrancando meus suspiros de deleite. Suas estocadas suaves, cuidadosas e carinhosas, mostraram o lado romântico de um amante preocupado em propiciar prazer para sua parceira. 

Ele me fez gozar do modo mais sublime que já havia experimentado. Ronronei feito uma gatinha, gemi baixinho e dei gritinhos com o ápice daquele momento delicioso.

A Noite era só nossa, o gramado e a espreguiçadeira também foram nosso leito de amor e de entregas.

Delirei com cada uma das ejaculadas em meu interior, assim como fui aos céus agraciada com momentos intensos de clímax. Todavia, só fez aumentar meu temor com o amanhã. Dei mole com meus sentimentos, o cara mexeu comigo. Sofri por antecipação ao pensar: para ele eu não devo passar de um lance de apenas uma noite. Então aproveita e torna o momento inesquecível, sua boba! Falei para mim mesma.


Em certa altura da noite, pedi um autógrafo na costela lateral, logo abaixo do meu seio esquerdo. Perguntei se poderia fazer uma tatuagem. Ele autorizou de imediato, disse estar lisonjeado.


***


Fui acordada por uma senhora. Era uma manhã agradável iluminada pelo sol. Tinha um senhor atrás dela, e pela roupa, deduzi ser um motorista e, não, seu marido.

Dei-me conta de estar nua diante deles, ainda deitada sobre a espreguiçadeira. Lembrei de ter sido ali uma das últimas transas praticadas com o craque. Devo ter adormecido em seus braços.

— Quem é você, moça? Como entrou na minha casa?

Ainda confusa, fiquei calada e olhei ao redor: minha fantasia de mágica estava espalhada no gramado, assim como as duas garrafas de bebida quase vazias, e os dois copos. Não havia nem vestígios do jogador… Caralho! Nem de preservativos, pensei, dei mole de novo. 

A mulher ficou alterada e insinuou que eu era uma drogada e invasora. Pedi, por favor, para se acalmar, iria explicar tudo para ela, desde o início.

Com as mãos sobre os seios e de pernas cruzadas, contei a história toda desde o bar em meu bairro. Acrescentei cenas bem resumidas da longa noite de erotismo.

A senhora confirmou, meu parceiro de sexo era o dono da casa. Entretanto, ele estava na Ucrânia e não poderia ter viajado. 

Fui enfática dizendo ter passado quase toda a noite em sua companhia. Repeti coisas relatadas por ele sobre sua infância, e que a mãe o protegia ocultando do pai. Ela confirmou as peripécias do filho e disse ser impossível outra pessoa, além dela, saber daquilo.

Lembrei do autógrafo, mostrei para ela. Seria mais uma prova de ter realmente estado com o homem.

A mulher não segurou a emoção, se debulhou em lágrimas, eu não sabia o porquê, e nem o que fazer, apenas a abracei. 


Instantes após ela conseguiu falar:

— Eu não sei porque ele a escolheu, menina, mas você foi a última pessoa a estar, de alguma forma, com ele nesta vida. 

— Desculpe, senhora, mas não entendi. 

— Meu filho sofreu um acidente gravíssimo com seu carro, estava em coma induzido a mais de três meses. Os aparelhos foram desligados esta manhã.

Não consegui absorver toda a mensagem de uma só vez, eu fiz amor e conversei com ele por quase toda a noite, foi tudo bem real. Ainda tinha vestígios dele em mim. Como poderia estar morto em um país tão distante? 

A dona disse ter passado a noite na casa da sua filha advogada, ela viajou naquela manhã para a Ucrânia a fim de cuidar dos trâmites legais sobre o translado do corpo do irmão.


Após eu me vestir, a pedidos acompanhei a senhora, ela desejava saber mais sobre tudo o que dissera seu filho amado. 


Fim