quinta-feira, 14 de junho de 2018

18 - A Última Refeição

Um mês antes eu não teria dado atenção àquela pequena nota na página inicial de um site de notícias. Era sobre um corpo encontrado em um rio.
Passaram-se três semanas desde que o carro alugado pelo Matheus foi içado do fundo do rio Itajaí-Açu. Segundo a nota do site, moradores acionaram os bombeiros após avistarem um cadáver preso entre galhos às margens daquele rio, porém, distante 3 km de onde o carro foi encontrado. O corpo era de um homem em avantajado estado de decomposição. Após identificação preliminar ficou descartado como sendo do empresário Matheus Weber o corpo encontrado. O identificaram como sendo de um policial do BOPE de SC, ele estava afastado das funções, pois respondia a uma acusação de corrupção. Na reportagem havia uma foto, um pouco mais antiga, do policial fardado e seu nome logo abaixo escrito em negrito.
Jesus! Era o Nícolas (o safado que me deixou pelada e sozinha no casebre à beira do rio Camboriú no sábado do sumiço do meu coroa).
De acordo com a reportagem, a provável causa da morte seria afogamento (segundo os peritos da polícia). Não havia indícios de violência. O IML faria o exame detalhado para apurar a causa da morte.
A notícia deixou meu coração apertadinho, era um misto de alívio e tristeza. Era evidente que o Nícolas se aproximou de mim com o interesse de prejudicar meu coroa, mas assim como eu, ele também deixou-se envolver e não foi somente um negócio para ele, juntos curtimos nossos momentos amorosos e de pegação. Rolou muita química entre nós. Eu até já o havia perdoado por ter me abandonado apagadinha naquela beira de rio.
Mais uma vez o meu anjo da guarda (ou algum protetor) estava de plantão e consegui continuar invisível neste caso doido. Não fui procurada pela polícia e nem pela imprensa.
 
Uma semana depois eu tive meu último encontro amoroso com o Paulo Henrique. Como das outras vezes, além de passar horas agradáveis em sua companhia, ele novamente me fez flutuar de tanto prazer. Eu não contei pra ele que aquela transa seria a última, a saideira. Também não revelei nada sobre minha viagem; seria em dois dias e com a pretensão de ficar alguns meses fora do país. Só a Yasmin e os porteiros do meu prédio sabiam que eu daria um perdido temporário. Tive muita vontade de contar para o homem, fantasiei a hipótese de ficarmos juntos com ele cuidando de mim. No fundo eu sabia, era um sonho, tinha consciência de que o nosso compromisso era uma relação comercial. Mesmo sendo prazeroso do primeiro ao último minuto, e a cada novo encontro o tesão se renovava, todavia, ainda era apenas um negócio. A propósito, sua gorjeta foi extremamente generosa neste nosso último encontro. "Será que ele sabia a respeito da minha viagem?" Pensei com meus botões. Se o homem foi informado por sua "rede de espionagem", disfarçou bem e não disse nada.
Mas ele não me deixou sem novidades, na manhã seguinte, durante nosso café, ele contou algo muito importante. Segundo as fontes do Paulo Henrique, a mulher do Matheus e os seus familiares estavam requerendo a morte presumida do empresário para poder meter as mãos nos bens deixados por ele (ou o que sobrou), pois o danado do homem vendeu seus 51% da confecção que tinha na região de Campinas (a mulher tinha direito somente na de Blumenau, a de Campinas era um bem adquirido antes do casamento e o mesmo foi em regime parcial de bens).
A transação foi feita em segredo e o dinheiro transferido legalmente para uma conta fora do país. Depois disso ninguém sabe para onde foi a grana (milhões, no caso).
 
Completara um mês do sumiço do homem e as buscas foram oficialmente encerradas. Os abutres, digo, os familiares teriam que esperar 180 dias para a sucessão provisória, já a sucessão definitiva, poderia demorar até dez anos caso o homem não reaparecesse.
Considerei o plano do meu coroa quando decidiu sumir, sua intenção era não deixar todo o seu patrimônio à disposição da mulher. Ela também não usufruiria completamente dos bens durante anos. Ainda conviveria com o fantasma do empresário que poderia aparecer de uma hora para outra.
— Nossa! Que plano maquiavélico. Quero continuar amiga do Matheus — comentei e esbocei um sorriso.
 
No final daquela tarde eu terminei de fazer minhas malas e arrumei tudo para a viagem, sairia durante a madrugada, iria para Guarulhos/Cumbica, achei melhor partir de lá para reduzir a chance de encontrar conhecidos. Só então pensei em comida, passei o dia com o desjejum tomado na casa do quarentão.
Fui até a padaria comprar algo para o jantar e também daria uma última paquerada em um gato de uns 25 anos, alto, sarado, olhos verdes e cabelos dourados. Rodrigo o nome dele. Eu tive uma queda por ele desde o primeiro dia que o vi atrás daquele balcão. Muito top, delicinha mesmo, eu o seduzia com olhares e boquinhas. Ele correspondia apenas com o olhar encantador e atendimento atencioso, pois sua esposa trabalhava no caixa da padaria e não dava mole fazendo marcação cerrada. Era comum ela me fulminar com os olhos quando me dirigia ao caixa. Eu ficava na minha bancando a bobinha e só esperando a chance de enfeitar a testa da sonsa. O pai dela (sogro do Rodrigo) era um dos donos da padaria.
Entrei e de cara percebi a ausência da garota, no caixa estava a menina da manhã, minha colega. Fui rapidão até ela e perguntei falando baixinho:
— Cadê a chifruda?
— Hoje ela trabalhou na parte da manhã, pois tinha compromisso com a mãe durante a tarde.
De imediato fui até o Rodrigo, ele estava no balcão do bar. Perguntei se ele poderia entregar uma comida em meu apartamento uma hora mais tarde. No entanto, teria que ser ele mesmo, ou eu não iria querer.
— Prometo que a caixinha será muito boa — sussurrei cheia de malícia.
Seus olhos brilharam como duas esmeraldas iluminadas. Perguntou o que eu desejava comer.
— Você gato — respondi em um murmúrio, pois um homem chegou ao lado e se ligou na conversa. Depois respondi naturalmente.
— Gostaria de um arroz fresquinho, um filé ao ponto, fritas e uma salada mista.
Ficou combinado então, ele faria a entrega.

Quarenta e cinco minutos mais tarde eu estava de banho tomado, toda perfumadinha e alisava minhas pernas com um creme enquanto aguardava o gato. Pouco depois tocou o interfone e autorizei o porteiro a deixá-lo subir. Estava vestida apenas com um robe de cetim, curto, com o laço frouxo e um decote generoso.
Abri a porta e não contive um suspiro de satisfação ao ver aquele deus grego deliciosamente musculoso me devorando com seus olhos verdes.
— Uau! Você fica muito melhor sem o uniforme. — Entra aqui, vou pegar o dinheiro.
Dei espaço para que ele me precedesse em direção à sala. Fechei a porta e o acompanhei, peguei as embalagens de suas mãos e disse que voltava em instantes. Caminhei rebolando suavemente em direção à cozinha e era capaz de sentir seu olhar em minha bunda como se a estivesse acariciando. Meu bumbum ficava destacado por debaixo daquele tecido fino e liso.
Quando dobrei o tronco para pousar as embalagens sobre a mesa, um lado do meu robe deslizou pelo meu ombro esquerdo e meu seio ficou visível. Levantei o corpo e virei em direção à porta, pois percebi um vulto, ele estava me observando a três passos de distância. Nossa troca de olhar foi cheia de desejo e silenciosa. Meu robe desceu um pouco mais, não o impedi, e o laço soltou. Eu não vestia mais nada por baixo, fiquei nua em sua frente.
O "Uau" a seguir foi dele. Perguntei-lhe se gostou do que viu. Ele disse ter ficado encantado, eu era uma deusa. Deu dois passos em minha direção e fez o cetim cair pelo meu ombro direito deixando-me peladinha. Ele abraçou minha cintura e eu passei meus braços enlaçando seu pescoço, nossos lábios se uniram e abri minha boca e ofereci minha língua que foi sugada carinhosa e apaixonadamente. Puxei sua camiseta pra cima e ele terminou de tirá-la. Após outro abraço gostoso e beijos repletos de tesão, sugeri irmos para minha cama.
Ele me pegou no colo e caminhou comigo aninhadinha em seu peito e grudada em seu pescoço. Em meu quarto deitou-me suavemente e se livrou dos sapatos, calça e cueca. Ajoelhou na cama me deixando dominada por debaixo dele e entre suas pernas. Gemi baixinho ao sentir a pressão daquelas mãos fortes agarrando meus seios e massageando-os com ternura. Meus mamilos cresceram em suas mãos e a seguir sua boca arrancou meu gemido mais profundo ao chupar e mordiscar meus biquinhos inchados de tesão.
O gato deslizou sua boca até abaixo do meu ventre, eu ergui minhas pernas dobradas e abertas para que ele se acomodasse em mim e me levasse ao delírio penetrando sua língua em minha fendinha lisinha. Ah! O danado me fez revirar os olhos ao pressionar meu ponto G com seu "dedo mau", grande e também grosso. Retornou com a língua, eu enlouqueci, estava chegando ao clímax quando ele ameaçou de levantar a cabeça. Desesperada e descontrolada eu agarrei em seus cabelos e o prendi com minhas pernas. Forcei sua cabeça e não deixei sua boca desgrudar de mim. Gritei que ia:
— GOZAAAAARRR. — Deus! E como gozei gostoso.
Depois de gemer bem putinha esfregando firme minha boceta em sua cara, veio o relaxamento, soltei os cabelos do homem e fiquei arreganhadinha ainda curtindo a sensação de um gozo de parar o coração. Mantive os olhinhos fechados de vergonha, pois sabia que tinha feito travessura ao quase sufocar meu parceiro.
Ele voltou a ficar de joelhos sobre mim, só que agora entre minha cabeça, pincelou seu pau em meus lábios, eu abocanhei, chupei e o deixei deslizar cada vez mais fundo goela adentro. Ele era carinhoso e controlava suas investidas e retirava rápido quando ofendia minha garganta.
Eu queria sentir aquele pau em minha boceta, ele saiu de cima para que eu pegasse camisinhas na gaveta. Vesti seu pênis com a capinha, ele deitou e eu fui por cima e sentei suave sobre o membro que foi introduzindo e alargando meu sexo. Deixei-o comandar os movimentos segurando em meus quadris… Ahh! Ele gozou rápido, mas eu adorei sentir o tremor do seu corpo, sua pulsação dentro de mim e principalmente a sua carinha de satisfação.
Minutos depois de trocar a capinha cheinha por outra novinha, eu quis muito um papai e mamãe para sentir seu corpo pesando sobre o meu e saborear seus beijos enquanto eu desfalecia de tanto gozar com suas estocadas vigorosas.
O deus grego me finalizou, fiquei deliciosamente acabadinha e feliz. Ele deitou ao meu lado mortinho da silva após o gozo e a ejaculação final.
— Aaah! Vou pedir esta refeição todos os dias — falei zoando.
— Eu nem cobrarei pela comida, só quero a caixinha — disse ele, e rimos muito.
O gato foi embora e não quis receber de jeito nenhum pela comida entregue.
Que pena que demorou tanto a aparecer uma oportunidade da gente se curtir. Quem sabe se em meu retorno as coisas ficarão mais fáceis.

Na madrugada seguinte segui de carro fretado até o aeroporto de Guarulhos. Pouco mais tarde estava acomodada em meu assento ouvindo o que dizia o comandante da aeronave:
"Senhoras e senhores, bem vindos ao voo número 9669, partindo do aeroporto internacional de Guarulhos com destino ao aeroporto internacional de Miami. Nosso tempo de voo é de aproximadamente 8h20min… blá blá blá e boa viagem."

<<<< Fim >>>>

Este é o conto final desta temporada. Agradeço o seu carinho e a sua atenção.


2 comentários:

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    1. Ainda não penso em fazer algo profissional, Joaquim. Eu continuo estudando e praticando. Pensarei nisso mais tarde, tenho um livro em andamento que vai demorar ainda. Obrigada pela atenção.

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