quinta-feira, 14 de junho de 2018

8 - Lar Doce Lar

Completara um mês da passagem do Tsunami por minha vida, o qual revelou meu segredo de garota de programa e por consequência afastou-me do meio familiar de uma forma dramática. Eu ainda convalescia do desgaste causado por toda a exposição negativa e a rejeição dos meus familiares. Diariamente batia um medinho já que estava por minha conta e risco arcando sozinha com todas minhas despesas. Nesta época meus clientes eram todos agendados pela empresa de eventos e não era todo dia que havia trabalho. Os dias ociosos eram angustiantes ouvia uma sirene de alerta em minha cabeça a cada vez que recebia a correspondência com faturas de cartão de crédito e outras contas. Grande parte do que eu ganhava era gasto com roupas, sapatos, bolsas e salão de beleza para permanecer linda e apresentável nos compromissos com executivos e outros privilegiados. Precisava conseguir trabalho extra para aumentar a renda e dar um alívio nas finanças, também não poderia continuar vivendo em um quartinho com banheiro comunitário, iria alugar um apartamento, nem que fosse quitinete. Antes, porém, precisava urgente dobrar o número de encontros, só não conhecia um modo rápido e eficaz de fazer isso e manter o mesmo padrão de clientes. Precisava pensar com calma nisso.
 
Terminei meu banho e ficaria linda para encontrar meu coroa de Santa Catarina, contava com sua gorjeta generosa naquele momento mais do que nunca. Seu nome é Matheus, proprietário de uma confecção em Blumenau — cidade onde reside — e frequentemente vinha a Campinas visitar uma filial da empresa.
Ele pagou por toda a noite, então tivemos muito tempo para conversar durante aquele encontro. Levou-me para jantar e depois fomos para um motel. Enquanto recuperávamos o fôlego após nossa primeira sessão de sexo voltamos a papear e ele me ofereceu novamente sua ajuda financeira. O coroa sabia da minha situação atual e já havia oferecido sua ajuda dias atrás, não dei uma resposta concreta, administrei o momento, não queria depender de mais ninguém mas estava tão difícil aumentar minha renda e sair do sufoco. Acabei decidindo pelo caminho mais fácil, apesar de já ter sido alertada que cometeria um erro se me envolvesse não profissionalmente com um cliente. Quando comentei com as meninas que ele ofereceu-me ajuda, as mais experientes comentaram para este erro primário nas iniciantes: esquecem que são profissionais e começam a achar que são amantes, ou pior, namoradas.

— Chega um dia em que o cliente a considera como sua propriedade, ele não tem mais dia e nem horário para chegar ou sair e ainda interfere diretamente bagunçando sua rotina e sua vida. E se de repente o cara para de pagar suas despesas e some dando um perdido, você ficará numa enrascada e cheia de compromissos para saldar.
 
Eu ouvia as meninas com atenção, no entanto, a gente sempre pensa: "Comigo será diferente, elas estão exagerando." Foi o que pensei ao deixar o Matheus entrar de sola em minha vida. Dias depois ele pagou o seguro fiança referente ao aluguel de um apartamento que eu escolhi, também comprou os eletrodomésticos e móveis. Ele ainda disse que me pagaria normalmente pelos programas e, o que ele gastou ou comprou para minha casa, seria um presente. "Claro que teria a contra parte" eu pensei, deduzi que precisaria retribuir dando-lhe mais atenção (sexo e atendimento preferencial, no caso).
 
No final da tarde de sexta-feira entreguei as chaves do quartinho. Estava feliz por não precisar mais sentir aquele cheiro de mofo. Rumei em definitivo para minha nova moradia levando tranquilamente todas as minhas coisas em apenas uma viajem de táxi, já que tudo o que eu possuía cabia em um porta-malas.
Domingo seria meu "chá de casa nova" organizado pelas meninas da agência, eu ganharia as miudezas e os utensílios necessários em uma casa. Precisava praticamente de tudo, só tinha minhas roupas de vestir e algumas de cama e banho.
O apartamento já estava limpinho e com cheiro agradável de pintura nova, no entanto, as caixas e embalagens com os eletrodomésticos e os móveis desmontados estavam na sala e congestionando a passagem. Os móveis só seriam montados no dia seguinte (sábado), dois rapazes viriam montar tudo, inclusive as cortinas daquela janela enorme da sala; sentia-me como um peixe em um aquário iluminado por causa daquele vidro cristalino. O chuveiro também ainda seria instalado por eles. Tomei um banho frio… BRRRR! Como água de prédio é gelada.
 
Vesti um robe antes de sair do banheiro, já era noite e ficar pelada nem pensar, pois naquele horário sim ficava visível para todas as janelas do prédio em frente. Estava retocando o esmalte das unhas dos pés e levei um sustão com o toque do interfone, e outro susto ao saber quem era. Caraca! Era meu coroa, eu não sabia que ele estava na cidade. Liberei para ele subir. Ao abrir a porta e visualizar aquele homem de terno e todo alinhado, fiquei morrendo de vergonha por estar despenteada, sem qualquer maquiagem, de robe e chinelo de dedo. Ele disse que estava ansioso por conhecer minha residência nova. Droga! Eu queria que ele visse o apartamento somente quando estivesse pronto. Desculpei-me pela aparência e bagunça, expliquei que até domingo estaria tudo arrumadinho. Ele disse não se importar e que eu estava linda ao natural e também muito sensual.
Explicou que veio para Campinas de última hora e voltaria ainda naquela noite, mas dava tempo de levar-me para jantar e ficarmos uma horinha juntos. Toda sem graça falei que aquela noite eu tinha um trabalho agendado e já havia sido pago pelo cliente, o encontraria às 22h. Ele olhou no relógio e disse:
— Então temos mais de duas horas. — Após sua observação, ele sorriu bem gostoso.
 
A princípio, sem se incomodar com a janela, ele afrouxou o nó da gravata e a tirou, também o paletó. Soltei três botões da sua camisa enquanto fazia minha carinha de safada, acariciei e beijei o seu peito e subi com minha boca até a sua. Maliciosamente esfregamos nossos corpos durante o beijo ardente. Ele ia abrir meu robe, mas se deu conta que estávamos em uma espécie de "Big Brother", pediu para eu apagar a luz do quarto, ele apagou a da sala e ficamos quase na penumbra. Estávamos no 7º andar e a luz da rua não iluminava o suficiente para que os vizinhos testemunhassem o que viria a seguir… eu acho que não, hahaha.
Após novos beijos e toques de mãos nas partes íntimas, ele me virou e fiquei debruçada na máquina de lavar que ainda estava na embalagem, deixou minha bunda nua puxando meu robe para cima das minhas costas e agachou por trás de mim ficando entre minhas pernas abertas. Ah! O homem arrancou meus gemidos socando o dedo em minha vagina e completou com um oral que me fez gozar em sua boca em tempo recorde.
Retribui com um boquete após inverter a posição, mas não o deixei gozar ainda. Localizei minha bolsa, peguei uns preservativos e cobri sua ferramenta com a capinha. Voltei para a lavadora de roupas e a bicha tremeu sem estar ligada,tantas foram as estocadas que levei por trás em meu rabo. Depois de tirar a borrachinha cheiinha, continuamos com nossos improvisos e cavalguei sentada sobre ele, acomodados em um dos módulos do sofá ainda desmontado.
 
Terminamos no quarto com um papai e mamãe, ambos pelados sobre o colchão ainda coberto pelo plástico e jogado ao chão.
Enquanto recuperávamos o fôlego, deitados e abraçados, fiquei ligeiramente frustrada, pois não foi como havia imaginado. Queria algo mais romântico para nossa primeira vez em meu novo lar, tipo uma refeição de algum restaurante Delivery, um bom vinho e como grande final inauguraríamos a cama nova com nossas atividades de alto impacto e terminaríamos na banheira cheia de espuma aromática e sais de banho.

Continua…

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