sábado, 7 de julho de 2018

Capítulo 21 - Sexo e Rock and Roll

Noite de terça-feira, ao final do jantar naquele cruzeiro da luxúria, fiquei com um dos cavalheiros da mesa e nos encaminhamos ao convés. A seu pedido paramos no "smoking point" — ele não resistia a um cigarrinho após as refeições.
A lua cheia e enorme, em conjunto com um céu estrelado deixava a noite linda demais, além de uma temperatura super agradável. Pena que o nosso papo ao luar não tinha o clima gostoso de romantismo. Degustamos dois cocktails coloridos servidos por atendentes sempre prestativos e divagamos a respeito das atrações do nosso passeio e sobre a vida noturna na América. Ouvi seus relatos sobre suas noites loucas em terras do Tio Sam e também na Europa. O homem disse ter viajado muito e experimentado quase tudo. Ao final do seu segundo drink, o maluco engoliu mais um comprimido, "um estimulante", segundo ele. Não era nenhum tonificante sexual, era ecstasy, recusei nas duas vezes em que me ofereceu e se ele engolisse o terceiro eu o deixaria falando sozinho.
— Seu vestido de dois mil dólares vem do trabalho neste navio ou você tem outro tipo de renda? — fiquei surpresa com a pergunta repentina e fora do contexto da conversa. Respondi com bom humor.
— Não valorize demais o meu prêt-à-porter, ele custou menos de oitocentos dólares. Sorri e depois respondi que o trabalho de acompanhante era a minha única fonte de renda no momento.
— Eu posso lhe dar vestidos exclusivos entre outras coisas, em contrapartida você disponibilizaria somente algumas horas de sua atenção para comigo durante a semana.
— Eu faria o trabalho de acompanhante?
— Sim, claro doçura — lhe interessa?
Respondi que a oferta interessava e que conversaríamos mais sobre o assunto até o final do passeio.
Ainda estava com um pé atrás com aquele cara, não sabia se o tipo era um viciado em drogas e me traria problemas ou se era apenas mais um músico rico e decadente que só tomava aqueles bagulhos vez ou outra para curtir um barato.
Meu cliente daquela noite foi integrante de uma banda de rock alternativo do final da década de 80 até o início dos anos 90, formada em Boston, Massachusetts. Por causa de divergências a banda separou-se em 1993. Foi tudo o que disse, não quis nem revelar o nome do grupo e ficou irritado quando lhe pedi que cantasse uma das músicas. Virou a cara olhando para o vazio do oceano e disse que não queria mais falar a respeito, posto que ainda doía muito nele.
Eu já tinha informações suficientes para uma busca no Google, a fiz posteriormente. Descobri que a banda voltou uma década depois com os ex integrantes, porém sem o meu colega de convés. Só então compreendi a razão de sua mágoa e silêncio. A princípio havia imaginado que seu acesso de raiva fosse por eu não o ter reconhecido e por ter perguntado o nome do grupo e músicas. Apesar de nem ser nascida na época do seu sucesso, meu conhecimento sobre bandas antigas era enorme, mas a dele realmente eu não conhecia.
A raiva do quase cinquentão passou, havíamos diminuído o ritmo da conversa e iniciado as carícias. Logo os amassos ficaram bem apimentados. Ao terminar o meu segundo drink e ele o terceiro, o roqueiro concordou com a minha sugestão de irmos para a sua cabine, assim teríamos mais privacidade em nossa brincadeira.
No caminho paramos algumas vezes nos enormes corredores e fui prensada em paredes entre uma porta e outra. Em meio a beijos calorosos o meu corpo foi tocado por inteiro por suas mãos parecidas com a de um tecladista agitado. Mais alguns passos depois e estávamos ao lado do seu aposento. O clima esquentou de vez, o homem parecia estar possuído e disse que não aguentava mais de tesão e queria me comer ali mesmo. Falei que não era boa ideia, era caminho do pessoal e teríamos companhia já já. O cara nem me ouviu e minha calcinha desceu até o meio das minhas pernas. Pedi que aguentasse só mais um pouquinho até entrarmos, pois se alguém da chefia me visse transando ali eu estaria fodida.
Acho que não fui convincente o suficiente e ainda fui cúmplice, visto que o ajudei a tirar a minha lingerie e a coloquei no bolso do seu paletó. Quando vi o seu pinto de fora eu dei mole deixando o maluco erguer minha perna e roçar em minha vagina na tentativa de penetrá-la. Putz! Estava com saudades dessas loucuras que costumavam ocorrer com mais frequência em minha vida. A sensação do perigo de ser flagrada e do sexo inseguro gera uma overdose de adrenalina de enlouquecer. A cumplicidade foi total, umedeci o meu sexo com minha saliva facilitando a penetração… Ooh! Eu não resisto, é muito bom. Dei mais um foda-se, abracei o seu pescoço e deixei rolar o início das estocadas deliciosas batendo forte lá dentro. E ficaram cada vez mais vigorosas, delirei com os tremores de tesão que eram choques de prazer fulminando o meu corpo.
Momentos depois já não estava nem aí caso fosse flagrada por minha chefe. Perdi a noção do tempo e o mundo já não existia quando meu gozo chegou rápido e intenso. Ahh! Dei meu gemido de vadia soltando a voz e saboreando as batidas da minha bunda na parede, parecia que o homem tentava atravessar o meu corpo com o seu membro, tamanha era a força das bombadas que recebia.
— Amiga, sua louca, a Emma está por perto!
Caralho! Quase mijei de susto ao ouvir isso. Felizmente era uma das meninas e um dos passageiros que estavam em nossa mesa no jantar, eles estavam passando por nós em direção ao final do corredor. Baixei rapidão a minha perna tentando amenizar aquela depravação. O meu parceiro parecia não ter ligado muito, a mistura de bebidas e algo mais que ingeriu, o deixaram doidão. Coloquei-me à frente dele para esconder seu negócio duro e pedi desculpas por nós dois. O casal seguiu em frente e deram mais uma olhadinha para trás rindo da minha cara de boba e assustada. Coloquei minha mão para trás e segurei o pênis daquele doido que havia levantado o meu vestido e tentava enfiar em minha bunda.
— Paaara, homem! Abre a porta! — falei e ri da situação.
Peguei o cartão da sua mão, abri a porta e entrei com ele grudado atrás de mim parecendo um cachorro no cio. Continuamos com a pegação assim que passamos porta adentro e fomos em direção à cama, ele se acalmou por alguns segundos, sentou e ficou apreciando enquanto eu tirava o meu vestido que abria tipo um robe, apenas soltando o laço da cintura. Exibi o meu corpo seminu e o cara soltou "Uaus e My God" ao ver o meu sexo lisinho e de lábios rosados, o mesmo que ele estava brutalizando minutos atrás sem ao menos tê-lo visto. Os elogios continuaram após eu tirar o meu sutiã fazendo charminho. O cara ficou agitado novamente, eu o ajudei a tirar os sapatos e calças para depois brincar com mãos e boca em seu "nervo exposto".
Segundos depois dele urrar e gozar em minha boca e nem dar-me tempo de cuspir a meleca, posicionou-me de quatro no colchão e veio pra cima de novo.
Passamos o resto da noite em sua cama, e algumas horas foram de sono, felizmente, pois estava acabadinha, não havia dormido quase nada na última noite e passara o dia todo na "atividade". Pela manhã ainda tivemos um love como saideira, logo depois ele me deu uma caixinha generosa. Também reafirmou a proposta feita horas antes no convés. Respondi que estava tudo bem de minha parte, aguardaria ele entrar em contato para dizer quando e onde seria o nosso encontro.
Corri até a minha cabine para me recompor e depois dar atenção aos outros distintos durante o café.

***

Poderíamos dividir o grupo de homens daquela embarcação em duas categorias: normais e perturbados, digo, românticos e libidinosos.
Atendi a vários pedidos especiais para ganhar uma grana extra: imitei uma menina estudante e fingia que chorava e gritava enquanto era supostamente estuprada em meu ânus pelo diretor da escola — no caso o diretor era o passageiro, claro — alguns gritos e lágrimas não foram fingidos e, sim, de dor intensa, já que encarei pênis similares a de jumentos.
Recebi ejaculações no rosto e no corpo todo, meus olhos foram vendados, fui amarrada, levei muitos puxões de cabelo, tapas na bunda… contudo, também devolvi alguns bofetes. Alguns caras curtem umas porradas, eles se excitam com o espancamento e humilhação, principalmente tapas na cara, que aconteciam no instante em que o orgasmo anunciava-se para eles. Os masoquistas imploravam para que eu batesse cada vez mais forte.
Certa vez, quando fui apenas observadora em uma cena parecida a essa, achei aquilo grotesco, no entanto, quando virei protagonista em minha própria história, curti muitão esbofeteá-los ao mesmo tempo em que remexia alucinada estando sentada com meu sexo sobre os deles, foi muito louco, tipo um gostoso diferente.
Atendi a outros pedidos, de outros senhores, além do famoso fio terra, também tive que bancar o hominho com um cara o penetrando com seu brinquedinho de silicone enquanto o chamava de puta, vadia e outros pejorativos que me vinham à cabeça e supostamente aguçava o tesão do homem. Era muita putaria e seria considerado abominável ou ficção para o mundo socialmente aceito, no entanto era real e divertido na maioria das vezes. Além de ser uma doideira prazerosa também foi uma experiência rara.
Há um ano e meio atrás, mesmo já levando uma vida sexual ativa e promíscua, eu considerava os vídeos bizarros que assistia vez ou outra na Internet, como se fossem produções artísticas baratas (Trash) e que existiam somente nas telinhas dos computadores ou em um grupinho seleto de gente um pouco mais pervertida. Não imaginava que um número tão grande de pessoas consideradas "distintas" no meio social fossem capazes de praticar tantas loucuras a fim de satisfazerem seus desejos sexuais. Pois é, tive que ver para crer o quanto são promíscuas pessoas consideradas acima de qualquer suspeita. As mais respeitáveis mostraram-se as mais pervertidas e praticaram as maiores loucuras na intimidade das cabines daquela embarcação. Fiquei imaginando a que ponto chegariam estando na clandestinidade de suas vidas secretas.
Vivendo e aprendendo.

Continua…

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