quarta-feira, 11 de junho de 2025

Almas Gêmeas - Parte 5

<< NO QUARTO DA INSPETORA Berta, fui ordenada a ficar em pé, ereta e com os braços caídos ao lado do corpo, enquanto ela me dava um esporro e circulava ao redor do meu corpo nu.

Ela fez uma pausa na série interminável de descomposturas, então a “sargento” deteve-se à minha frente e seu olhar analítico percorreu o meu corpo de cima a baixo. Percebi certa prioridade aos meus seios e quadris.
— É evidente que você não é mais virgem, correto!?
Não foi uma pergunta, foi uma conclusão. Ela é do tipo que gosta de deixar as meninas constrangidas. Assenti timidamente com a cabeça.

Passei por tudo isso, em ocasião do meu retorno do piquenique na cachoeira. Fui flagrada nua, descalça e suada, pois corri amedrontada, por cerca de vinte minutos. Minha cara de culpada deveria assemelhar-se à do gato que comeu o canário. Entretanto, a punição tão temida, poderia se transformar em bônus, caso obtivesse êxito na missão a mim confiada pela inspetora Berta: seria enviada para uma entrevista com o mestre Vilânio Yago. Tornar-se aluna e modelo exclusiva do artista plástico era uma oportunidade cobiçada por todas as garotas dos cursos de artes plásticas e teatro ministrados pelo instituto, apesar de circular em off, um boato a respeito de rituais eróticos praticados no casarão do mestre.
Se eu conseguisse a vaga, ela ganharia pontos no jogo dos líderes de grupos, e a mulher, considerada implacável, esqueceria a minha falta gravíssima. Também não seria vítima da sua fúria maligna, fez ela questão de observar.

No dia seguinte, Alex (o guia) veio se desculpar e trouxe minhas roupas.
— O policial grandão é meu tio, ele não sai do meu pé. — Eu acordei com seus gritinhos, sua maluquinha, quis ir até você, mas eu estava tão louco que acabei capotando de novo.
— Você me deixou lá, sozinha e pelada, seu cachorro.
— Desculpa, gata, mas ainda bem que não viram você, pois daria um rolo da porra. — Você sabe, né?
— Tem razão, foi cruel, mas poderia ter sido pior.


O Ateliê

Nove dias depois, numa segunda-feira, 2 de maio, na hora agendada, fui recebida pelo homem alto, branco, quase albino, aparentando ter saído de um caixão — sinistro pra caramba. Não era bonito e nem “pegável”. Entre 50 e 60 anos.
Bateu um medinho ao solicitar que o acompanhasse para conversarmos reservadamente. O primeiro impacto da sua voz forte, foi marcante, fiquei impressionada e me senti tão pequenina com meu 1,65m diante do coroa grandão e extremamente peculiar.
Ao transpor a porta enorme, fiquei chocada com o pé direito tão alto daquele salão com pilares do piso ao teto como se fosse um templo grego, as janelas eram vitrais, tipo os de catedrais, mas o tema não era divino, eram imagens lúgubres com personagens obscuras. Imaginei assim o apocalipse: uma sensação de tristeza e morte. Ao fundo, uma escada levava ao mezanino.

Paralisei, ao identificar um Rottweiler grande e musculoso se aproximando de nós. O homem percebeu minha evidente apreensão e procurou tranquilizar-me dizendo:
— Relaxa, Gisele, ele é um animal amoroso, é falsa a fama de cão feroz embutida ao Rottweiler, eles são amigáveis, carinhosos e gentis.
Não sei se era verdade, por isso não mexi um músculo quando o grandão chegou ao meu lado balançando o rabo. Após me cheirar, ele lambeu minha mão como se pedisse carinho. Mesmo com medo daquele cachorro robusto e de porte assustador, falei com ele e acariciei sua cabeça.
— Oi bonitão, você é muito fofo!
— Ele gostou de você, esse rapazinho safado só gosta de mocinha bonita — disse o seu tutor.
— Quantos anos ele tem?
— Vai fazer sete no dia 5 de junho.
— Não acredito, eu também faço em 5 de junho.
Seu comentário proferido sobre a coincidência, não chegou nem perto do meu entusiasmo.

Subimos ao mezanino e me deparei com um mundo surreal: o espaço amplo quase às escuras realçava ainda mais aquelas imagens alusivas ao inferno, com bruxas e simulação de rituais satânicos, tanto nas diversas telas ainda em produção, assim como pintado diretamente nas paredes do cômodo. Imaginei que fora proposital a disposição das telas e a pouca luz, seria com a intenção de assustar quem adentrava o recinto. “O homem tão sério deve se divertir com o medo alheio.” Pensei.
Outras luzes foram acesas, amenizando um pouquinho o clima de terror daquele ambiente sinistro. Ao fundo se destacavam obras com uma temática mais singela, melancólica, recheadas de nudez artística. Outras tinham uma pegada angelical e sagrada, uma alusão às imagens (afrescos) do teto da Capela Sistina, pensei.

Ele apontou para um divã vermelho mandando-me sentar. O móvel contrastava com meu vestido branco — foi-me solicitado que viesse com ele. Luzes de refletores foram incididas sobre mim. Pegou uma câmera fotográfica profissional e disse:
— Fique à vontade, é só uma preliminar.

Foram pouco mais de dez cliques comigo sentada, deitada e em pé. Ao final, pediu para aproximar-me da sua escrivaninha, onde ele nos serviu com xícaras de chá proveniente de uma garrafa térmica.
O Rottweiler ficou me rodeando com atitudes carinhosas demais. Mestre Vilânio examinava as fotos enviadas para o seu notebook.

— Fiquei satisfeito com o resultado inicial, Gisele, seu rosto angelical e biótipo poderão somar ao meu novo trabalho — disse com seu vozeirão. — Você está pronta para fazer o teste de modelo?
— Mas eu terei que posar nua… Assim? — falei, apontando para a garota pelada em uma das muitas pinturas semelhantes espalhadas pela sala: a modelo simulava um clima de intimidade romântica abraçada ao Rottweiler.
— Sim, querida, você obteve o privilégio de ser escolhida, não só em razão do seu rostinho angelical, as características do seu corpo e sua desenvoltura serão fundamentais — falou como se falasse o óbvio e pegou em minhas mãos com uma expressão de pai orientando a filha casta. — Na arte, a nudez é tão natural quanto respirar, não há tabus como nas convenções sociais. É beleza, emoção, liberdade de expressão e de pensamento, desde que seja feita de forma responsável. Compreende?
Assenti com a cabeça.
Ele fez uma pausa, ainda segurando minhas mãos, em seus olhos havia um enigma a decifrar. Senti algo estranho, a leveza do meu corpo, um zumbido nos ouvidos como se fossem murmúrios distantes…
— Posar ao natural é um problema pra você? — disse ele secamente, trazendo-me de volta a este plano.
Aquela pergunta soou quase como um ultimato, fazendo meus pensamentos fluírem a milhão. Se desse a resposta errada, meu futuro seria incerto dentro do grupo concorrido da instituição, mas isso seria insignificante perto do que a inspetora Berta faria comigo, ela ia foder com a minha vida… “Não me decepcione, mocinha! — disse-me ela com seu olhar diabólico.” Se não fosse aprovada pelo mestre, as portas se fechariam para mim e também refletiria na vida dos meus pais, devido à dependência exclusiva do comércio deles com aquele universo. O paradoxo é que seria o caos se soubessem que a filha está posando pelada. A minha situação era difícil. O incômodo causado pelo ateliê sombrio, dando até arrepios de frio e de medo, agora era apenas um detalhe. O drama atual seria a obrigação diária de me despir diante do professor cinquentão com cara de mestre de seita ocultista e manter em segredo.
Meu olhar se deteve no cachorro, latindo para mim e abanando o rabo como se me pedisse para aceitar. Pela expressão enigmática do homem para o cão, minha imaginação levou-me a acreditar haver comunicação e cumplicidade velada entre homem e fera.
Deslizei minhas mãos das dele, enchi a alma de autoestima para responder com segurança e de cabeça erguida:
— Problema nenhum, mestre, posarei nua e darei o meu melhor.


Flagrante na Praia

<< EM CERTA OPORTUNIDADE, meus pais, eu e a Giovana, em companhia do meu tio Armando, tia Neide e meu primo Vitor (único filho deles na época), fomos passar um fim de semana prolongado em uma casa alugada no litoral norte de SP.

Enquanto os marmanjos bebiam e dançavam ao participarem de um churrasco numa casa vizinha, naquele início de noite, eu, a Giovana e o primo fomos para a rua onde uma turminha jogava queimada.
Fiquei só assistindo os pirralhos jogarem, mas logo tive companhia. Fui muito bobinha ao me empolgar com elogios referentes à beleza do meu corpo novinho e com suas palavras românticas. Caí na conversa e disfarçadamente segui meu galanteador até a casa onde estávamos hospedados. Sucumbi logo ao primeiro beijo. Ele seguiu me acariciando e tocou minhas partes íntimas por cima da roupa. Logo a regatinha foi removida e suas mãos estavam livres para apertar meus seios miúdos. Causou-me arrepios ao ter minha intimidade invadida e meu corpo desfrutado; não era medo, era um sentimento agradável. O quarto, iluminado somente pela luz da lua gigante entrando pela janela, criava um clima de filme de amor. Suspirei ao sentir sua boca morna em meus biquinhos durinhos, sugando, mordiscando e umedecendo meu peito.
As coisas tomaram um rumo repentino com o percorrer de sua boca ativa pelo meu corpo abaixo. Simultaneamente, suas mãos ágeis arrancaram meu shortinho, me deixando nua sobre minha cama e inteirinha à disposição dele. Estremeci quando ergueu minhas pernas e enfiou a cabeça para chupar minha vagina. Não contive os gemidos ao sentir sua língua mexendo feito um bicho dentro da minha boceta. Fiz força para saborear a sensação de êxtase sem gritar, pois fiquei alucinada com seu dedo mexendo enquanto lambia e chupava… Deus! Como aquilo era bom, até parecia um sonho. Gozei sem parar, e até esqueci dos perigos.

Entretanto, a hora do medo chegou, arregalei os olhos ao vê-lo sem calção e acariciando seu pinto duro e assustador.
— Calma, minha linda, só vamos brincar, não vou te machucar, eu juro!

Fiquei apavorada e indecisa, não considerei chegarmos a extremos. Não sabia como reagir perante uma situação nova para mim. Apesar do pavor, cedi aos seus comandos. Ele deitou em meu lugar e pegou-me num abraço seguido de beijo ao deitar-me por cima dele. Durante outros beijos, carícias e palavras românticas, seu pinto alojou-se entre minhas coxas. Captei suas intenções ao ter meu corpo guiado por ele. Compreendi que seria apenas o roçar dos nossos sexos.
Ahh! Como era gostoso. Seu pinto ficou friccionando entre minhas pernas bem apertadinhas. O contato delicioso abrangia da minha boceta ao meu ânus, era alegria pura, a ponto de curtir até os tapas na bunda. De repente, ele ficou mais agitado e com a respiração acelerada… Foi quando entendi que o pulsar do seu pinto era o anúncio do seu gozo com ejaculação imediata. Um líquido viscoso umedeceu minha bunda, no interior do meu rego. Senti um tesão da porra quando ele esfregou a cabeça do pinto em cima do meu buraquinho melado, fez explodir os meus desejos mais sacanas; fiquei cheia de coragem e tentaria suportar, caso ele pretendesse ir além. Mas bateu o desespero e quase morri do coração ao ouvir o grito da minha mãe adentrando a residência.
— Ai, meu Deus do céu! — falei baixinho, saindo a milhão de cima dele e pegando uma camiseta para me limpar. Enquanto isso, o tarado vestiu o calção e se jogou pela janela. Só me restavam dois segundos após ouvir novo grito muito próximo à porta do quarto. Deitei e me cobri no gás. Foi o tempo dela entrar bufando.
— O que está acontecendo aqui? — disse ela, após acender a luz e fulminar-me com sua expressão: “já entendi tudo” e correr até a janela na tentativa de ainda flagrar alguém em fuga.
Não viu ninguém, aparentemente, então a treta seria só comigo.
— É melhor dizer logo o que você estava aprontando, dona Gisele, pois sinto cheiro de putaria — disse ela num tom impiedoso enquanto avançava sobre mim como um predador atacando a presa indefesa. Minha tia ficou fungando feito um cão perdigueiro e também foi olhar pela janela.
— Nada, mãe — respondi com voz de choro —, fiquei com dor de cabeça e vim descansar.
— Me engana que eu gosto — disse ela e puxou bruscamente o lençol.
A nudez do meu corpo novinho e frágil já era o suficiente para ela deduzir a ocorrência de depravações. Contudo, ao puxar o meu braço e retirar-me da cama com extrema facilidade, algo grave chamou a atenção da dona Lúcia Helena, a ponto dela ficar possessa. Não foram os meus ralos pelinhos pubianos umedecidos, obviamente que não. Mamãe ficou puta ao concordar com a vaca da minha tia: “Essa vermelhidão parece ato de putaria.” Lembrei-me dos tapas que levei na bunda há pouco, enquanto gozava adoidada. Naquele instante, só pensei em curtir o momento, não julguei que daria ruim.
Estabeleceu-se o caos, as ofensas da mamãe foram de vagabunda a vadia. E não poderia faltar o “putinha”, ao espancar-me com tapōes na bunda. Esses doeram, assim como doeram os vários safanões enquanto ouvia um monte de ameaças de castigos a receber se não contasse quem era o responsável por aquela depravação.
Aguentei firme e não contei nada, ainda assim consegui sobreviver à ira da mamãe, e pouco depois, ao esporro e interrogatório do pai da criança. Jurei por tudo o que era sagrado que ainda era virgem e não havia feito sexo com ninguém, foi só uma brincadeira com um colega. E poderiam até me matar, mas não o entregaria.

Ufa! Meus pais acreditaram que a farra foi mesmo com um coleguinha, eu acho.
Minutos mais tarde, durante o banho dolorido, em razão dos hematomas nas duas bochechas da minha bunda, meu sorriso foi um misto de alívio e satisfação ao pensar:
“Você vai ficar me devendo essa, titio Armando!”

Continua.

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