terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Parte 8 – Prazer Carnal

Cinco semanas após o golpe em Campinas 


O patrão do Tenório ordenou uma reunião com alguns dos seus pistoleiros, o empresário havia exigido informações sobre o paradeiro do seu dinheiro e dos ladrões. O homem estava possesso e daria um ultimato aos seus subalternos.

Dentre os capangas havia um investigador da polícia civil, ele trouxe uma informação recém-adquirida sobre um dos golpistas: o sujeito era um funcionário não fixo do hotel e fora cobrir a folga de um recepcionista no dia do roubo. 

— Foi esse "hijo de puta" que me deu as bebidas drogadas — vociferou o homem ao ver a foto do Maciel exibida pelo subordinado.

— Vocês têm uma semana para me darem a cabeça desse merda, a localização da vagabunda e do outro puto — ou podem começar a procurar trabalho bem longe daqui.

Após ouvir toda a conversa, o Tenório viu a necessidade de agir rápido e encontrar o Maciel antes dos cães de caça do patrão, ou a casa ia cair pra ele. Contava com a vantagem de saber mais sobre o ex-parceiro, pois quando planejou o roubo, havia chegado até o Maciel através de informações de conhecidos do submundo. O ex-policial soube do tipo de golpe aplicado pelo homem e a garota, quem os protegia e compactuava com eles, também os outros beneficiados pelos lucros. Aproximou-se do concierge para oferecer-lhe a oportunidade de ganhar centenas de milhares de dólares para um trabalho que ele e sua parceira estavam acostumados a fazer com sucesso, contudo, era uma jogada com rendimento de um milhão de dólares. O golpista ganancioso pulou de cabeça sem tomar conhecimento dos riscos envolvidos no negócio. Também não hesitou quando o novo comparsa sugeriu não revelarem o motivo principal do golpe à parceira, assim, os dois homens poderiam dividir o lucro só entre eles. E seria prudente eliminar a garota para não restar testemunhas.


Após arquitetar mentalmente o seu plano de caça ao concierge, Tenório pretendia alegar motivos de saúde para poder ausentar-se dois ou mais dias do trabalho na casa do empresário. Só então o ex-policial poderia partir na captura do Maciel na tentativa de antecipar-se aos capangas do patrão.


Em outro ponto da cidade


Jessie e Pedro Miguel, moravam há algumas semanas em uma casa de dois ambientes, tipo quitinete, em um condomínio com cinco outras casas iguais, situado nas imediações do motel onde se hospedaram na chegada. Fecharam um acordo verbal para ficarem por três meses na residência mobiliada. O proprietário exigiu pagamento adiantado, incluso mais um mês de depósito. A garota pagou o combinado, mas não revelou que pretendia ficar na cidade só o tempo suficiente para recuperar-se fisicamente, então partiria na captura do Maciel (o concierge).


No início da noite de um sábado, o rapaz havia saído para comprar o jantar enquanto a moça terminava seu banho. Saiu do banheiro ainda nua e animou-se ouvindo uma música preenchendo o ambiente: "Nem sempre se pode ser deus" dos Titãs. Caminhou balançando o corpo ao ritmo da melodia enquanto esfregava a toalha nos cabelos molhados. Chegando à cozinha, abriu a geladeira e serviu-se de uma mistura de vodka com suco de laranja, deu um gole e fez cara de aprovação. Dirigiu-se ao quarto e vestiu uma camiseta do Ramones, a mesma entregue por ela ao Pedro Miguel no dia da fuga. Admirou-se no espelho girando nas pontas dos pés para olhar seu bumbum semi exposto, levantou a camiseta e examinou a nudez do seu corpo em ângulos diferentes. Sua expressão foi de alívio; os hematomas adquiridos no dia de terror, estavam quase imperceptíveis. Vestiu um shortinho folgadinho, realçou a beleza dos lábios rosados passando um brilho labial, mandou um beijo para si mesma e sorriu maliciosamente.


Pedro Miguel chegou com a comida, ela o olhou com carinho e havia desejo em seu olhar. O vínculo entre os dois jovens se estreitou nos últimos dias; selinhos e abraços de agradecimento eram constantes. O momento mágico não tardaria a acontecer.

O rapaz estava ligeiramente mudado: deixou crescer os cabelos e a barba por sugestão da Jessie.

— Você não tinha me dado essa camiseta? — ele falou em forma de crítica, mas em tom brincalhão.

— Se quiser ela de volta, precisa me pegar primeiro — ela falou o desafiando e rebolou debochadamente segurando no cós da camiseta.

O rapaz entrou na farra ao colocar os marmitex sobre a mesa e partiu para cima dela. Jessie fez graça dando um gritinho e saiu correndo. Pulou ficando em pé sobre a cama e garrou um travesseiro para se defender do Pedro chegando em seu encalço.

— Não vem não, maluco! Te encho de travesseirada — falou em tom de brincadeira.

Inteiramente no clima o garotão chegou pertinho e ergueu os braços pacificamente.

— Sem violência, só quero a minha camiseta de volta.

— E vai me deixar pelada?

— Não vou negar, era minha intenção.

— Vamos fazer um trato, te devolvo depois do jantar, estou morrendo de fome.

Ele concordou, mas quis um selinho para firmar o acordo. Ela foi além dando-lhe um beijo mais longo. Um beijo sem língua, mas tão gostoso quanto.


Após o jantar e com minha barriga cheiinha, recostei com o Pedro na cabeceira da cama para assistirmos algo na TV. Cerca de meia hora depois, durante um comercial:

— E então, vai me devolver a camiseta agora?

— Eu nem queria mesmo, e também estou morrendo de calor — falou a moça retirando a peça de roupa e ficando vestida só com o shortinho.

— Porém não é justo, esta é a minha banda favorita — concluiu ela.

— Eu troco por um beijo, mas só se for igual ao de uns dias atrás — disse ele.

— Seu safado! — disse ela olhando maliciosamente em seus olhos, e tomou a iniciativa do beijo.


Eles nem viram uma cena de erotismo passando na TV, em razão de estar acontecendo algo real e desejado por ambos há semanas.


Senti sua ereção quando me beijou, aquilo incendiou minhas partes baixas. Após rolarmos curtido um dos beijos mais longos da minha vida, fiquei por cima dele ao desgrudar dos seus lábios e acariciei seu membro por cima do short.

— Ei! Tem algo vivo aqui — falei bancando a safadinha.

Deslizei a mão por dentro para senti-lo, estava vivo como nunca. O despi da peça de roupa e fiz um boquete gostoso o lubrificando e deixando lisinho com minha saliva. Tirei meu shortinho e acomodei-me por cima dele direcionando seu pinto na minha boceta. Caraca! Fiquei descontrolada com o tesão proporcionado durante a invasão suave do seu membro em meu interior. Usei todos os meus truques para curtir ao máximo a fusão dos nossos corpos. Rebolei meus quadris de um lado para o outro em movimentos circulares e alternando com subidas e descidas cada vez mais rápidas. Senti meu parceiro se segurando para não gozar rápido demais, diminui a velocidade subindo devagar até quase tirá-lo de dentro, e com movimentos suaves o torturei brincando com a glande em minha entrada sem deixá-lo ir além… Ele não segurou mais, senti o primeiro jato do seu leite e a ansiedade do homem. Foi o maior bom sentir sua pegada forte em minha bunda e socando até o fundo de minha alma. Entreguei-me à sua vontade apoiando minhas mãos em seu peito e acompanhei o ritmo das suas enterradas. Ahh! O clímax chegou gostoso como um choque suave, me acabei cavalgando sobre o nervo duro golpeando fundo dentro de mim e enchendo minhas entranhas com sua ejaculação animal.

A noite seguiu com brincadeiras gostosas e por várias horas esqueci do mundo de perigos nos esperando lá fora.


Os jovens fugitivos acordaram tarde no dia seguinte. Algo ocorreu durante o período de sono, pois toda a desenvoltura e ímpeto na cama demonstrado pela jovem amante parecia ter desaparecido. O semblante sério não lembrava em nada aquela menina divertida, amorosa e carinhosa nos gestos e frases de horas atrás quando eles adormeceram abraçados após uma atividade sexual intensa. Ela havia mudado da água para o vinho, recusou um beijo de bom dia e evitou o rapaz. Em tom sério e frio disse que tinha uma missão a executar, necessitava de um comparsa e, não, de um amante.

Pedro Miguel ficou confuso, realmente era difícil de entender a garota. Ele repassou em pensamento cada um dos momentos vividos durante a noite, tentava chegar a algum erro cometido por ele. "Ou tudo aquilo não passou de um sonho? Não, foi muito real." Ele mesmo respondeu em pensamento. Ainda sentia o doce aroma e maciez do corpo feminino unido ao seu, e o calor da boca macia sugando e revivendo o seu membro a cada nova etapa de pegação daquela noite amorosa repleta de erotismo.

Ele não encontraria uma falha, a noite foi perfeita e Jessie sabia disso, por isso ela virou a chave e tornou-se fria novamente, reprovou a si mesma por mais uma vez ter se envolvido emocionalmente. Apaixonar-se e levar adiante qualquer relação amorosa não estava em seus planos, ainda sentia raiva de homens e prometera nunca mais abrir seu coração. Relacionamentos sexuais seriam tratados apenas como negócios. Ela tentaria manter o seu novo aliado ao seu lado sem usar o seu corpo e o romantismo.

Era notório que o carinha sério havia mexido com a moça aparentemente fria. Apesar dos vários momentos punks vividos por ela nos seus vinte e um anos incompletos e só ter praticado sexo com interesses financeiros nos últimos dois, ainda assim, em seu coração havia fragmentos de romantismo. No entanto, a relação que despertou seus sentimentos adormecidos, não tirou o foco da sua sede de vingança contra os que quase lhe tiraram a vida. Ela havia se recuperado e chegara a hora de dar o troco.

Jessie contou para o Pedro todo o caso do empresário, e dessa vez não omitiu nada: o ataque de catalepsia, o roubo dos valores do homem, o Audi roubado do estacionamento contendo um milhão de dólares em seu interior (sem o conhecimento dela), a traição dos parceiros e todos os outros detalhes, inclusive os da tortura.

— Eu fui enganada, espancada, estuprada e colocaram uma arma na minha boca. — Você viu o estrago feito por eles em meu corpo. Quero vingança e a grana que eles me devem. — Em alguns dias entregarei a quitinete e partirei para Santa Catarina. — Você vem comigo?


Continua…



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