sexta-feira, 18 de julho de 2025

Almas Gêmeas - Parte 10

<< INICIEI A QUINTA SEMANA de treinamento aguardando a informação de quando e onde seria a tal reunião à qual o “vampiro” me intimou a comparecer. Só me restava administrar o medo e a ansiedade.

Durante o dia, em meus raros momentos de ócio, ficava pensando o quanto mudei de comportamento com o passar das semanas, por exemplo, trajar somente a túnica transparente, ou permanecer nua, agora era a coisa mais natural do mundo para mim. Geralmente, ficava na ante-sala ou no interior da sala secreta (que passei a chamar de “O teatro dos vampiros”). Mas às vezes, distraidamente, circulava pelada pelo mezanino, daí levava um esporro do mestre.
A preocupação com a minha nudez passou a ser dele.

Certa noite, após encerrar as atividades e ser dispensada pelo mestre Vilânio, caminhei rumo à saída, desci as escadas do mezanino e já me aproximava do portal do templo, ou seja, da porta gigante da entrada do ateliê.
— Gisele… Não esqueceu nada? — falou o professor, lá do alto do mezanino.
— O quê, mestre?
— Sua roupa, por exemplo.
Dei um sorriso sem graça ao perceber que estava saindo só com a rendinha no corpo. Tornou-se tão natural permanecer nua durante todo o horário de atividades noturnas, que passei a considerar a túnica como um segundo uniforme escolar.
Subi correndo para me trocar. Ao passar pelo coroa, ele deu um tapa na minha bunda e disse:
— Preste mais atenção, mocinha, antes que arrume complicações.


A Corrida dos Pelados

>> MINHA TIA NEIDE foi com seus dois filhos na festa do amiguinho dos meninos. Naquela mesma tarde de sábado eu inventei um trabalho escolar na casa de uma colega e só voltaria de noite. Enquanto moro de favor naquela casa, tenho que aturar a tia insuportável, mas sair com ela é demais para mim.
Meu tio Armando estava montando móveis na casa de vizinhos recém-chegados no pedaço. Acabaria tarde, havia alegado ele.

Rolaram uns “estimulantes” fortes na casa da colega, deixando evidente a intenção do seu padrasto: que ficássemos muito loucas. E não foi somente com a vodca barata misturada com refrigerante, ele inseriu um aditivo extra na baladinha a três.
Na hora em que o assédio ficou explícito, rolaram beijos e carícias indecorosas nas partes íntimas: eu com ela e nós duas com ele. Estava tudo caminhando para terminar em ménage, seria um duplo abuso consentido, caso a avó da Karina não tivesse chegado de surpresa.
Imaginei que a mulher já desconfiava de algo. Se a sua chegada imprevista tivesse demorado mais uns dez minutinhos, ela nos pegaria em pleno ato de putaria.
A seriedade do seu olhar inquisidor, foi a deixa para eu despedir-me e zarpar rapidinho.

“Jura que você ia deixar rolar aquela putaria a três?”
“Claro que eu ia. Se a coroa enxerida não tivesse atrapalhado, nessa hora estaríamos gemendo gostoso.”
“Vadia, vadia, vadia!”
“Hahaha! É só zoeira.”

Passava muito das 6 da tarde quando entrei na sala com a certeza de que minha tia não estaria em casa. O inesperado foi encontrar o meu tio. E quanto à sua aparência de quem bebeu mais que o habitual, não foi surpresa nenhuma.
— Oi, bonita! Trouxe pizza pra você.
Agradeci e peguei um pedaço, estava morrendo de fome. Também aceitei o copo e dei um gole na sua caipirinha.
Havia começado um jogo pelo mundial de clubes nos EUA.
— Quem está jogando, tio?
— O Fluminense contra um time da Coreia.
— Hmmm… Não tem jogo do Corinthians?
Ele nem respondeu.

Após alguns minutos e outros goles de bebida, fiquei ainda mais alegrinha e expansiva. A caipirinha acabou, mas ele continuou bebendo cerveja.
— E aí, tio, você não disse pra tia que ia trabalhar até de noitão? — perguntei com ironia, pois deduzi que ele usara o trabalho como desculpa.
— O negócio foi mais rápido que o previsto.
— Ah, tá! Entendi — ri, zoando —, você também não quis sair com a dona Neide, né, tio?
— Sua malandrinha! O trabalho escolar também era mentira, né? — disse ele e deu um bote me abraçando.
— Menti, não nego.
Rimos e concordamos que a dona Neide era um pé no saco.
Quando dei conta da situação, estava em seu colo, envolta em seus braços e recebi um beijo com gosto de cerveja.

Meu corpo, o qual vinha aquecido desde a casa da Karina, incendiou de vez ao desejar o proibido. E como eu estava muito louca, mesmo as atitudes grosseiras do meu tio bêbado, não conseguiram cortar o meu barato. Deixei-me levar ao ter meus peitos expostos pelas mãos rudes e molhados de saliva pelas chupadas vorazes que causaram prazer, assim como desconforto. Mas logo ele abandonou meus mamilos intumescidos para ocupar-se com minha calça jeans.

A partir do meu envolvimento com o doutor Enrique, provocar meu tio ficou meio sem graça. Há mais de duas semanas que não deixava o tarado nem sequer me roubar um beijo. Calhou do recesso acabar justamente na primeira vez em que ficamos sozinhos em sua casa (primeira vez após eu ter vindo morar com eles). O agravante era que o homem teria tempo suficiente para tentar consumar o ato sexual mesmo sem o meu consentimento. Também não haveria nenhuma testemunha.
No entanto, era o seu dia de sorte, pois miseravelmente, eu também estava muito a fim de transar. Então continuei bancando a submissa e deixando a parada evoluir.
Outro motivador era o desejo de vingança nutrido por mim contra minha tia. Ser protagonista no implante de chifres na cabeça daquela mala sem alça era um estimulante a mais que motivava a minha cumplicidade naquele ato de perversão.
Não tentei impedir sua tentativa de me despir, apesar de estar ciente do tamanho da loucura. Ainda mais ali, na sala, totalmente expostos. No entanto, já havia perdido a noção do perigo e até ajudei na retirada da minha calça e calcinha. Também foi para evitar que o sem noção rasgasse a minha roupa.
— Você é um tesãozinho de enlouquecer — ele disse ao alisar os meus pelinhos pubianos.
O homem ficou só de camiseta e pediu carinho no pinto.
— Nossa, tio! Jamais deixarei você enfiar esse monstro em mim, seria suicídio — falei enquanto punhetava o negócio com as duas mãos.
Na sequência, enfiei na boca atendendo o seu pedido.
— Fica tranquila, amorzinho, pois só tenho carinho para te dar. Seria incapaz de te machucar, acredite.

Pouco depois:
— Tá bom, gatinha, estou quase gozando na sua boca. Vem, se ajeita aqui pra gente brincar.
O “se ajeita aqui” era ficar ajoelhada no chão e debruçada no sofá para o homem me chupar por trás.
De imediato, ele mergulhou de boca na minha boceta e a sugou faminto. Sua língua mexeu gostoso lá dentro gerando um prazer que me envolveu de vez naquela situação promíscua. O meu medo era ser dominada pela vontade de transar e cair de cabeça no abismo do seu jogo de perversão, daí permitiria tudo e um pouco mais.

Não deu outra, o fogo do desejo saiu do controle quando o homem montou em mim, seu pau roçou minha boceta encharcada de tesão e forçou a passagem. A falta de preservativo não foi considerada, pensei apenas no prazer momentâneo e aceitei ser a putinha do titio.
“Não, Gisa! Pelo amor de Deus!” Murmura a voz interior, chorando.
Era tarde demais para recuar, a cabeça já estava dentro e ele enterrava devagar. Dei um foda-se e entreguei de vez aquele corpo novinho para o grandalhão.
A parada foi punk, pois, mesmo ele tentando ser gentil, rasgava praticamente a carne com seu volume invasor. Agarrei-me ao assento do sofá e gemi sem o menor pudor. Em parte era pelo tesão alucinante que incendiava meu corpo. Embora também sofresse com a dor, gritando e chorando por dentro.
Soltaria aos berros a minha voz quando as estocadas tornaram-se brutas e profundas, contudo… Abortei o grito e sussurrei, aterrorizada, ao ouvir a manifestação escandalosa do cachorro.
— Para, tio! Eles chegaram.
O vira-lata tinha essa reação característica apenas quando chegavam os moleques.
Sua retirada rápida demais, doeu profundamente em mim. Suportei a dor devido ao perigo iminente, não tinha nem um segundo a perder. Recolhi minhas roupas espalhadas pelo chão e saí correndo subindo as escadas. Ele veio no meu vácuo, tentando passar, como se disputasse uma posição numa corrida de pelados.
O homem entrou na suíte do casal, enquanto eu continuei correndo e entrei no meu quarto. Soltei minhas roupas sobre a cama e gelei:
— Fodeu! Cadê a porra da calcinha?
Pensando no pior, fui ágil em vestir um pijama e deitei, deixando só o abajur ligado. Fingiria um mal-estar qualquer, contudo, nem precisava fingir, pois realmente estava mal devido aos “feijões” misturados à bebida na casa da Karina. Também pela ingestão abusiva de álcool.
Passos soaram no corredor. Após alguns segundos ouvi a voz da minha tia no interior do meu quarto.
— Já está dormindo?
— Ainda não, senti cólica e um mal-estar.
— Foi algo que você comeu… Ou bebeu? — disse ela ao meu lado.
— Talvez… Não sei…
A mulher levantou o meu edredom sem dizer uma palavra. Fez isso como se fosse a coisa mais natural do mundo.
— O que foi, tia?
— Nada, não. Só vendo se está bem agasalhada. Vai esfriar ainda mais.
Meu sangue gelou, provavelmente ela procurava algum vestígio de perversão, pois em outra oportunidade, em uma casa de praia com eles e meus pais, levei um flagrante da mamãe semelhante a este, mas na oportunidade eu estava nua sob o lençol, com marcas vermelhas e incriminadoras em minha bunda. Minha tia estava presente e foi testemunha ocular da minha desgraça.

Enfim, ela se foi levando consigo suas desconfianças. Seria bom meu tio começar a ficar esperto, pois achei que a tia Neide estava desconfiando de nós e tentava dar um flagrante. Por isso, eles voltaram da festa muito antes do esperado, imaginei. Mas, felizmente, assim como os bêbados, os degenerados também têm um anjo da guarda, pois foi um golpe de sorte o vira-lata denunciar a tempo a presença da bruxa.

Horas mais tarde, ainda estava acordada, sentindo um enjoo da porra. Além de super preocupada com a calcinha. Fui ao banheiro e expeli o incômodo estomacal. Também aproveitei o silêncio e a penumbra da casa e desci até a sala para procurar a lingerie. Olhei tudo iluminando com a lanterna do celular, mas não achei a danada. Restou-me a esperança de meu tio tê-la levado em meio à sua roupa. Mas será que teve o bom senso de esconder?
Comecei a pensar em uma mentira convincente, no caso da dona Neide ter encontrado a minha lingerie dando mole na sala.

Continua.

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