sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Almas Gêmeas - Parte 12

>>Na tarde de sábado, 02 de agosto, ficaria em casa assistindo ao jogo Brasil e Colômbia pela final da Copa América feminina, mas a minha colega Karina convenceu-me a ir com ela na exposição imersiva da floresta amazônica.
Acabou dando bom, encontrei o doutor Enrique sozinho lá no prédio da exposição (Farol Santander). Há dias que não falava com ele. Em minha última mensagem enviada a fim de um novo encontro, ele foi evasivo e ficou de dar retorno. Continuei aguardando sem forçar a barra, apesar de a voz interior ficar insistindo: “Liga para ele, Gisa!”.

Não contei para a Karina, nem para mais ninguém, sobre o meu caso com o doutor. Para todos, ele era apenas o médico que cuidou da minha perna depois do acidente com a bicicleta.
Ficamos em sua companhia durante o passeio, e a conversa foi somente sobre a exposição.

Pegamos uma carona com ele no início da noite. Durante uma conversa informal, ele comentou sobre a viagem da sua noiva para Rio Claro naquela manhã. Fiquei cheia de intenções de ir para sua casa. Mas meu fogo deu uma esfriada quando ele insistiu no assunto da noiva.
— Há semanas que não conseguia um dia de folga, a patroa tem feito marcação cerrada lá em casa, inclusive pernoitando.
Desconfiei que ele estava usando o ciúme da noiva como desculpa para me dispensar.
“É melhor começar a esquecer essa paixão, garota, acho que ele perdeu o tesão por nós.”
“Já disse que não estou apaixonada, eu só gosto dele.”
Meu papo mental foi interrompido pela Karina ao nos aproximarmos de sua residência.
— Pode me deixar ali na esquina, por favor?
Houve uma transformação no ânimo do homem após minha colega descer e ele retomar a marcha do veículo.
— Vamos lá pra casa, linda? — disse ele.
“Oba!”
— Demorou, doutor. Pisa fundo.
“Gostou, né, safadinha?”
“Amei.”

Estava enganada, o tesão dele continuava como um vulcão em erupção e nossa química combinava à perfeição. Iniciamos as carícias ainda na garagem, dentro do carro. Após os botões da minha camisa serem abertos, meus seios foram massageados e sugados, aumentando a chama da minha fornalha.
A seguir, aninhada em seus braços, fui transportada para o interior da residência com a minha camisa totalmente aberta. Sentia o frio da noite em meu peito exposto, mas estava aquecida pelo calor do seu corpo e pela febre do desejo de transar com ele.

Passados dois ou três minutos, já sem a calça jeans, sem a calcinha e de quatro sobre sua cama, fui agraciada pelo seu membro super ereto, indo e vindo dentro da minha vagina.
“Ahh, Gisa, como isso é bom.”
“Ele é gostoso demais, esse pinto me enlouquece.”

O doutor não ficou poupando energia para prolongar a transa, ele me fodia em alto impacto, fazendo o meu tesão chegar ao extremo. Urrei recebendo uma saraivada de golpes fortes e profundos, e gritei quando ele gozou, pois também cheguei ao clímax e saboreamos juntos aquele instante delicioso de vibrações intensas e corpos fundidos.

Ao final, ao tirar de dentro, o sentimento era de satisfação e não de satisfeita, pois a noite ainda prometia várias horas de loucuras e prazeres.

Ele pediu uma refeição. Enquanto aguardávamos a entrega, fomos para o banho tomar uma ducha rápida. No entanto, quando parei diante do espelho do gabinete, observando os meus cabelos bagunçados, ele colou em mim, beijando e chupando carinhosamente o meu pescoço, falando safadezas no meu ouvido e colocando-me curvada sobre o gabinete. Senti um tesão danado quando um gel geladinho foi depositado em meu ânus e seus dedos massagearam meu rego. Um dedo atrevido invadiu meu buraquinho, me fazendo ronronar e balançar o bumbum.
Quando o dedo saiu, não cheguei a ficar ansiosa pelo seu próximo movimento, pois aconteceu rápido, ele brincou esfregando seu pênis no meu ânus sem judiar muito com a preliminar, partindo logo para a penetração cuidadosa e de movimentos suaves.
“Ohhh, Gisa! Como isso dói.”
“É só no começo, sinta como está ficando bom demais.”
“É verdade, ai… Dói gostoso.”
Gemi baixinho com as estocadas lentas do início. Saboreei curtindo a facilidade com que seu membro deslizava deliciosamente, entrando e saindo, agora sem dor, devido ao gel com propriedades anestesiantes.
Logo a pegada ficou intensa, curti demais as estocadas vigorosas e o homem se apossando inteiramente do meu corpo, uma mão apertando meu seio e outra com os dedos enfiados em minha boceta. O som das batidas do seu corpo em minha bunda parecia um espancamento, mas eram pancadas de amor.
Consegui abrir os olhos ao chegar o momento sublime, foi quando o seu sêmen me inundou… Ahhh! Pelo reflexo do espelho, vi meu parceiro urrando de prazer. Meu gozo chegou ao auge instantes após o dele. Não saberia descrever tamanha gostosura. Fechei os olhos, saboreando o momento raro e de puro deleite.

Pouco mais tarde, depois da refeição e uma e meia garrafa de vinho, falei que ficaria para dormir com ele, apesar da sua insegurança, pois a noiva havia ligado e disse que estava tudo bem com a mãe dela, uma senhora de 88 anos.
— Ela virá próximo do meio-dia e prometeu trazer o almoço — disse o homem.
— Eu juro que sairei cedinho, logo quando o galo cantar. Mas se quiser, eu fico para o almoço e fazemos um ménage — disse e sentei no colo dele.
— Engraçadinha — disse ele, e nos beijamos.
Estava vestida só com uma de suas camisas sociais. Minha bunda nua sentiu seu pau começando a ganhar vida novamente sob sua cueca de malha fria.
Fomos para o quarto e transamos gostoso até sermos vencidos pelo sono.

O alarme do meu celular soou às 6h30 da manhã. Meu primeiro pensamento foi que iria ouvir um monte quando chegasse na casa do meu tio, pois ele não acreditou na minha mensagem dizendo que eu dormiria na casa de uma amiga.
Em quinze minutos estava pronta para sair, pedi para ele não esquecer de mim e mandar mensagem quando quisesse me ver.
— Vou nessa, antes que a chifruda chegue.
— Não chame ela de chifruda — disse em tom de irritação.
— E como eu chamo?
— Esquece ela, você não tem nada a ver com isso.
— Tá bom, desculpa. — Não vai comigo até lá fora?
— Estou só o pó, vou dormir mais um pouco. Bata a porta da sala e da rua quando sair, ok?
— Entendi. Beijo, dorme com os anjos.
Ele não respondeu.
— Tchau, né!
— Tchau! — disse o homem, secamente.
Essa foi a nossa primeira DR.
“Beijo, meu amor!”
“Sua boba, ele não está nem aí.”

Esqueci seu mau-humor e fui saindo satisfeita e agradecida pela deliciosa noite de amor.
“Foi muito gostoso, não foi, novinha?”
“Eu amei, não vejo a hora de voltar…”
A conversa telepática congelou quando abri o portão e dei de cara com uma mulher que estava com a chave na mão, pronta para inserir na fechadura. Levei o maior susto.
— A senhora é a mãe do doutor Enrique? — perguntei automaticamente, pois a mulher tinha cara de cinquentona, apesar de recauchutada por alguma clínica de harmonização facial, retocada em salão de beleza e finalizada com um banho de loja de grife.
— Imagina! — disse a mulher após estalar a língua no céu da boca e fazer pose de superioridade. — Eu sou a noiva dele. E quem é você, menina?
“Fodeu!” Fiquei sem ação e sem fala ao saber que era a fulana chifruda.
“Você veio tirar uma dúvida com o médico”, disse minha voz interior.
— Responde, garota, perdeu a língua?
— Eu vim tirar uma dúvida com o doutor.
— Domingo a essa hora da manhã? Que dúvida urgente é essa?
“Diz que é particular e saí fora, Gisa!”
— Não é da sua conta, dona — disse, já saindo no gás.
— Volte aqui, sua atrevida! — gritou a mulher exaltada.
“Hahaha, corre, sua louca.”

Denúncia Anônima

Na segunda-feira, após chegar do colégio no início da noite, meu tio Armando estava assistindo a um daqueles programas policiais que não acrescentam nada na vida da gente, assim como os de fofocas, os de pastores e vários outros. A propósito, é raro encontrar programas televisivos de qualidade aceitável.
No entanto, a minha atenção voltou-se para a reportagem mostrando uma casa onde a polícia encontrou uma clínica de aborto clandestino. Eu reconheci aquele consultório.
Dizia o repórter: “No momento da chegada da polícia, havia uma paciente sendo atendida pelo médico em uma ante-sala com uma maca e escrivaninha, apenas. Todavia, em uma sala anexa havia medicamentos e equipamentos para a prática do aborto.
O médico, doutor Enrique Mello Ayala, com formação em clínica geral na Bolívia, não possui licença para exercer a profissão no Brasil. Ele tem dupla cidadania: boliviana e brasileira.
No Distrito Policial, o delegado deverá arbitrar uma fiança para ele poder responder à acusação em liberdade.”

“Caraca, Gisa! É o doutor Enrique.”
“Meu Deus! Que loucura. Nem ginecologista ele é.”

No dia seguinte, ao consultar outras reportagens, soube que os policiais encontraram a clínica do doutor Enrique, mediante uma denúncia anônima.
“Foi aquela dona, a noiva, tenho certeza. Vingança de mulher traída.”
“E agora, Gisa?”
“Agora é esperar ele pagar a fiança e marcar um novo encontro.”
“E se ele ficar preso?”
“Daí eu marco uma visita conjugal no presídio. Hahaha!”
“Você é louca!”

Continua.

quinta-feira, 31 de julho de 2025

Almas Gêmeas - Parte 11

<<A INSPETORA BERTA colou em mim assim que pisei no pátio ao sair da sala de aula naquele início de noite.
— Hoje, excepcionalmente, você terá treinamento. O mestre Vilânio a aguarda no ateliê.
— Vou só tirar o uniforme, tomar uma ducha rápida e corro pra lá, inspetora.
— Não, dona Gisele, vá direto para o ateliê. Deixe a sua mochila comigo.
“Merda! Eu já desconfiava que minha folga não duraria muito”, pensei com indignação.
Não havia participado de treinamentos nas noites de quinta-feira, até então. Deve ter chegado a hora da temível reunião secreta, deduzi.

Pouco depois, no ateliê com o mestre Vilânio, comunicou-me sobre a minha participação num evento que aconteceria naquela noite.
— Seu transporte está a caminho. Você precisa chegar com antecedência para receber as devidas orientações.
— O senhor não vai comigo, mestre?
— Não.
— E o Amir?
— Nem o Amir. Você mostrará seu valor para ele, sozinha.
— Quem é ele?
— O mestre superior.
— Estou morrendo de medo, mestre. O que vai acontecer comigo?
— Você não corre nenhum perigo, menina, caso seja esse o motivo do seu medo. Agora, chega de perguntas, apenas siga a orientação dada, pois já foi decidido.

Agiam sempre assim, não forneciam informações quando me obrigavam a fazer algo condenável. E só ficava sabendo no que estava envolvida quando o lance já estava rolando. Não havia um modo pior de ficar sabendo das coisas. E quem era esse misterioso mestre superior para ficar decidindo sobre a minha vida? Seria o “vampiro” da última sexta-feira? A propósito, ainda era forte a sensação de familiaridade com aquele coroa. Cacete! Isso tudo não fazia o menor sentido. Quem realmente eram as pessoas que comandavam esse universo cheio de segredos? Estaria envolvida com uma seita ocultista? Essas e outras perguntas estavam me enlouquecendo. Sentia medo de não conseguir segurar aquela barra por muito mais tempo. “Chegará o dia em que essa dívida será impossível de ser paga”, pensava.

O carro chegou logo, entrei e o motorista pegou a estrada rumo a Mogi das Cruzes. Passados alguns minutos de silêncio, tentei puxar assunto a fim de saber algo, mas ele foi, porém, bastante educado para cortar o meu barato:
— Perdoe-me, senhorita, meu trabalho é fazer o seu transporte de ida e volta. Receberá informações somente quando chegarmos ao destino.
“Bom… Ele me trará de volta. É uma boa notícia, pelo menos.”

Após rodarmos por cerca de vinte minutos, entramos na área urbana de Mogi, ele pegou uma rua secundária e logo parou próximo a um condomínio. Eu raramente circulava pela região, principalmente em um local apelidado de bairro dos bacanas. O comércio dos meus pais e nossa residência ficavam próximos ao centro, distante dali.
Com a mesma educação anterior, entregou-me uma capa escura e disse:
— A recomendação é para você fechar o hábito e cobrir a cabeça com o capuz.
Esperou eu terminar de me arrumar e seguiu com o veículo até a portaria de um condomínio de ricos, privilegiados e, provavelmente, poderosos. Após a identificação, seguiu pela alameda arborizada, fez uma curva por trás de um grupo de árvores e parou diante de uma mansão ligeiramente afastada das outras. Disse seu nome no interfone e um mecanismo fez o portão de ferro correr para o lado. Conduziu o carro e estacionou numa das laterais do casarão. Uma mulher abriu a porta traseira.
— Mantenha seu hábito fechado e siga-me — disse ela, com firmeza.
Era notória a preocupação em ocultar a minha identidade, assim como o meu uniforme.

A propósito, meu uniforme lembrava as estudantes japonesas dos animes e mangás: uma camisa branca de mangas curtas; saia xadrez nas cores cinza, branco e azul, também curta (a bainha ficava no meio das coxas). Para completar o figurino: uma jaqueta azul, sapatos pretos e meias brancas. Naquela época fria, usava uma meia longa e mais quentinha.

Segui a mulher e fiquei encantada com o interior do casarão, parecia um palácio. O primeiro impacto foi com a grandeza da construção super luxuosa. Dava até dó de caminhar sobre mármores e cerâmicas de aparência tão linda.
A decoração era tão glamorosa quanto, com telas surrealistas com predominância nos rituais esotéricos. As estátuas e estatuetas “góticas”, representando demônios e anjos sinistros.
Conforme nos aprofundamos no ambiente, a atmosfera ficou ainda mais obscura, devido à sua distribuição de luzes, ou à falta delas.

Seguimos desde o piso térreo até o interior de um quarto no segundo piso da magnífica mansão.
— Deixe toda a sua roupa e acessórios aqui, sobre a cama — disse ela.
— Tome um banho e lave os cabelos. Mas antes, raspe os pelos. Lá você encontrará tudo o que é necessário — disse, apontando para a minha vagina e, a seguir, para a porta nos fundos da suíte.
— A propósito, você já se depilou alguma vez?
— Não — respondi, envergonhada.
— Vamos lá, vou te ajudar.
Fiquei ainda mais encabulada.
A mulher se assemelhava à inspetora Berta: uns 40 anos, sem atrativos femininos, séria, autoritária e forte como uma pugilista. A danada colocou-me sentada sobre a tampa do vaso sanitário, de pernas erguidas e abertas. Raspou os pelinhos do meu ânus e da minha vagina. As minhas axilas não necessitavam de depilação.
Suas atitudes de extremo profissionalismo não davam margem para brincadeiras.

Após o banho de princesa, a dona Odete me deu um robe e um secador de cabelos.
— Está com fome? — perguntou ela.
— Estou. Também estou com sede.
A mulher mandou eu não sair do quarto e esperar ela voltar com o meu jantar.
Nem teria como sair, ela trancou a porta e havia uma grade na janela. Considerei óbvio um homem entrando por aquela porta a qualquer momento, apenas para satisfazer-se com o meu corpo. Mas, que tipo de homem seria? Questionei-me, temerosa.

Muito tempo depois, ela voltou com uma bandeja contendo uma pequena refeição e uma garrafa d'água. Veio em boa hora, pois minha barriga roncava.
— Coma devagar, ainda temos tempo — falou.
Tempo para o quê? Perguntaria eu. Então, ela mandaria eu ficar calada. Achei melhor continuar comendo em silêncio.

Já havia comido, bebido e feito a higiene quando sentei em frente à penteadeira a seu pedido. Colocou-me uma peruca de cabelos loiros e cacheados e recebi uma maquiagem leve. Odiei tudo aquilo, fiquei com uma aparência exageradamente infantil.
Mandou eu vestir meu uniforme, a saia e a camisa, mais nada.
— Você já usou salto alto? — perguntou ela.
— Já usei, mas não muito alto.
Ela me deu um scarpin preto, de salto fino baixo. Calcei e amei, era a minha cara. A mulher pediu que eu caminhasse.
Pela expressão dela, não havia me saído muito bem. O treino durou mais alguns minutos, recebi instruções para caminhar com feminilidade. Na real, a dona pretendia ver-me transmitindo sensualidade.

Minha evolução foi rápida, deduzi, em razão de ela mencionar que eu estava pronta para juntar-me aos demais convidados. Perguntei se era uma festa.
— É um culto, uma celebração importante — respondeu.
A seguir, proferiu as frases recorrentes do mestre Vilânio: não faça perguntas, não diga nada que não seja estritamente necessário e obedeça a todas as ordens.
Novamente, a mulher mandou eu esperar seu retorno. Ela aparentava cansaço, após tanto correr de lá para cá.

A dona demorou um pouco para retornar.
— Está na hora. Quer fazer xixi?
— Não, fiz agorinha mesmo.
Deu-me um vidrinho com aparência de remédio.
— Bebe isso num gole só.
“Não é veneno, óbvio” — pensei tranquila —, ou não faria sentido tanto trabalho.
Engoli a bebida com o gosto idêntico ao chá preto do mestre. Em seguida, colocou-me uma máscara branca, de expressão angelical, cobrindo inteiramente o meu rosto.
— Não tire essa máscara em hipótese alguma. E nem permita que alguém a tire. — Entendeu?
— Entendi.
Voltei a vestir o mesmo hábito escuro, longo até os pés, amarrei o cordão, fechando-o totalmente, e cobri a cabeça com o capuz.
Saímos do quarto, reuni minhas forças para enfrentar seja lá o que for.

Saímos do quarto e seguimos pelo corredor, ela abriu a porta ao lado e saiu outra pessoa na mesma situação que a minha (de máscara e vestimenta). Era uma garota, deduzi. Isso se repetiu na porta seguinte.
Nós três seguimos a mulher e chegamos a uma espécie de mezanino. Balaustradas e colunas delimitavam o ambiente superior do inferior. Abaixo, uma sala ampla e de pé direito muito alto. Havia cerca de dez pessoas envolvidas em relações sexuais sobre sofás, divãs e poltronas. Uma orgia com seis ou sete mulheres nuas e três homens também nus.
Outras damas e cavalheiros, mascarados como todos os outros, mas elegantemente trajados como num baile de gala, permaneciam em pé e apenas observando.

Percorrermos os três corredores circundando o alto da sala e, apesar do medo pela situação perturbadora, foi impossível não sentir tesão ao imaginar que seríamos a próxima diversão do bando de Black tie. “Deve ser efeito do conteúdo do vidrinho, é a mesma porcaria alucinógena do ateliê”, pensei. Náuseas e sensação de tontura eram os efeitos colaterais. Caminhei esforçando-me para manter o equilíbrio.


Quarto da Resistência

Ainda no mesmo piso superior, dona Odete nos levou diante de uma porta onde um mascarado de terno preto fazia a segurança. Ele abriu e fez sinal para entrarmos, somente nós, garotas.
O quarto enorme, de iluminação baixa e avermelhada, exalava um cheiro forte de incenso. A decoração com estatuetas de carrancas demoníacas era intimidadora, assim como as pinturas emolduradas nas paredes. Reconheci de cara o estilo: uma alusão ao pecado… Também ao inferno. As obras com imagens de rituais esotéricos e tenebrosos exibiam a assinatura do mestre Vilânio. Mas nem seria preciso eu ter olhado para identificar o autor. Toda a composição do quarto promovia um aspecto sombrio, para não dizer satânico.
O forro vermelho de uma super cama redonda serviria para esconder manchas de sangue, caso ainda houvesse algum cabacinho para ser quebrado naquela noite, pensei, sorrindo por dentro. Um sorriso nervoso causado pelo efeito do fármaco.

Fomos recebidas com gentilezas por três figuras femininas que se levantaram do sofá. As máscaras delas cobriam somente do nariz para cima. Seus hábitos de monge, amarrados apenas no pescoço, propiciavam uma abertura durante seus movimentos, permitindo a visualização dos corpos nus sob os trajes.
Cada uma delas, ao se postar diante de nós, fez uma ligeira reverência e beijou a máscara na região da boca de sua escolhida. Senti o aroma de almíscar da minha anfitriã, provocante e afrodisíaco, ao emanar do seu corpo enquanto tirava o meu hábito. Desde o início, cada movimento delas era realizado com calma, delicadeza e sem dizer uma única palavra. Aparentavam estar desempenhando uma representação teatral.

Quando as duas garotas também ficaram somente de máscara e uniforme, atentei que um deles era igualzinho ao meu. Seria aluna do instituto? Quem seria ela?
O uniforme da outra era diferente, não tinha ideia da origem. As duas aparentavam ter a minha idade… Talvez mais novas. Todavia, poderia garantir que, assim como eu, nenhuma das duas possuía habilitação para dirigir, por ser cedo demais para tanto. Éramos diferentes das garotas do piso inferior, cujos corpos eram de mulheres maduras, deslumbrantes e, notadamente, experientes.

Achei engraçado: aquele deveria ser o único lugar cuja matinê iniciava após o evento noturno. Parecia uma inversão de valores dos “organizadores”.

Fomos conduzidas para cima da cama, fizeram-nos deitar com as cabeças no centro e as pernas para fora, espaçadas igualmente formando três triângulos.
Os acordes de um órgão preencheram o ambiente. Uma música tipo sacra, mas com uma pegada da introdução de “Mr. Crowley” do Ozzy. Havia algo de estranho naquela música, a ponto de me causar calafrios. A sensação de estar mergulhando nas profundezas do inferno fez meu sangue gelar.

De repente, uma porta dupla foi aberta nos fundos do quarto, entraram homens mascarados e cobertos por capas escuras. Meia dúzia deles. Ficaram espalhados pelas laterais do quarto como espectadores.

Os sentimentos eram únicos e, apesar da proximidade do mundo real e corriqueiro, naquele momento específico, a impressão era de estar infinitamente distante, perdida em um mundo utópico e secreto.


Ritual Sexual

A mulher que me escolheu como parceira tirou meus sapatos e iniciou as carícias massageando e beijando meus pés. As mãos macias de unhas vermelhas bem cuidadas deslizaram pelas minhas pernas enquanto ela serpenteava seus quadris lentamente, progredindo e tomando posse do meu corpo. Seu perfume exalando sedução deixou-me ansiosa para que seus dedos alcançassem logo os meus seios.
Não só alcançaram, por dentro da minha camisa, como massagearam gostoso e os expuseram em seguida. Meus biquinhos duros e mamilos inchados foram chupados e mordiscados deliciosamente, produzindo prazeres enquanto as carícias ganhavam proporções acentuadas. Uma mão invasora brincava sob a minha saia, massageou minha fenda e, com a gentileza feminina, introduziu dois dedos longos para tocar seguidamente meu clitóris na mesma intensidade em que sua boca ainda sugava meus seios.

O ponto alto da sensação de deleite foi sentir a suavidade dos seus lábios deslizando de mansinho pelo meu ventre, a caminho da minha vulva. Quando sua boca beijou e lambeu meu sexo, pressupus que aquela seria uma noite de prazeres inesquecíveis. Abri e dobrei minhas pernas para acomodá-la em meu vão íntimo, saboreando a sensação maravilhosa de uma boca morna e língua atrevida me devorando. Ronronava, contorcendo meu corpo inteirinho, sentindo a proximidade do clímax… Porém, infelizmente, o momento mágico desvaneceu-se quando ela foi agarrada pela cintura por um homem nu. Ele caminhou três ou quatro passos para trás, puxando consigo a mulher e introduzindo por trás no sexo da sua presa, simultaneamente ao instante em que sentou em um cadeirão de estofamento vermelho.
Frustrada, porém de camarote, assisti a ela revirar os olhos enquanto subia e descia, impulsionada por ele.

Não fui testemunha do restante do espetáculo, devido a outro homem mascarado, de membro ereto que, sem aviso prévio, surgiu na minha frente, arreganhou as minhas pernas e penetrou-me sem gentilezas.
Sofria a primeira penetração da noite, ainda superexcitada por ter recebido as carícias deliciosas daquela mulher. Ela continuou me excitando ao gemer sobre o homem.
Também gemi com as estocadas vigorosas do meu algoz. Minha participação na orgia continuava prazerosa, a ponto de enlaçar com as pernas a cintura avantajada do meu possuidor e chegar rapidamente ao gozo.
Meu instante de clímax ficou notório para o homem, em razão da minha reação espetaculosa, com gritinhos e liberação do meu líquido de gozo. Ele, então, fez pressão com as mãos em meu pescoço, e pela abertura de sua máscara, identifiquei dois olhos escuros reprovando meu sentimento de prazer. Imaginei ser uma advertência que dizia: “Quem lhe deu o direito de gozar, escrava?”.
Teria perdido os sentidos se ele não afrouxasse de imediato o aperto. Tossi muito, após ser dispensada por ele, como se eu fosse um trapo sujo.

Permanecia profundamente desconfortável, além de confusa, quando fui agarrada por um outro sujeito com corpo de coroa. Colocou-me de quatro, jogou minha saia para cima das minhas costas e enterrou em minha boceta com certa brutalidade.
Não senti satisfação nenhuma com sua série de estocadas rápidas como as de um cão. Não que as estocadas de um cão não causassem prazer, longe disso, preferiria mil vezes o Amir montado em mim no mencionado momento, ao invés do coroa mascarado e sem nenhum atrativo.
Assim como o anterior, ele também não gozou. Pelo menos não houve ejaculação, pois ambos estavam sem preservativo.

A agonia aparentava não ter fim, na sequência, um grandalhão bem dotado quase me rasgou. Percebi que era grandalhão e bem dotado, mesmo eu estando de costas, porque ele me envolveu com seu corpanzil, braços, mãos e enfiou seu volume no meu cu. Puta que pariu! Além de gritar de dor, também chorei e fui ameaçada ao levar um mata-leão:
— Cala essa boca, garota, ou quebro o seu pescoço — disse sadicamente e forçou ainda mais fundo dentro de mim, dando golpes que só me causavam sofrimento e meu ânus não conseguia se adaptar ao volume.
Ouvi os gritos e choro das outras duas participantes, elas também sofreram ameaças dos seus algozes.
“Talvez essa tortura acabe logo”, pensei, em relação ao homem do momento, pois senti seus espasmos e seguiram as pulsações do seu membro inundando-me com a explosão do seu gozo. Ele urrou e ejaculou até a última gota. O carrasco deve ter se deleitado com o meu sofrimento.

Minhas duas parceiras de tortura voltaram a gritar de dor, choraram como cadelinhas feridas e sofreram mais ameaças. Mas, assim como eu, foram fortes e suportaram a batalha sem pedir para sair.

Muito tempo passou, o odor de sexo e porra infectou o ambiente. O couro vermelho da cama coletiva ficou úmido e nojento. Não fazia ideia de quantas vezes fora possuída, a troca de parceiro acontecia rápido demais, penetravam ou tiravam sem dó, causando dor e desconforto. Ficou nítido que a preocupação deles era apenas com o próprio prazer e não em satisfazer a parceira. Praticavam um jogo de dominação e prepotência masculina.

Chegou uma hora em que não sabia mais se o homem montado em mim era um dos seis iniciais ou se outros vieram juntar-se a eles. Julguei ter caído no purgatório e que o ritual sexual se estenderia por toda a eternidade.

Mas, felizmente, algum tempo mais tarde, a orgia chegou ao fim. Nós três, vítimas da brutalidade, ficamos esparramadas na cama, finalizadas, exaustas e imundas. A de aparência mais frágil e novinha ficou imóvel de bunda nua para cima, com uma marquinha de nascença, parecida com um pássaro voando. Sua respiração rápida demonstrava esgotamento. Se foi a primeira vez dela, imagino o tamanho do seu sofrimento.
A outra garota, de uniforme diferente do meu, parecia ter suportado bem. Ainda assim, era nítida sua expressão de revolta, e tinha toda a razão.

Foi reconfortante ver os últimos homens pelas costas, saindo pela porta dos fundos, ela sendo fechada e o silêncio reinando absoluto no ambiente.
Eu só desejava dormir um pouco, meu corpo sofria com dores diversas.
Todavia, não deu tempo nem de fechar os olhos, ou de falar algo com as meninas, posto que a dona Odete chegou apavorando.
— Levantem e cubram-se com os hábitos. Rápido, vamos!
A seguir, fez ameaças:
— Quero reforçar que vocês devem manter em segredo a mansão e todo o ocorrido dessa noite. As consequências para quem infringe as regras são graves, vocês estão cientes. E sintam-se privilegiadas por participarem de um ritual de iniciação destinado a poucos.

Não conhecia o histórico das duas estudantes, quanto a mim, tornei-me refém desde o dia em que fugi do acampamento escolar para transar na cachoeira. A inspetora Berta aproveitou-se da minha falha para inserir-me obrigatoriamente no ateliê e fragilizar ainda mais o meu telhado de vidro. Tornei-me escrava, pois bastaria vazar uma mínima parte dos atos de perversão na sala secreta — cenas registradas em fotos e vídeos pelo mestre Vilânio —, para a direção escorraçar-me de vez e ainda quebrar meus pais, que são financeiramente dependentes desse universo assombroso.
Cada vez mais sentia temor da evolução vertiginosa dos acontecimentos. Era uma passageira em um trem desgovernado, incapaz de reduzir a marcha.

— Mantenham a máscara, a peruca e só tirem no carro quando o seu motorista mandar. Entreguem para ele junto com o hábito e o sapato — ordenou a dona Odete.

Nós três saímos na companhia dela e descemos as escadas. Não havia mais ninguém na sala abaixo do “mezanino”. Um relógio antigo, de números romanos, marcava quatro e um pouquinho.

Ao chegarmos à lateral externa, percebi o quanto estava acabada e atordoada. A mulher conduziu-me para o interior de um dos carros estacionados, era o mesmo que me trouxe e lá estavam as minhas coisas. Livrei-me do scarpin, deixando-o no piso, junto com meus sapatos, ajeitei a jaqueta enroladinha no assento traseiro e deitei, utilizando-a como travesseiro.

Devo ter adormecido imediatamente ao me acomodar no veículo. Quando fui acordada, estava nos braços do mesmo motorista, o qual me sorriu ao dizer:
— Chegamos.
Ao colocar-me de pé, bambeei um pouco, continuava atordoada. Ele apoiou-me.
— Consegue caminhar sozinha?
Reconheci a portaria do alojamento do instituto.
— Acho que consigo, obrigada. Que horas são?
— Dez para as cinco.
— Puta merda! Tenho prova às 7h. Tchau, moço, e obrigada.
— Por nada, tchau!

Saí caminhando, sentindo um desconforto nas regiões genitais, principalmente a anal. Ainda estava úmida e muito fedida. Estranhei por estar completamente vestida, lembrava claramente de ter saído sem sutiã e calcinha lá da mansão, e não lembrava de tê-los vestido no carro. Deixei para lá, só precisava dormir um pouco para conseguir fazer a prova em pouco mais de duas horas.

Continua.

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Almas Gêmeas - Parte 10

<< INICIEI A QUINTA SEMANA de treinamento aguardando a informação de quando e onde seria a tal reunião à qual o “vampiro” me intimou a comparecer. Só me restava administrar o medo e a ansiedade.

Durante o dia, em meus raros momentos de ócio, ficava pensando o quanto mudei de comportamento com o passar das semanas, por exemplo, trajar somente a túnica transparente, ou permanecer nua, agora era a coisa mais natural do mundo para mim. Geralmente, ficava na ante-sala ou no interior da sala secreta (que passei a chamar de “O teatro dos vampiros”). Mas às vezes, distraidamente, circulava pelada pelo mezanino, daí levava um esporro do mestre.
A preocupação com a minha nudez passou a ser dele.

Certa noite, após encerrar as atividades e ser dispensada pelo mestre Vilânio, caminhei rumo à saída, desci as escadas do mezanino e já me aproximava do portal do templo, ou seja, da porta gigante da entrada do ateliê.
— Gisele… Não esqueceu nada? — falou o professor, lá do alto do mezanino.
— O quê, mestre?
— Sua roupa, por exemplo.
Dei um sorriso sem graça ao perceber que estava saindo só com a rendinha no corpo. Tornou-se tão natural permanecer nua durante todo o horário de atividades noturnas, que passei a considerar a túnica como um segundo uniforme escolar.
Subi correndo para me trocar. Ao passar pelo coroa, ele deu um tapa na minha bunda e disse:
— Preste mais atenção, mocinha, antes que arrume complicações.


A Corrida dos Pelados

>> MINHA TIA NEIDE foi com seus dois filhos na festa do amiguinho dos meninos. Naquela mesma tarde de sábado eu inventei um trabalho escolar na casa de uma colega e só voltaria de noite. Enquanto moro de favor naquela casa, tenho que aturar a tia insuportável, mas sair com ela é demais para mim.
Meu tio Armando estava montando móveis na casa de vizinhos recém-chegados no pedaço. Acabaria tarde, havia alegado ele.

Rolaram uns “estimulantes” fortes na casa da colega, deixando evidente a intenção do seu padrasto: que ficássemos muito loucas. E não foi somente com a vodca barata misturada com refrigerante, ele inseriu um aditivo extra na baladinha a três.
Na hora em que o assédio ficou explícito, rolaram beijos e carícias indecorosas nas partes íntimas: eu com ela e nós duas com ele. Estava tudo caminhando para terminar em ménage, seria um duplo abuso consentido, caso a avó da Karina não tivesse chegado de surpresa.
Imaginei que a mulher já desconfiava de algo. Se a sua chegada imprevista tivesse demorado mais uns dez minutinhos, ela nos pegaria em pleno ato de putaria.
A seriedade do seu olhar inquisidor, foi a deixa para eu despedir-me e zarpar rapidinho.

“Jura que você ia deixar rolar aquela putaria a três?”
“Claro que eu ia. Se a coroa enxerida não tivesse atrapalhado, nessa hora estaríamos gemendo gostoso.”
“Vadia, vadia, vadia!”
“Hahaha! É só zoeira.”

Passava muito das 6 da tarde quando entrei na sala com a certeza de que minha tia não estaria em casa. O inesperado foi encontrar o meu tio. E quanto à sua aparência de quem bebeu mais que o habitual, não foi surpresa nenhuma.
— Oi, bonita! Trouxe pizza pra você.
Agradeci e peguei um pedaço, estava morrendo de fome. Também aceitei o copo e dei um gole na sua caipirinha.
Havia começado um jogo pelo mundial de clubes nos EUA.
— Quem está jogando, tio?
— O Fluminense contra um time da Coreia.
— Hmmm… Não tem jogo do Corinthians?
Ele nem respondeu.

Após alguns minutos e outros goles de bebida, fiquei ainda mais alegrinha e expansiva. A caipirinha acabou, mas ele continuou bebendo cerveja.
— E aí, tio, você não disse pra tia que ia trabalhar até de noitão? — perguntei com ironia, pois deduzi que ele usara o trabalho como desculpa.
— O negócio foi mais rápido que o previsto.
— Ah, tá! Entendi — ri, zoando —, você também não quis sair com a dona Neide, né, tio?
— Sua malandrinha! O trabalho escolar também era mentira, né? — disse ele e deu um bote me abraçando.
— Menti, não nego.
Rimos e concordamos que a dona Neide era um pé no saco.
Quando dei conta da situação, estava em seu colo, envolta em seus braços e recebi um beijo com gosto de cerveja.

Meu corpo, o qual vinha aquecido desde a casa da Karina, incendiou de vez ao desejar o proibido. E como eu estava muito louca, mesmo as atitudes grosseiras do meu tio bêbado, não conseguiram cortar o meu barato. Deixei-me levar ao ter meus peitos expostos pelas mãos rudes e molhados de saliva pelas chupadas vorazes que causaram prazer, assim como desconforto. Mas logo ele abandonou meus mamilos intumescidos para ocupar-se com minha calça jeans.

A partir do meu envolvimento com o doutor Enrique, provocar meu tio ficou meio sem graça. Há mais de duas semanas que não deixava o tarado nem sequer me roubar um beijo. Calhou do recesso acabar justamente na primeira vez em que ficamos sozinhos em sua casa (primeira vez após eu ter vindo morar com eles). O agravante era que o homem teria tempo suficiente para tentar consumar o ato sexual mesmo sem o meu consentimento. Também não haveria nenhuma testemunha.
No entanto, era o seu dia de sorte, pois miseravelmente, eu também estava muito a fim de transar. Então continuei bancando a submissa e deixando a parada evoluir.
Outro motivador era o desejo de vingança nutrido por mim contra minha tia. Ser protagonista no implante de chifres na cabeça daquela mala sem alça era um estimulante a mais que motivava a minha cumplicidade naquele ato de perversão.
Não tentei impedir sua tentativa de me despir, apesar de estar ciente do tamanho da loucura. Ainda mais ali, na sala, totalmente expostos. No entanto, já havia perdido a noção do perigo e até ajudei na retirada da minha calça e calcinha. Também foi para evitar que o sem noção rasgasse a minha roupa.
— Você é um tesãozinho de enlouquecer — ele disse ao alisar os meus pelinhos pubianos.
O homem ficou só de camiseta e pediu carinho no pinto.
— Nossa, tio! Jamais deixarei você enfiar esse monstro em mim, seria suicídio — falei enquanto punhetava o negócio com as duas mãos.
Na sequência, enfiei na boca atendendo o seu pedido.
— Fica tranquila, amorzinho, pois só tenho carinho para te dar. Seria incapaz de te machucar, acredite.

Pouco depois:
— Tá bom, gatinha, estou quase gozando na sua boca. Vem, se ajeita aqui pra gente brincar.
O “se ajeita aqui” era ficar ajoelhada no chão e debruçada no sofá para o homem me chupar por trás.
De imediato, ele mergulhou de boca na minha boceta e a sugou faminto. Sua língua mexeu gostoso lá dentro gerando um prazer que me envolveu de vez naquela situação promíscua. O meu medo era ser dominada pela vontade de transar e cair de cabeça no abismo do seu jogo de perversão, daí permitiria tudo e um pouco mais.

Não deu outra, o fogo do desejo saiu do controle quando o homem montou em mim, seu pau roçou minha boceta encharcada de tesão e forçou a passagem. A falta de preservativo não foi considerada, pensei apenas no prazer momentâneo e aceitei ser a putinha do titio.
“Não, Gisa! Pelo amor de Deus!” Murmura a voz interior, chorando.
Era tarde demais para recuar, a cabeça já estava dentro e ele enterrava devagar. Dei um foda-se e entreguei de vez aquele corpo novinho para o grandalhão.
A parada foi punk, pois, mesmo ele tentando ser gentil, rasgava praticamente a carne com seu volume invasor. Agarrei-me ao assento do sofá e gemi sem o menor pudor. Em parte era pelo tesão alucinante que incendiava meu corpo. Embora também sofresse com a dor, gritando e chorando por dentro.
Soltaria aos berros a minha voz quando as estocadas tornaram-se brutas e profundas, contudo… Abortei o grito e sussurrei, aterrorizada, ao ouvir a manifestação escandalosa do cachorro.
— Para, tio! Eles chegaram.
O vira-lata tinha essa reação característica apenas quando chegavam os moleques.
Sua retirada rápida demais, doeu profundamente em mim. Suportei a dor devido ao perigo iminente, não tinha nem um segundo a perder. Recolhi minhas roupas espalhadas pelo chão e saí correndo subindo as escadas. Ele veio no meu vácuo, tentando passar, como se disputasse uma posição numa corrida de pelados.
O homem entrou na suíte do casal, enquanto eu continuei correndo e entrei no meu quarto. Soltei minhas roupas sobre a cama e gelei:
— Fodeu! Cadê a porra da calcinha?
Pensando no pior, fui ágil em vestir um pijama e deitei, deixando só o abajur ligado. Fingiria um mal-estar qualquer, contudo, nem precisava fingir, pois realmente estava mal devido aos “feijões” misturados à bebida na casa da Karina. Também pela ingestão abusiva de álcool.
Passos soaram no corredor. Após alguns segundos ouvi a voz da minha tia no interior do meu quarto.
— Já está dormindo?
— Ainda não, senti cólica e um mal-estar.
— Foi algo que você comeu… Ou bebeu? — disse ela ao meu lado.
— Talvez… Não sei…
A mulher levantou o meu edredom sem dizer uma palavra. Fez isso como se fosse a coisa mais natural do mundo.
— O que foi, tia?
— Nada, não. Só vendo se está bem agasalhada. Vai esfriar ainda mais.
Meu sangue gelou, provavelmente ela procurava algum vestígio de perversão, pois em outra oportunidade, em uma casa de praia com eles e meus pais, levei um flagrante da mamãe semelhante a este, mas na oportunidade eu estava nua sob o lençol, com marcas vermelhas e incriminadoras em minha bunda. Minha tia estava presente e foi testemunha ocular da minha desgraça.

Enfim, ela se foi levando consigo suas desconfianças. Seria bom meu tio começar a ficar esperto, pois achei que a tia Neide estava desconfiando de nós e tentava dar um flagrante. Por isso, eles voltaram da festa muito antes do esperado, imaginei. Mas, felizmente, assim como os bêbados, os degenerados também têm um anjo da guarda, pois foi um golpe de sorte o vira-lata denunciar a tempo a presença da bruxa.

Horas mais tarde, ainda estava acordada, sentindo um enjoo da porra. Além de super preocupada com a calcinha. Fui ao banheiro e expeli o incômodo estomacal. Também aproveitei o silêncio e a penumbra da casa e desci até a sala para procurar a lingerie. Olhei tudo iluminando com a lanterna do celular, mas não achei a danada. Restou-me a esperança de meu tio tê-la levado em meio à sua roupa. Mas será que teve o bom senso de esconder?
Comecei a pensar em uma mentira convincente, no caso da dona Neide ter encontrado a minha lingerie dando mole na sala.

Continua.

segunda-feira, 14 de julho de 2025

Almas Gêmeas - Parte 9

<< MANHÃ DE SÁBADO, 04 de junho, véspera do meu aniversário, também o da minha irmã, contudo, ela é três anos mais nova, como já disse.
Havia findado a minha quarta semana no ateliê do mestre Vilânio, acordei no alojamento do instituto e continuei na cama por mais alguns minutos, refletindo sobre o ocorrido neste quase um mês de treinamento remunerado.
Era assustador o que havia ocorrido no quarto secreto, principalmente nas três últimas sextas-feiras, não acreditava que fosse capaz de fazer tudo aquilo. Uma parte de mim estava envergonhada; a outra, admirada, mas nem um pouquinho arrependida: “Foi muito louco e animalesco, entretanto, foi bom demais”. Não conseguia evitar o sorriso bobo ao pensar nos momentos impactantes, os quais saíram do controle, superando o imaginado.
Além das lembranças, a sensação era como se permanecessem no ar os odores das interações intensas praticadas no palco, assim como sobre a mesa de “sacrifícios”.

As cenas surreais apresentadas diante dos meus olhos — ocorridas durante o “trabalho”, dentro daquele mini teatro secreto — eram imagens projetadas em meu inconsciente, devido às propriedades do alucinógeno. Eu sabia disso. Situação semelhante ocorre nos sonhos, ou seja, nós sabemos que a pessoa com quem estamos interagindo, na verdade, não corresponde à imagem apresentada.

Quanto ao meu tato e olfato durante tais acontecimentos, eles funcionavam normalmente, era capaz de reconhecer todos os odores, texturas e volumes interagindo comigo.
Após o estado de “sonambulismo”, quem havia me possuído e os detalhes de todo o ato permaneceram muito claros em minha mente.
O engraçado era o despertar na manhã seguinte, o meu subconsciente, propositalmente, trazia à memória apenas imagens desfocadas e nebulosas. Além de sons incompreensíveis. Inconscientemente, fingia não me lembrar dos detalhes abusivos da depravação, ou então, substituía os atores, pois sentia vergonha da minha cumplicidade e do meu sentimento de plena satisfação durante a prática daqueles atos de pura perversão. Fiquei assustada com o despertar do meu instinto selvagem, isso desencadeou uma total desinibição para a prática de atos explícitos e não convencionais durante o estado de torpor. A satisfação sexual acabou sendo a minha meta principal e o prazer é amplificado quando o ato é considerado ilícito, afrontando as convenções sociais.

São esses detalhes bons — os que propiciam “momentos felizes” — que me ajudam a suportar toda a humilhação, ameaças e abusos sofridos naquele universo. Procuro aproveitar ao máximo cada instante de prazer para torná-los inesquecíveis. Óbvio que a minha submissão é para a proteção dos meus entes queridos, isso vem em primeiro lugar.

A inspetora Berta, quando aproveitou a oportunidade do meu deslize e me escolheu para o “treinamento”, com certeza procurava alguém dispondo de propriedades específicas — propriedades devassas, eu deduzi, as quais eu ainda me negava possuir, embora me tocasse idealizando fantasias indecorosas — Ela enxergou isso em mim e esse detalhe deveria ser o critério mais importante para preencher essa vaga única no ateliê.

Próximo das 6h30, embarquei no ônibus escolar rumo a Mogi. Ele faz essa viagem matinal para buscar os participantes das atividades de fim de semana no instituto. Eu aproveito a carona. Na segunda-feira de manhã, eu retornaria no mesmo ônibus, em companhia da minha irmã.

Cheguei em casa para passar o fim de semana. Na mochila levava o meu primeiro pagamento.

Minutos depois, fui ao shopping com a Giovana, compraria um presente de aniversário para ela e outro para mim.

Após as compras, enquanto tomávamos um lanche, minha irmã veio com uma conversa estranha.
— A turminha do mal disse que você fica horas posando numa sala fechada e sozinha com o professor. O papai e a mamãe não sabem disso, né?
— Eita bando de gente invejosa e fofoqueira, aff! É fechado porque eu poso para obras de arte exclusivas, encomendadas por clientes especiais, ou seja, não serão expostas ao público.
— Caraca, Gisa! É verdade, então, que você está posando?
“Fodeu! Falei demais.”
— É, mas é segredo.
— E por que ninguém pode ver as obras? Ele pinta você pelada, por acaso?
— Magina, Gi, claro que não. É só frescura e exigência desse pessoal cheio de grana. “Gente estilista”, diria a mamãe.
— Ela diz “elitista”.
— Foi o que eu disse.
— Não foi, não.
— Você não comentou isso em casa, né, Gi?
— Claro que não, né? Mas o tio Agenor deve saber. E se ele falar?
— Ele não vai falar.
— Como você sabe?
— Sei lá, só sei. Mas, enfim, eu estudo como também trabalho honestamente, assim consigo comprar esses presentes para nós e te dar algum dinheiro. Se você contar para eles e me tirarem do treinamento, nós duas perdemos.
— Eu não vou contar nada, Gisa, fica fria.
A seguir, falei demais novamente, ao comparar as pinturas do professor com as da Capela Sistina: “…tem um tom sacro, me retratando como um anjo”. Quase gargalhei ao me comparar a um anjo.
— Ah, Gisa! Me leva lá para ele me pintar também. Eu queria tanto ter um quadro assim. — Nem precisa me pagar nada.
— Não vai dar, você é muito novinha para ser pintada pelo mestre.
— Por quê? — perguntou com assombro. — Tô começando mesmo a achar que você posa pelada.
— Para de neura, Gi! É que não tem mais exceção; a partir deste mês, é preciso ter 16 anos completos para iniciar no ensino remunerado.
— Mas não quero me matricular, só quero um quadro.
— Eu sei, mas esse lance não rola assim. — Você entendeu, né?
— Não!
— O que você não entendeu?
— O porquê eu não posso ir lá.
— Quem disse que não pode?
— Você, ora bolas!
— Tá bom! Eu te levo como visita, qualquer dia desses.
— Então, jura.
— Eu juro, mas a sua entrada vai depender do mestre, torça para ele estar de bom humor e gostar de você.
— Você acha que ele vai gostar de mim, Gisa?
— Se ele perceber o quanto você é chata, não.
Ela fez carinha de triste.
— Sua boba, ele vai gostar de você, sim. Mas se você esperar eu aprender mais um pouquinho, eu mesma pinto você.
— Vixi! Até você aprender, eu já estarei velhinha.
— Vai zoando, vai!

Jurei em falso e fiz promessas impossíveis de cumprir, tudo para manter seu silêncio. Já imaginou se ela soubesse o que realmente acontece naquele setor privado do ateliê? Não quero nem imaginar.
No entanto, no fundo, meu medo dela se aproximar do ateliê era o risco do coroa se interessar por minha irmã e também recrutá-la.
Proteger a caçula, evitando que também se tornasse uma escrava, era mais uma das minhas tarefas.



O Conde

<< OCORRERAM MUDANÇAS naquela noite de sexta-feira, o Rottweiler não participaria dos trabalhos, fiquei sozinha com o mestre no quarto secreto. O sentimento de frustração deveria estar estampado no meu rosto, apesar do esforço em não demonstrar. “Será que me apaixonei pelo peludo?” Questionei-me em pensamento, sentindo a falta do Amir.

Ganhei um figurino novo para a ocasião, achei lindo demais: vestido de renda, delicado, solto, costas nuas e quase tão transparente quanto a túnica costumeira. A exceção era o bojo com aplicações de miçangas acobertando meus seios. A calcinha de rendinha era tão delicada quanto.
Deitei-me na mesa dos sacrifícios. A pedra rústica, apesar de ser coberta por um tapete tatame, não era lá muito confortável.
O professor apagou as luzes e deixou apenas um refletor iluminando o altar.

Após uma série de fotos com duração de uns míseros minutos, o artista se afastou. Sumiu na escuridão e fez-se um silêncio total.
Passado algum tempo de um silêncio incômodo, de repente, som de passos ressoavam vindos da porta em minha direção. Fiquei apreensiva, em razão de o mestre usar sapatilhas e não produzir sons ao caminhar. Sentei e forcei as vistas, mas não consegui ver quem era.
A situação era torturante, pois desde o início do meu treinamento, ninguém, além do professor, eu e o Amir, havia entrado na sala durante os “trabalhos”. O refletor ofuscava minha visão, já estava propensa a chamar pelo mestre quando o ouvi dizer:
— Hoje temos uma visita ilustre, minha querida, seja gentil e obedeça a tudo que lhe for ordenado.
A quem obedecerei? O que ele quer comigo?
Certas situações, como essa de enfrentar algo novo e desconhecido, eram angustiantes. Não era informada com antecedência, não podia perguntar nada durante o acontecimento e ainda era obrigada a obedecer a ordens abusivas e bizarras. Esperava pelo pior, pois quando ele me dava o potente chá escuro, é porque a parada seria punk.
A situação deixou-me ansiosa e com medo do que viria a seguir. Principalmente quando surgiu da escuridão um vulto amedrontador passando ao lado do refletor. Estremeci. Parecia um enorme morcego enrolado em suas asas. Quando ele chegou pertinho, meu sangue gelou, mesmo estando em estado expansivo e entorpecido. Era um homem de visual sinistro, uma máscara cobrindo todo o rosto, o capuz negro era uma extensão da capa, deixando sua fisionomia ainda mais amedrontadora. Aquele ser estranho lembrava o conde Drácula.
“Jesus! Ele é um vampiro”, pensei desorientada.
Ele chegou bem próximo e falou:
— Não tema, não sou um vampiro.
“Será que ele leu meu pensamento?”, pensei assombrada.
Sua voz, mesmo abafada pela máscara, pareceu-me familiar. Fiquei atônita com a presença daquela figura, ainda mais quando ele abriu sua capa como se fosse voar. Só que não, era somente para exibir sua nudez por baixo dela. O corpo de estatura média era de alguém muito acima dos 50 anos. Aproximou-se e subiu o primeiro degrau da plataforma, acariciando seu pinto e ficando tão próximo do meu rosto, que eu pude sentir a maciez da glande tocando em meus lábios. Seus gestos forçaram um boquete.
Havia algo naquele homem, não saberia explicar se era uma energia esotérica ou uma capacidade de hipnotizar-me. O certo é que me deixou totalmente à vontade, e também submissa. Acariciando seu pinto curvado como uma banana, dei beijinhos, lambidas e abocanhei-o, chupando-o e engolindo-o até onde conseguia.

Pouco depois, o homem de poucas palavras e cheio de gestos, sinalizou para eu ir para o lado, então subiu o segundo degrau e ficou ajoelhado sobre a mesa. Fez sinal para eu virar de costas e me pôs de quatro.
— Não olhe para trás — disse num tom autoritário.
Ele tirou a máscara, deduzi pelo som, se posicionou atrás de mim, alisou e apertou minha bunda. Sem pressa, levantou meu vestido e deu outros apertos e tapinhas. Suas mãos percorreram de cima a baixo, fazendo carícias em meu corpo e retirando a minha calcinha.
Levantei uma perna, depois a outra e fiquei sem minha lingerie. Gemi em seguida, sentindo suas mãos apertando e arreganhando minha bunda. Sua boca voraz me sugou e inseriu sua língua firme e pontiaguda no meu ânus.
Talvez, se estivesse lúcida, eu teria ficado indignada por ser usada como um pedaço de carne. Mas ainda assim obedeceria, pois, sabia quais consequências acarretaria a minha suposta negativa. Porém, naquele estado de êxtase e com o desejo florescendo, acabei me rendendo ao meu algoz e ansiava ser possuída de todos os modos, mesmo me causando dor. Só queria ter momentos felizes e gozar muito.

Foi um oral gostoso, mas não me levou ao orgasmo, ele tinha outros planos, deduzi. O coroa me encoxou, deitando seu corpo sobre o meu sem fazer peso. Com seu pinto alojado entre minhas pernas, ele enfiou as mãos por dentro do bojo do vestido e amassou meus peitos nus. Não falou nada enquanto praticava a bolinação, mas provocou um momento de terror. Foi quando senti o calor do seu hálito em meu pescoço e sua boca tocando a minha pele sobre a jugular. Fiquei imobilizada pensando no pior, mas felizmente não me mordeu, apenas beijou e chupou levemente.
A seguir, ele levantou o tronco e pincelou, demoradamente, a cabeça do seu membro no meu ânus ainda encharcado com sua baba. Deus! Ele me torturou por minutos, esfregando a glande em meu rego. A ansiedade me consumia, desejando que ele enfiasse logo para acabar com a minha agonia.
O momento chegou… Ohhh! Uma dor da porra causou-me arrependimento, mas era tarde demais, estava quase tudo dentro. Suas mãos, agarradas em minha cintura, manobravam meu corpo que se contorcia de dor. Eu gemi e chorei como uma cadelinha, levando estocadas sádicas.
Instantes depois, surpreendi a mim mesma, mexendo a bunda em seu pau feito uma louca e ainda querendo ser golpeada com mais força. A dor se transformou num deleite e senti-me envergonhada da minha participação despudorada. Seus dedos tocaram gostoso e seguidamente o meu clitóris… Ahh! Então eu gozei deliciosamente, dando meus gritinhos impossíveis de conter.
Ele ainda não havia gozado, mesmo assim, reduziu o ritmo e tirou gentilmente de dentro. Imaginei que enfiaria na minha vagina.
— Vira, meu anjo.
Virei. A máscara cobria novamente o seu rosto. Permaneci sentada assistindo ele se masturbar.
— Abre a boca — disse ao aproximar o negócio dos meus lábios e passar a punhetar com mais vigor.
Putz! O primeiro jato atingiu meu nariz. Aproximei-me mais, quase o abocanhando, então ele despejou todo o seu sêmen.
— Não cospe — disse, autoritário, e enfiou o pinto na minha boca. Mandou eu chupar e engolir cada gota.
Obedeci, mas, sinceramente, não foi nenhum sacrifício.

O trabalho daquela noite terminou ali. Fiquei frustrada, estava em chamas e queria muito continuar a festa, mas o homem desceu, enrolou-se na capa preta e começou a caminhar sem ao menos se despedir ou dizer algo.
“O rei Leônidas não teria me deixado passar vontade”, pensei.
De repente, o “vampiro” estancou e virou-se encarando-me com sua máscara intimidadora. Jesus! Quase me mijei. Será que ele leu meu pensamento?
— Aguardo sua presença na próxima reunião — disse ele, se virou e se foi.
Que reunião? Pensei. Deixei para perguntar ao mestre mais tarde. Desci da mesa e corri para o banheiro com o estômago revirando. Costumeiramente, o chá provocava ânsia de vômito. Dessa vez, seria bem-vindo, pois precisava expelir a porção de porra que engoli. Já pensou no caos que seria, caso me escapasse um arroto durante o jantar no alojamento?

Continua.

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Almas Gêmeas - Parte 8

<< INICIAVA OUTRA SEMANA e o professor exigiu meu empenho também nas aulas técnicas de desenho e pintura, mesmo vendo que eu não teria futuro nessa arte. Não profissionalmente, pelo menos. Ainda assim, precisava aprender o básico para poder justificar a minha presença no estúdio privado, posto que o verdadeiro motivo deveria permanecer em segredo.

Mas se me faltava talento suficiente para seguir profissionalmente nas artes plásticas, sobrava-me na arte da fornicação. Voltei a brincar com o Rottweiler na quarta-feira, no tapete de grama sintética da ante-sala. Ele é muito danado, quase me levou ao gozo com sua língua abusada. Tirei-o de cima de mim algumas vezes, enquanto o mestre Vilânio trabalhava em sua tela, contudo, registrando tudo em vídeo através da câmera montada sobre o tripé. Ele não escondia sua ansiedade por um desfecho de “zoo perversão”.
Eu provocava o Amir ao permitir que chegasse na “boca do gol”, mas sutilmente me colocava em posição que impossibilitaria sua penetração. Em seguida, eu acalmava e consolava o bicho mediante carícias, finalizando com a masturbação que ele tanto adora.

Aqui é Esparta!

Sexta-feira, 20 de maio, dia de atividades na sala secreta. O artista conferia a filmadora profissional, a câmera fotográfica e os refletores, todos montados em tripés, formando um semicírculo em volta do palco e mirando o altar.
Enquanto isso, eu brincava com o Rottweiler assanhado.
— Hmmm… Tá tão “chelozo”. Tomou um banho “gotoso”, né, seu bonitão? — O Amir ficava excitado quando eu acariciava seu pelo e falava com ele imitando uma criança.
— Cortou até às unhas, esse safado — disse o mestre.
— Uia! É mesmo. Tá chique demais, esse meninão!
Aproveitei a descontração do professor:
— Mestre… Posso fazer uma pergunta?
Seu olhar foi de reprovação e aborrecimento, porque perguntas não relacionadas diretamente com o trabalho não eram bem-vindas.
Sem dizer nada, agitou a mão, dando a entender que eu deveria falar rápido.
— Essa moça também era aluna do instituto? — falei apontando para a imagem da divisória, o qual aparentava ser um ritual de oferenda humana.
— Sim, senhora. Ela também cursava o colégio técnico.
— E cadê ela?
— Você disse que era uma pergunta — falou em tom desaprovador.
Minha carinha de acanhada e inocente deve ter sensibilizado o professor. Ele respondeu mais calmo.
— Ela concluiu o colégio e conseguiu vaga num curso superior no exterior. — Vamos trabalhar agora?

Engoli de uma vez o líquido amargo para não sentir o gosto. Posicionei-me no palco, ajoelhada em frente ao altar. As luzes do teto foram apagadas, tornando-me o centro das atenções, iluminada por refletores de LED.
Aquela foi só uma das várias noites das quais ficaria muito louca. Era desconcertante o efeito causado pela nova versão da bebida alucinógena: batia no cérebro, causando um estado de sonambulismo. De repente, eu vagava em meio à neblina e atravessei um portal para um mundo fictício, de um céu escuro, relâmpagos sem trovão e duas luas cheias enormes. O caminho à minha frente parecia levar para a borda de um abismo, como se a terra fosse plana.
Fiquei apavorada ao avistar um urso enorme subindo pela borda e vindo na minha direção. Quis correr, mas não consegui levantar, então tentei engatinhar, mas por mais esforço que fizesse, eu mal conseguia sair do lugar.
O inevitável aconteceu, o urso chegou por trás de mim, senti seu calor cobrindo meu corpo e algo pontiagudo tocando a minha vagina. Desabei devido ao seu peso em cima de mim. Foi providencial, uma vez que a posição tornou inviável o coito, fazendo o bichão choramingar de frustração. Mas logo senti seu nariz molhado em minhas coxas, fungando e penetrando por dentro da túnica até alcançar meu sexo. Ah! O prazer foi absurdo ao ser aquecida pelo seu hálito quente, enquanto ele lambia desesperadamente as minhas partes íntimas. Caraca! Com o tesão louco que sentia, cheguei ao gozo em instantes e perdi de vez a razão, multiplicando o desejo de ter meu corpo possuído pela criatura.
Livrei-me da vestimenta e fiquei de joelhos, nua e defronte ao altar dos sacrifícios. Como se conversasse com o divino, pedi perdão por priorizar o prazer carnal, apesar de saber o quanto era indigna de perdão, porque continuava com o desejo insano de transar com o animal. Olhei ligeiramente para trás ao pressentir que o urso daria o bote. Porém, fui surpreendida pela figura de um homem, ao invés do animal. Na minha mente, era a imagem do rei Leônidas de Esparta: grande, incrivelmente forte, todavia, peludo como um urso. A robustez do seu corpo assustador e a sua aparência temível, eram amenizadas pelo seu olhar sedutor.
Seu ataque foi imediato, um arrepio percorreu meu corpo ao ver o brutamontes partindo em minha direção, “armado e perigoso”. Era bizarro aquilo que ele tinha entre as pernas. A sensação foi de pavor, a ponto de ficar tentada a correr. Mas como se não fosse dona das minhas vontades, deitei braços e cabeça sobre o piso do palco e fiquei de quatro como uma cadela, com a bunda empinada e as pernas abertas. De olhos fechados, eu aguardei, temerosa e submissa, apenas frações de segundos antes de estremecer ao ser apoderada por ele. Decidido e sem preliminares, seus braços fortes envolveram minha cintura e duas tentativas foram suficientes para ele me invadir… Ohhh! Quase perdi os sentidos com sua enterrada bruta, quase me rasgando e imediatamente iniciando o vai e vem, tocando fundo. Eu procurava retomar a respiração, gemendo como uma cadelinha ferida. Suas mãos eram duas garras amassando meus seios, sua respiração acelerada era um vapor umedecendo a minha nuca e seu membro entrava e saía tão rápido e forte, que a proporção de prazer era equivalente ao desconforto, devido ao volume e à intensidade dos golpes.

Não demorei a me acostumar com a pegada bruta e ficar totalmente confortável com seu pênis me preenchendo todos os espaços. Dei gemidos e gritinhos saboreando um tesão louco e tentando acompanhar seu ritmo movendo meus quadris em círculos rápidos… Ahhh! Meu gozo chegou ao auge, arranhei o palco com as unhas curtindo o momento de um clímax muito além de especial.
Devo ter contagiado o rei Leônidas, pois sua respiração acelerou e suas estocadas desmedidas, de tão intensas, parecia até que me enfiava suas bolas gigantes. Seu abraço apertado e suas unhas em meus seios deixariam marcas, contudo, isso foi insignificante comparado ao instante que me fora reservado pelo meu parceiro: ele urrou como uma fera ao me apertar ainda mais de encontro a ele e liberar todo o seu líquido dentro de mim… Caraca! Que instante insano, estremeci de prazer ao sentir seus espasmos e o pulsar do seu pênis. Deixou-me inundada e com as coxas meladas, mesmo antes de tirar de dentro. Foram momentos de prazeres infinitos.

Passado um tempinho, permanecia estirada no palco, massageando minha vulva molhada e saboreando os resquícios de prazer que permaneciam em meu corpo. O mestre surgiu e me levou para tomar uma ducha.

Vomitei muito antes de tomar um banho restaurador. Quando retornei do banheiro, a sensação era do despertar de um sonho, um sonho compartilhado com terceiros e registrado por equipamentos eletrônicos.
Ainda sentia um leve torpor, eram migalhas deixadas pelo estimulante líquido. Tinha ciência de que havia metido o pé na jaca.
O mestre aparentava satisfação e até elogiou o meu trabalho daquela noite. Agradeci e disse que continuaria seguindo seus ensinamentos e dando o meu melhor.
Fiquei feliz pelo raro reconhecimento do homem exigente; mas o auge da minha alegria, provinha da noite de prazeres incomuns e deliciosos.
O Amir estava deitado e dormindo feito um bebê que acabou de mamar. Passava muito do meu horário, dei boa noite para o mestre e fui para o alojamento, estava morrendo de fome.

Continua.

quinta-feira, 26 de junho de 2025

Almas Gêmeas - Parte 7

Assédio Canino << NO INÍCIO DA NOITE da primeira segunda-feira após o teste de modelo, iniciava o meu treinamento no ateliê.

Os alunos de artes plásticas estudavam no piso térreo até às 18h e não havia atividades noturnas. No meu caso, o trabalho era chamado de treinamento remunerado e as atividades aconteciam no piso superior: iniciando às 18h30 e terminando às 21h. A princípio, foi esse o combinado.
Acompanhei o mestre Vilânio até o segundo piso, onde eu teria o treinamento noturno. Era um setor privado e anexo ao mezanino do meu teste inicial, o mesmo que era recheado de artes obscuras e amedrontadoras. Uma divisória contendo uma porta trancada separava completamente os dois ambientes. Ele abriu e entramos no salão de uns 10x5m, aproximadamente. Observei as diversas telas de pintura ainda em execução, sustentadas por cavaletes. Reconheci o divã usado no meu teste, também os equipamentos de foto e vídeo. As imagens das telas e as pintadas diretamente nas paredes, eram impressionantes e assustadoras ao estilo do mezanino.

O Quarto Secreto

A obra de arte produzida na parede dos fundos da sala privada, era a imagem de um mundo apocalíptico: seres medonhos sob um céu escuro com descargas elétricas e superfície em chamas. Era um massacre de corpos humanos de todas as idades, gêneros e raças; corpos esquartejados, esfacelados e muito sangue jorrando. Um verdadeiro genocídio praticado por criaturas repulsivas e de proporções fantásticas, impiedosas e extremamente violentas.

Havia uma porta de correr — imperceptível para leigos como eu —, escondida num canto da parede. Antes de abrir, o homem lembrou-me do pacto de confidencialidade acordado entre nós, ou seja: absolutamente nada sobre aquela ala superior poderia ser divulgado para terceiros. O mestre Vilânio abriu a porta e adentramos o quarto secreto. O pé direito também era muito alto, mas o ambiente de uns 10x10 metros, era diferente dos demais: semelhante a uma igreja, mas também poderia ser um teatro, em razão do altar posicionado no centro do salão, sobre um palco redondo. As duas únicas janelas, enormes e situadas na parede dos fundos, cada uma coberta por um espelho tão grande quanto, lembrava uma sala de interrogatório. Entre os dois espelhos havia um balcão, tipo camarote de teatro, cerca de dois metros acima do piso. Poderia acomodar umas dez pessoas. Essa parte (palco e balcão) era semelhante ao salão do curso de teatro do instituto. As exceções eram os espelhos e o altar. Senti odores misturados, prevaleceu o de incenso. A divisória atrás de mim (por onde entramos), era outra obra de arte gigante, com um tema tão ou mais herege que as anteriores, retratando um mundo sinistro. O professor sugeriu que nos afastássemos alguns metros para observarmos melhor a pintura.
Fiquei impressionada com o trabalho brilhante e repleto de detalhes. Não saberia dizer se era sagrado ou profano. A imagem era impactante: um lugar de árvores secas, negras e fantasmagóricas. Acima, uma névoa cinza e fosca. No centro da imagem havia pessoas maltrapilhas semelhantes a mortos-vivos, humildemente sentadas no chão e formando um semicírculo em volta de uma moça nua com um véu na cabeça. O tecido branco harmonizava com o corpo jovial e lhe dava uma aparência angelical.
Um homem de meia-idade e expressão dura no rosto, trajava uma capa negra de forro vermelho e um chapéu (mitra) usado pelos bispos. Posicionado por detrás da jovem, era como se a guiasse em direção a uma entidade sem muita nitidez, um ser nebuloso, dando a impressão de ter vindo do além.
Aquilo tudo, na minha imaginação, remetia a um ritual satânico, cujas oferendas humanas eram oferecidas em sacrifício.

Enfim, no meu primeiro dia de ambientação, apreciei muitas obras de arte, mas não faltaram conversas e orientações: não poderia comentar com ninguém sobre os detalhes do treinamento, era terminantemente proibido fazer fotos ou vídeos, assim como portar qualquer equipamento do tipo no interior do ateliê.
“Tanto segredo só por causa das obras de arte? Claro que, não.” Ali havia segredos similares aos encontros místicos frequentados pelos meus pais e pelo tio Agenor, imaginei. Contudo, continuaria na minha, evitando arrumar encrenca.

Dia seguinte, terça-feira.

Antes de iniciar o trabalho daquela noite, o professor pegou a garrafa térmica e duas xícaras.
— Essa é uma rotina necessária, faremos isso todos os dias.
— Mestre, por que precisamos tomar esse chá?
— Ele abre nossa mente e coração, fazendo fluir somente as energias boas e dando mais inspiração. No seu caso, também a deixará solta, desinibida e permitirá que assimile melhor seu treinamento.
“Nossa! Isso parece propaganda daqueles remédios ‘milagrosos’ anunciados na TV.” Pensei sem demonstrar emoção.
Instantes após, fiquei nua, ou quase, mais uma vez, vestindo somente a túnica transparente. Doravante, ele seria o meu uniforme de trabalho.
Deitei de lado no tapete de grama sintética, a cabeça elevada com o apoio do braço direito, pernas ligeiramente dobradas, bumbum para cima e de costas para o artista.
Amir (o cão) ficou sentado à minha frente, como se conversássemos. Na verdade, eu falava mesmo com o bicho arredio, mandando ele ficar quieto. Mas o teimoso não conseguia ficar parado por mais de cinco minutos.

O cachorro saiu duas vezes da sua posição e veio cheirar minhas partes íntimas. A displicência do seu tutor ao ralhar com ele, parecia um incentivo e, não, uma bronca. Todavia, o coroa foi duro ao ralhar comigo, por sair da posição. Eu saí ao evitar ser enrabada pelo Rottweiler, o tarado havia montado em mim, com seu pintão vermelho e duro. O bandido cutucou minha vagina por cima da renda. Fiquei envergonhada, olhando a cara do homem, como se o questionasse: “O que o senhor queria que eu fizesse? Esse tarado estava me penetrando com túnica e tudo.” Só pensei, não falei, pois já sabia qual seria sua resposta: “Você precisa interagir mais com o Amir, Gisele.”
Fiquei arrepiada quando, enfim, decifrei o real significado da palavra “interagir”, dita inúmeras vezes pelo professor. Sem metáforas, seria: transar com o cachorro. Eita! Meus pelinhos ficaram completamente eriçados; não saberia dizer se foi por repulsa ou por tesão.
O restante da última hora de trabalho prosseguiu sem o cachorro. E as atividades da noite seguinte não favoreceram muito o assediador de quatro patas, ou seja, o peludo não teve a oportunidade de montar em mim.
Sim, eu percebi o interesse do homem na minha “interação” com o cachorro, no entanto, ele não forçava a barra, talvez deduzindo que aconteceria naturalmente com o passar dos dias. Será?

Na quinta-feira, o mestre Vilânio saiu, devido a outro compromisso, fui dispensada das atividades no ateliê. Fiquei imaginando se ele também participava daquela famosa reunião mística.

Sextou. Cheguei ao ateliê e fui recepcionada com uma xícara cheia de um chá mais escuro e amargo do que os anteriores (o mesmo, diariamente afirmado por ele, ser apenas um desinibidor natural). No entanto, aquilo foi uma porrada no cérebro com efeito imediato. Perdi o contato com a torre, minha mente parecia navegar em outra dimensão, assim como o meu corpo, tomado pela sensação de estar flutuando.

Repetindo o ritual dos últimos dias, fiquei nua e vesti a rendinha transparente. As atividades aconteceriam na sala secreta. A ideia era representar uma moça sendo sacrificada. Deitei no altar cenográfico, fui iluminada pelos refletores e era observada através da lente do artista. Fiz poses e expressões que posteriormente seriam reproduzidas em telas e transformadas em realismo fantástico. Tudo isso seria feito através dos pincéis, tintas e a capacidade artística do mestre.

A segunda parte do trabalho daquela noite foi mais divertida, talvez tenha sido pelo efeito da bebida que era obrigada a tomar, e por eu já estar totalmente desinibida e à vontade com as brincadeiras atrevidas do Rottweiler. Nossa farra era registrada em vídeo e, conforme a “interação” foi ficando mais ousada, me deixei levar. Tirei a túnica a pedido do professor, evitando que o Amir rasgasse o tecido delicado.
Sentia-me uma fêmea, parceira do cachorro, sentindo sua língua em meu corpo, no entanto, impedindo suas tentativas de penetração. Eu tentava compensar sua frustração punhetando seu pinto. Ele parecia adorar esse tipo de carinho feito de maneira delicada.
Ganhei a aprovação do coroa.
— Muito bem! Era essa interação com o Amir que eu esperava de você, Gisele.
— Eu não sinto mais vergonha das brincadeiras desse taradão — falei ao afagar a cabeça do cachorro safado.
— Sim, você entendeu qual é o espírito. Peço que continue se esforçando e não tenha receio de ousar mais, só assim conseguiremos fazer desse trabalho um grande sucesso.
— Prometo dar o meu melhor, mestre.
O cachorro latiu e parecia entender tudo ao fazer festa comigo.
— Olha isso! Esse peludo está mesmo apaixonado e quer continuar o namoro — disse ele.
— Calma, meu amor, eu volto amanhã pra gente brincar mais, tá bom?

Passava muito do meu horário habitual, quando saí do ateliê com o tesão a milhão. “Caraca, mano! Se eu ousar mais, daqui a pouco estarei chupando o pau desse cachorro. Esse chá está me enlouquecendo, preciso tentar focar só no treinamento.” Pensei, sorrindo e ainda parcialmente afetada pela bebida desinibidora.


A Escalada da Perversão

<< HOUVE UM TEMPO quando meu tio Armando também costumava desinibir-me com bombons de licor. Eu não ficava embriagada após comer meia dúzia deles, mas ficava facinha e, como agradecimento e interesse futuro, fazia suas vontades.

Também era fácil eu cair na conversa do meu tio, quando ele dizia estar apaixonado por mim e mentia prometendo coisas improváveis:
— Sábado vou te levar na arena Corinthians para assistir Brasil x Peru.
— Jura?
— Mas guarda esse segredo contigo, amanhã a gente conversa e combinamos certinho, tá bom?
Naquele ano, acontecia uma edição da Copa América no Brasil. Fui muito tonta em acreditar que ele conseguiria ingressos.
Ele, mais uma vez, havia me abordado ao final das aulas, numa esquina próxima, fingia ser coincidência o encontro, pois eu costumava estar acompanhada de uma amiga. Ela pegava a carona comigo e descia um pouco antes da minha casa.

Quando ficava sozinha com o safado:
— Está de folga de novo, tio?
— Eu sou patrão, me dei folga só para ver você, minha amada.
— Tio, tio… Isso ainda vai dar ruim.
Ele amenizava a situação de perigo e eu pulava de cabeça no encontro arriscado, posto que estava curtindo nosso lance.
Fomos para a casa dos meus tios. Na época, era ao lado da nossa, ambos sobrados. No interior da garagem, ele me roubou um beijo, que eu morri de medo ao participar da imprudência, imaginei pares de olhos nos vigiando por frestas de janelas, apesar dos vidros escuros do veículo.

Óbvio que só entrei na residência porque a tia Neide estava trabalhando e o primo Vitor na escola. Com a casa só para nós, e no quarto do casal, ele esperou apenas eu me despir e já começou com os beijos e a me chupar todinha.
A seguir, dava aulas de como eu deveria chupar seu pau. O negócio era difícil de abocanhar e fácil de engasgar, ainda mais quando ele bancava o rude e autoritário.
Nesse dia, o homem queria mais, e as coisas esquentaram durante um beijo longo e muito safado. Com ambos nus, deitados de ladinho e seus braços me mantendo prisioneira e coladinha ao seu corpo, ele enroscou suas pernas entre as minhas e roçou seu pinto na minha boceta. O meu tesão chegou ao teto com um contato tão extremo. Porém, o terror bateu forte ao sentir a cabeça da coisa abrindo caminho em minha fenda.
— Nããão, tio! — sussurrei apavorada, no entanto, submissa e com a libido a mil graus.
Quando ele enterrou um pouco mais, eu não aguentei…
— Ai! Para, tio, tá doendo muito.
— Relaxa, princesa, que a dorzinha fica gostosa e vira prazer.
— Tá machucando, é sério, para, pelo amor de Deus! E se eu ficar grávida? Meu pai me mata.
— É… Tá certo, é melhor prevenir. Vamos deixar para outro dia, trarei umas camisinhas.

Agradeci aos céus por ele segurar a onda, mas a putaria prosseguiu só com língua e dedos. Para finalizar, iniciou a brincadeira que aprendi a amar: eu deitada sobre ele, saboreando seu pinto entre minhas coxas, roçando no meu sexo até ele gozar sobre minha bunda. Porém, ficava morrendo de medo daquele pinto em contato com meu rego lambuzado de porra. E se de repente ele aproveitasse a oportunidade e enfiasse aquele monstro no meu cu lisinho e inteiramente à sua mercê? Ele me rasgaria inteirinha.

Após me limpar, peguei a calcinha e o uniforme, dobrado e arrumadinho sobre a cômoda. Passei a usar esse artifício antes dele começar a me apalpar, em razão do ocorrido no primeiro encontro após as aulas: o sem noção havia deixado a minha roupa toda amarrotada e resíduos de sêmen na minha saia. Por sorte, percebi a tempo de deixar em ordem, antes da mamãe chegar em casa.

Saí pelos fundos — os dois quintais são separados por um muro, mas ligados por um portão.

O sábado passou e, como sempre, ele não cumpriu a promessa, não me levou ao jogo. Mas tentou compensar com sorvete e bombons. Eu era muito inocente, a ponto de continuar aguardando ansiosa a sua carona nas semanas seguintes, com a intenção de irmos nos divertir em seu quarto no início da tarde.

Continua.