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terça-feira, 15 de novembro de 2022

Happy Hour Só para Chifrudas

Ao anoitecer do mesmo dia do fracasso sexual cometido pelo chantagista do Moacir, atendi uma chamada no telefone fixo.

— Alô? 

— Helena?

— Não, é a Nicole. 

— Oi! Nicole, é a Sílvia. — Posso falar com sua mãe? 

— Ela está no banho — respondi e pensei: caralho! Será que ela soube da presença do seu marido na minha casa?

A mulher é a esposa do Moacir e cunhada da Adriana. Vai dar treta, pensei.

Ela não desligou, continuou me alugando com um papo de mulher casada. Disse que seu marido não a valorizava mais, assim como a Adriana também estava com as expectativas frustradas com seu namorado, o Dr. Osvaldo.

Resumindo, a mulher pretendia agendar um happy hour só para as três amigas na sexta-feira. Talvez ela estivesse fundando o clube das cornas.

Após seu papo inicial, a princípio fui possuída de um sentimento solidário, em razão de ter conhecido intimamente seu parceiro. Reprovei o cara no meu “test drive”, foi uma droga de amante. Enfim, quem mandou ela casar sem testar bem a mercadoria, né? Mas não poderia dizer nada disso a ela, guardei comigo meus segredos e opiniões.

No momento seguinte, meu instinto de sobrevivência questionou-me: fujo ou compro uma arma? Afinal, transei com os três homens daquelas três amigas, e as chifrudas poderiam estar planejando me queimar viva numa fogueira, pensei rindo comigo mesma.

Nesse ínterim, minha mãe desceu e assumiu a conversa. Depois ouvi ela confirmando presença na baladinha das cornudas.

É um tipo de rolê que eu não iria, julguei.


No dia seguinte a Silvia ligou novamente…

— Minha mãe ainda não chegou, ela está no curso — falei ao identificar sua voz. 

— Eu sei, querida, liguei para falar com você.

Fodeu! Pensei. 

A mulher parecia alegrinha e estranha, elogiou minha voz dizendo ser sensual e pediu para eu aceitar uma chamada de vídeo no WhatsApp, gostaria muito de me ver falando.

Não posso recusar, a mulher sabe meu endereço e pode bater aqui, pensei desanimada. Aceitei logo para ver qual era a parada.

Já havia visto a Sílvia em outras oportunidades, inclusive de biquíni. Tinha cerca de trinta anos, pele dourada e cabelos escuros. Sua beleza se encaixaria na categoria nomeada “mulherão”, em  minha opinião.

Abri a câmera, ela sorriu e mostrou uma taça de vinho tinto em sua mão. Brindou dizendo: "Tim-tim". Com certeza já estava meio louca. Deu um gole e fez biquinho de aprovação.

Acabara de sair do banho, deduzi pelo seu traje e aparência: vestia um robe atoalhado de cor bege, em seu rosto não havia vestígios de maquiagem, combinava com seus cabelos molhados e bagunçados, isso lhe dava uma expressão selvagem e sedutora.

Nos instantes seguintes a mulher me azarou grandão dizendo que meu rosto era lindo, meu olhar sedutor, minha boca lhe causava desejos, etc. 

— Gostaria de vir aqui tomar um vinho comigo? — Eu vou aí te buscar, assim, só de robe. 

— Sua louca! — falei com carinho e sorri — hoje eu não posso.

— Sua voz me excitou tanto, lindinha — disse ela passando a língua nos lábios. 

Aquele papo de sedução ficou estranho, eu não sabia como reagir e achei melhor não rejeitá-la, poderia ser um jogo de vingança e a minha indiferença a deixaria com raiva. 


Enfim, a safada não demonstrava nenhum pudor e parecia não estar se importando das imagens ficarem gravadas. Talvez confiasse em minha discrição, ou melhor, no meu bom senso.

Em uma atitude de assédio descarado, afastou o celular para aumentar o ângulo da imagem, abriu totalmente seu robe exibindo a nudez do seu busto dourado. Continuou movimentando a câmera e deu um close-up da sua mão tocando sua boceta. A danada deu gemidos com sofreguidão murmurando:

— Ah! Meu anjo, queria tanto sentir sua boca em mim. 

Não foi constrangedor, havia harmonia na sua atitude e modo de falar. Curti sua ousadia e desenvoltura, a ponto de também agir de impulso me tocando ao meter a mão por dentro do meu shortinho úmido. 

— Amaria estar contigo nesse instante e poder te dar prazer brincando com minha língua no seu sexo, e tocá-la descobrindo seu ponto G com seu dedo mau — disse ela. — Garanto que te levarei à loucura, meu anjo — concluiu.

Foi nessa hora que eu gozei e não segurei o gemidinho. Deixei-me levar pela putaria online.


Dois ou três minutos depois, ouvi o som do carro da mamãe em nossa garagem, encerrei o sexo virtual, mas a contragosto, em razão de já estar totalmente envolvida pela sedução daquela louca. No entanto, antes de desligar havia aceitado seu convite para uma taça de vinho em sua casa na primeira oportunidade.

Larguei o celular e corri para trocar o shortinho molhado. 


Por ora, é isso, beijos!


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