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terça-feira, 27 de maio de 2025

Almas Gêmeas - Parte 2

Universo Familiar << MINHA MÃE, Lúcia Helena, casou bem novinha, foi quando engravidou na adolescência com a participação especial do meu pai — que tinha o dobro da idade dela. Papai, seu Pedro, trabalhava como gerente na assistência técnica de propriedade do meu avô materno.

Resumindo acontecimentos: a cerimônia de casamento foi realizada em janeiro e eu nasci em 05 de junho. Tudo corria bem e a festa de debutante planejada anteriormente à gravidez continuava programada para acontecer no dia 13 de julho. Mas não aconteceu, pois infelizmente meu avô sofreu um AVC e faleceu semanas após meu nascimento. Meus pais herdaram a empresa e seguiram administrando o negócio.

***

Papai costuma dizer que eu e a Giovana somos cópias da dona Lúcia Helena novinha. Ouço com frequência a pergunta: “Ela também é sua irmã?”

A propósito, minha irmã Giovana e eu nascemos no mesmo dia e mês. Isso é surpreendente, uma vez que ambos os partos foram normais. Devido à nossa semelhança, os nossos amigos nos chamam de gêmeas, mas minha irmã é três anos mais nova.

Vale do Paraíba

Houve um sábado, 21 de dezembro, em que viajamos para passar a semana do Natal na casa de um tio do meu pai. Ainda não conhecia pessoalmente o homem.
Após uma hora e meia de estrada, chegamos à chácara do seu Agenor, meu tio-avô, e sua esposa, tia Madalena. Como primeira impressão, julguei que o casal — ele com cerca de 65 anos e ela uns 50 — fosse espírita, não só em razão das roupas brancas, mas principalmente por sentir algo que emanava deles… Jesus! Arrepiei todinha quando a sensação de brisa gelada atravessou meu corpo. Tive a nítida impressão de ter partido deles… Que medo!
— Que foi, menina? — perguntou minha mãe, sussurrando.
— Nada, mãe, estou com frio — respondi baixinho.
Era um dia quente, então ela ignorou-me após torcer a boca e balançar a cabeça em negativa; era seu modo educado de me chamar de louca.

Quanto à habitação, era uma casa grande e rústica com dois pisos e um estilo colonial. O terreno enorme era repleto de verde, predominando as árvores frutíferas.
Dos seus três filhos: uma moça e dois rapazes, somente Guilherme, o caçula de 22 anos, morava com eles, era cadeirante desde criança.

Depois do almoço, eu e minha irmã ficamos de bate-papo com o Guilherme em seu quarto, ele nos dava dicas de como uma página cresce nas redes sociais.
Nas conversas aleatórias, ele confirmou que seus pais eram espíritas e promoviam reuniões com cunho místico, transcendente somente para adultos em uma casa naquele mesmo terreno. Foi superficialmente, porque eu e a Giovana não demonstramos interesse.

Minha irmã foi juntar-se ao restante do pessoal que estava na sala, ia começar o jogo do Flamengo contra o Liverpool. Era a final do Mundial de Clubes daquele ano.
O primo ligou sua TV.
— Não quer ir lá assistir com eles? — perguntei e torci por um não, pois ficou interessante estar a sós com ele. A pirralha da minha irmã estava cortando nosso barato.
— Prefiro assistir aqui mesmo. A menos que você queira ir se juntar ao pessoal.
— Magina, Gui, aqui está ótimo — falei, e sorri para ele.
Sustentamos o olhar… Ele acariciou meu rosto… A distância entre nossas bocas reduziu com o avançar de ambos… E o primeiro beijo aconteceu.
O beijo foi mais rápido do que gostaria, em razão do receio causado pela porta aberta. Queria muito ser abraçada e afagar os cabelos cacheados do boy. Fomos comedidos, mas não deixou de ser gostoso.

Era mancada fechar a porta, então passamos a namorar próximo a ela. Por vezes, eu disfarçadamente olhava para o corredor, ao vê-lo vazio, sentava no colo do boy para ganhar um abraço e um beijo mais longo.
A cada nova olhada ficávamos mais ousados dando beijos mais ardentes e meus seios ganharam massagens por dentro da roupa.
A confiança aumentou e a blusa subiu para ele chupar e mordiscar meus mamilos excitados, retribui pegando em seu pinto por dentro da bermuda. Minha vontade de expor o negócio para fazer um boquete era enorme, mas estaria abusando da sorte.

Nossa farra de beijos e bolinagem foi divertida e perdurou até o término do primeiro tempo do jogo. Durante o intervalo, minha mãe chegou para me espionar e “sugeriu” que me juntasse a eles na sala. Nessa altura, já havia combinado com meu primo que viria ao seu encontro tarde da noite, assim que todos estivessem dormindo.

A vitória do Liverpool com um gol do Firmino ainda foi assunto durante o jantar. A seguir meus pais rasgaram elogios ao Guilherme, em razão da sua recente formação em ciências da computação.
“Não me interessa o cérebro do primo, mas outra parte do seu corpo.” Pensei zoando.

De Tamanho apropriado

Passava muito das 11 da noite e fazia um calor danado. A Giovana permanecia acordada me impedindo de ir para o meu “date” secreto. Tanto ela quanto eu estávamos peladas e cobertas pelo lençol só até a cintura. Não tinha um ventilador para refrescar.
— Vou ao banheiro, estou com dor de barriga — falei, enrolei a toalha de banho no corpo e fui porta afora. O nosso quarto era num extremo do corredor, o dele no outro, próximo de um banheiro. Esperei um pouquinho para ver se seria espionada pela minha irmã.
Quando me senti segura, caminhei suave até o quarto do Guilherme… A porta estava só encostada, entrei e tranquei, assim como havíamos combinado. Olhei para ele recostado na cabeceira da cama, iluminado pelo abajur. Senti um medinho, pois aquilo era uma loucura e a emoção era forte.
Ele sussurrou pedindo carinhosamente que me acomodasse ao seu lado.

Após o abraço e um beijo longo e gostoso, o negócio pegou fogo na privacidade e conforto do aposento, não ficamos só nos beijos o primo, um tanto mais velho, estava com pressa e cheio de apetite. Eu era bobinha, mas já estava viciada nessas paradas proibidas. Sem demora ele ficou sem as calças para eu brincar com seu pinto. Gostei do tamanho, não era exagerado como o do meu tio Armando.
Entreguei-me ao momento de diversão e de puro erotismo, mesmo assim pensei: “que desculpa eu darei se for flagrada nesse quarto? E ainda portando apenas uma toalha.” Não teria desculpas, meus pais iriam descer o cacete sobre o meu lombo sem dó. Achei melhor parar de pensar.
Putz! Voltei minha total atenção para o pinto, pois nem bem comecei a chupar e o danado gozou na minha boca.
Apesar da minha pouca experiência sexual, não era meu primeiro boquete. “Não deveria ter demorado mais?” Pensei. Contudo, apenas achei diferente porque foi muito rápido, mas não impediu que eu curtisse aquele momento e continuasse a chupar e engolir sua porra, mesmo porque não tinha onde cuspir.
O risco começou a valer a pena quando ele retribuiu. Delirei estando deitada de pernas dobradas e abertas enquanto sua boca morna causava maravilhas na minha boceta… Ah! Que delícia, entrei numa onda de gozo contínuo, e tanto prazer despertou o desejo de ir além com aquele parceiro. Somente chegar ao clímax com o oral não seria suficiente para me satisfazer naquela noite, uma vez que o tesão e a fissura de ser possuída na frente estava me pondo louca. Louca a ponto de ter decidido que seria com ele a primeira transa com penetração pra valer. Há tempos corria o risco de a qualquer momento ser “abatida” pelo meu tio Armando e ele ficar com os créditos por tirar a minha virgindade. Não o queria assim.
Ele ainda estava entre minhas pernas e deve ter lido meus pensamentos, posto que levantou a cabeça e me olhou nos olhos. Eu abanei levemente a cabeça em “um sim”, ele sem exitar deslizou seu corpo para cima de mim.
O beijo foi ardente, o roçar dos sexos, frenético, mas o membro, mesmo latejando de duro, não conseguia acertar o alvo.
Quando tomei a iniciativa e guiei o seu pau até a entrada, a ficha caiu e murmurei aflita:
— Você tem uma camisinha, não tem?
Deu ruim… Alguém bateu na porta antes dele responder. Meu coração veio à boca. Olhei apavorada para ele que fez sinal para eu ficar quieta. Ele saiu de cima de mim, sentou na cadeira e foi até a porta.
— Quem é? — perguntou baixinho, devido ao avançar das horas.
— É a Giovana — foi a resposta também em volume baixo — minha irmã está aí?
— Não, eu já estava quase dormindo.
— Desculpa, tchau!
— Tchau!
Eu continuava imóvel e quase sem respirar, contei até dez bem devagar, levantei, peguei a toalha e fui até a porta. Ele continuava lá, tentando ouvir algo. Seu gesto deu a entender que ela se foi. Abri a porta bem de mansinho, coloquei só o rosto para fora e observei o corredor com os ouvidos atentos… Nem uma viva alma ou som de perigo, pensei. Sem dar tchau, saí cuidadosamente rumo ao quarto. Era logo após o vão da escada, mas a distância pareceu-me enorme.
Ainda ajeitava a toalha no corpo quando estanquei e olhei para o vão da escada, quase me mijando; um vulto branco parado no patamar entre os dois lances da escada me fez levar as mãos à boca para conter o grito. Continuei com medo quando vi que era o tio Agenor, de olhar sério e amedrontador. Seu semblante me fez lembrar do Drácula, o sedutor de novinhas.
Com um fio de voz consegui falar:
— Ai, tio! Você quase me mata do coração.
Nesse instante percebi que estava pelada e a toalha no chão, fui rápida o suficiente para pegar a danada e correr para o meu quarto antes que piorasse minha situação.

Presença Noturna

Mais tarde, ainda na escuridão da noite, acordei ao perceber que um homem entrou sob o meu lençol e deitou sobre o meu corpo nu. Não consegui reagir, estava em estado letárgico e com uma sensação de estar completamente anestesiada. Da mesma forma, também foi impossível abrir os olhos, minhas pálpebras pesavam um quilo cada uma. Sentia um gosto estranho e ruim na língua, era como se alguém tivesse derramado um xarope amargo na minha boca. Meu estômago revirava num enjoo sem fim.
Mesmo com tantos sintomas adversos e a penumbra sufocante, reconheci parcialmente o homem, que me pareceu tratar-se do Guilherme. Não compreendi uma palavra sequer dos seus murmúrios ditos em uma língua desconhecida. Tentei refutar o abuso com gritos, mas fui incapaz de emitir sons. O terror aumentou quando ele esfregou seu membro em mim, a pontaria foi certeira e conseguiu a penetração. Percebi seu volume ligeiramente maior que horas antes, entretanto, a dor da minha carne sendo rasgada doeu menos que o terror de ser inundada por sua ejaculação precoce. Aquilo fez meu estado de pânico comparar o sêmen com uma lava incandescente borbulhando nas minhas entranhas; provocou meu desespero e consegui reunir o último resquício de força na tentativa de afastar o bandido, mas comecei a perder os sentidos…

Acordei quando mal começava a clarear. Demorei a assimilar o ocorrido. “Será que foi real e eu desmaiei? Ou teria sido um pesadelo? Mas pareceu-me tão real.” Pensei, enquanto ainda sentia alguns dos sintomas: a boca amarga, enjoo e dor de cabeça. Continuei pensando no “pesadelo”: na hora, deduzi ser o Guilherme, o violador, mas no íntimo tinha certeza de que era o tio Agenor. “Será que fui possuída por um íncubo?” Pensei, aterrorizada. Totalmente descoberta, sentia a umidade do colchão e do meu sexo, além de uma estranha satisfação peculiar que emanava do meu corpo. Toquei minha vagina e minha mão ficou molhada. Ao verificar que não era esperma e nem urina, concluí que gozei enquanto dormia.
Por três vezes, chamei a minha irmã e ela não respondeu, fiquei ainda mais assustada e fui conferir… Seu semblante parecia tranquilo. Deixei que continuasse dormindo.

Vesti a calcinha, uma calça jeans e uma blusa. Sentei na cama com as costas de encontro à parede, fiquei encolhidinha abraçando as pernas. Esperaria o sol raiar enquanto a cabeça fervilhava, processando meus pensamentos confusos.

Continua.


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