Nunca esquecerei dos tapas na cara, das minhas roupas rasgadas, e enquanto nua e presa em seus braços, quantas vezes menti para mim mesma dizendo que era a última vez.
De imediato tinha a minha perna erguida, e lutando inutilmente e sob protestos, sentia seu membro invasor me penetrando. Contudo, durante aquele espaço de tempo, entre a introdução e o término de sua ejaculação, ocorria o momento de redenção e tornava-me escrava e submissa do homem insano.
Meus gemidos incontroláveis durante um clímax de prazer intenso, amenizava a dor dos tapas e apertos em meu corpo. Meu revide de unhas cravadas em suas costas, eram leves arranhões comparados com minhas feridas.
Que filho da puta! Após seu sêmen inundar todo o meu interior, ele só atingia a satisfação após possuir-me também por trás, feito um maníaco, com estocadas e brutalidade até despejar o restante do seu líquido em minhas entranhas.
Continuam visíveis as marcas roxas deixadas por suas agressões em minhas coxas. Eram atos insanos de selvageria, mas ele dizia ser carícias de amor. Foi loucura e perversão em vários momentos de embriaguez.
Não só fizemos amor, nós travamos batalhas, ora com os corpos suados e colados como se fossemos um só, ora aos bofetes causando dores e prazeres incomuns.
A saudade dos instantes de êxtase bate em mim com frequência, e a dor propiciada por sua insanidade constante, só anseio doentiamente nos momentos solitários de embriaguez. Não sou capaz de afirmar se a magia do prazer ocorreria sem os manifestos instantes de barbárie.
Eu amei aquele ogro que mexia com a minha cabeça e conseguia me embriagar de prazer. Infelizmente ele nunca soube me amar, só soube me escravizar, mas fui capaz de obter a minha "carta de alforria", ainda que meu coração sangrasse.
Há certas noites em que a saudade aperta e sinto o desejo de vê-lo retornando do seu túmulo.
Baseado na música: “Romance Rasgado” de Marcello Chalvinski e Jacob Viana. Banda Altas Doses.
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